Não me apetecia nada escrever este post. Assim como não me apetecia nada ir à consulta na passada terça-feira. Mas claro que foi importante ir. Assim como é importante fazer este post. Para encerrar este capítulo de vez (tentar vá...).
O que aconteceu é que dos 6 embriões que foram fazer o DGPI, 4 tinham a mutação indesejável e 2 não foi possível fazer a autópsia. Ou seja não sobrou nenhum. Foi mau... como eu chorei naquela semana. Mas penso que foi melhor assim. Nem todos eram "bons" embriões (daí não ter sido possível fazer a análise genética), estavam bastante atrasados ou algo desse género... penso que se tivessem sido transferidos provavelmente não tinham implantado. Ao contrário de outros que era "excelentes" embriões mas não dava. Uma porcaria.
Na verdade nestas 3 semanas que passaram não quis saber mais nada. A ignorância foi o meu escudo. Nem sabia se os embriões eram bons ou maus, só sabia que dos 4 autopsiados, os 4 tinham mutação. O que segundo o Dr. Cristiano é muito pouco provável, um azar do caraças, nunca teve nenhum caso assim. Basicamente cada embrião tem 50% de probabilidade de ter a mutação e os meus 4, todos tinham.
A consulta foi importante (pois claro que foi, tinha que ser feita, só a minha palermice é que fazia não querer ir) para refletir com o Dr. sobre o que aconteceu e sobre as cenas dos próximos capítulos. Para começar está tudo bem com os meus ovários o que não sendo muito, já é alguma coisa. Quanto a um próximo tratamento só não seria feito se nós não quiséssemos. Na opinião do Prof Alberto Barros (sim, para nós o Prof "serve" para alguma coisa, aliás foi mesmo por ele que fomos para esta clínica) e do Dr. Cristiano o caminho é fazer outro tratamento. E os que forem necessários até atingir o nosso objectivo. Apesar de parecer bastante invasivo (que é afinal de contas andasse a furar ovários), os ovários recuperam rapidamente e os riscos são muito controlados. Assim sendo não há problema para mim em fazer vários tratamentos. Ainda perguntei pela hipótese de ovodoação mas o Dr. Cristiano diz que está fora de questão. Nem lhe pareceu razoável andar a pensar nisso. Só mesmo em último, último caso, para nem ponderar isso para já. Para terminar, na opinião do Dr. podemos otimizar o processo de estimulação. Houve imaturidade a mais no meu processo. Para a próxima vamos começar com uma dose mais elevada desde o início. Vamos correr algum risco de hiperestimular mas concordamos que será melhor assim. Cada embrião a mais que se consiga é bom, é fundamental na verdade. 6 embriões, 2 pouco desenvolvidos, não é lá grande coisa.
Se fiquei super animada com a consulta? Não. Fiquei contente por ter tido 4 embriões que se não tivessem mutação provavelmente (e nestas coisas nunca se sabe) implantariam. Foi bom saber que os clínicos continuam otimistas. Eu é que não recuperei o otimismo. Ainda. Nem sei se algum dia irei recuperar. Mas quero fazer outro tratamento. Pela curiosidade de saber como irá correr. Pelo desejo de ter um bebé. Para dar essa alegria ao meu marido e à restante família. Tenho a certeza que um filho irá tornar a nossa vida mais perfeita. Por isso vou lutar por isso. O Dr. Cristiano usou uma palavra que me parece a mais adequada: é preciso resiliência.
No ciclo de setembro, que será no final de setembro, iremos voltar à carga. Uma semana antes de menstruar tenho que ligar para a clínica para dizer que quero fazer o tratamento e talvez o Dr. queira fazer uma ecografia antes de começar as picas. Até lá é aproveitar o verão e viver um dia de cada vez com muito amor e agradecer todos os dias as coisas boas que tenho na vida.