segunda-feira, 18 de março de 2019

Nós por cá

Continuamos a viver na nossa bolha de felicidade.

É incrível, como conscientemente, só agora que tenho a minha bebé percebo como precisava dela na minha vida. É um amor quase absurdo que sinto por ela. Deve ser assim que todos os pais sentem os seus filhos.

Conforme prometi, vou partilhar um pouco da minha experiência de ter um filho em que o código genético não é meu. Como sabem as pessoas estão sempre há procura de semelhanças nos bebés. Como isso para mim nunca teve importância nenhuma, nem sabia que era assim. E a verdade é que a minha filha não tem rigorosamente nada meu. Como haveria de ter não é verdade? É parecida com o meu marido é verdade. Mas certamente também terá semelhanças com a dadora. Toda a gente diz que é a cara do pai porque não lhe vêm nada meu. Como eu me sinto com isso? Muito feliz por ser parecida com o meu marido. Os meus dois amores. Não me causa confusão nenhuma os comentarios. Obviamente que tenho curiosidade de conhecer as feições da dadora. Mas fica por aí mesmo. Curiosidade. A grande maioria do tempo não me lembro da particularidade como a minha bebé foi gerada. Mas ela existe e obviamente que tenho algum receio da sua reação quando souber, se é que vai saber, da forma especial como foi gerada. Mas não vivo preocupada com isso. Como tudo na vida, a seu tempo tentaremos gerir essa situação da melhor maneira possível. Até lá, espero criar e educar a minha filha de forma a preparar-lá para esse dia. Amor nunca lhe irá faltar. A Ali veio trazer muita alegria e esperança a todos que a rodeiam. Mal a vi tive a certeza que está bebé estava destinada para mim. Não era mais nenhuma. Era está. O meu bebé milagre.

Embora tenha vindo pouco ao blogue vou acompanhando as lutas de quem acompanha a minha. Sempre que acho que a minha história pode ajudar assim como trazer esperança a alguém, comento no fórum de mãe para mãe pois sinto cada dor como se fosse a minha. Jamais se esquece estas dores. Mas a felicidade de ter um bebé é igual à de quem não passa por nada disto. Ainda existem 2 embriões na IVI, daqui a algum tempo temos que decidir o que fazer com eles. Não sei se terei coragem para os transferir, para voltar àqueles locais sombrios da infertilidade. Logo se verá. Para já a Ali completa completamente o bocado que me faltava.