Ontem lá fomos ao IVI fazer um ponto da nossa situação.
Quem bom que foi rever a Dra. Catarina! Devo-lhe tanto...
Os embriões continuam lá lindos e congelados, como seria de esperar. Estávamos um bocado apreensivos porque fizeram 3 anos em abril e supostamente deveríamos ter sido contactados para saber se pretendíamos prolongar a sua vitrificação ou decidir um outro destino para eles, e não fomos. A Dra. explicou que esse balanço é feito por uma entidade mais global, penso que em espanha, e que com a Covid está tudo atrasado. Certamente a conta será acertada depois, nada é de graça na infertilidade.
Quanto ao anonimato dos dadores, outra questão que tínhamos, mantém-se tudo igual no nosso caso. Ou seja a lei do não anonimato dos dadores não teve efeitos retroactivos. As doações feitas anteriormente a maio de 2018 mantém as mesmas regras do anonimato. É o que faz mais sentido. A alteração à lei faz sentido, o que não faria qualquer sentido era ter efeitos retroativos. A Alice e um possível irmão só poderão saber quem fez a doação em caso de doença que o justifique. (Até me dói escrever estas palavras, porque espero mesmo que nunca seja necessário por esse motivo)
E pronto está tudo encaminhado. Fiz uma ecografia e está tudo em paz no meu aparelho reprodutor. Como estou a tomar a pílula isso seria de esperar. Já quando a parar é que será outra história. Vou fazer aquelas análises pre-concepcionais habituais e começar o gestacare quando quiser. Quando quiser fazer a transferência é só parar a pílula e marcar uma eco para 10 dias depois. Tudo tão familiar... assim como continua familiar a clínica, mesmo com as alterações covidárias. Em outubro a minha situação profissional irá se alterar (despedi-me para ter mais disponibilidade para a minha família e outros projectos pessoais... é verdade tornei-me a mulher que nunca me imaginei a tornar, mas a Ali é a minha prioridade e ser a última a sair do colégio estava a deixar-me doida, e não faria sentido pagar a uma empregada para fazer aquilo que eu posso, e quero, fazer). No final de outubro temos umas mini ferias agendadas, em portugal como tem que ser, e depois disso vou dedicar-me às tecs.
Ainda tenho 2 meses para me mentalizar que vou embarcar nesta aventura novamente. Sei que não sou a mesma que era até ter a minha filha. Sinto-me muito mais forte emocionalmente. Já tenho o meu milagre, tudo que vier a mais será muito bem vindo. Mas se não vier, paciência. Vou tentar de tudo para que a Ali tenha um irmão para partilhar a vida, se isso não acontecer, não ficarei com essa mágoa.