Na sexta-feira, dia 22, tive consulta com a minha obstetra.
Foi muito especial ouvir o coração do embrião. Já não me lembrava como podia ser especial. Até aquele dia estava tudo a desenvolver dentro da normalidade, a idade gestacional era de 8s e 1d.
A minha tensão arterial estava alta na consulta, a médica até me receitou medicação para baixar. Mas tenho medido em casa e estão boas. Eu tenho mesmo um problema com a medição... se soubessem como sofro sempre que tenho que medir as tensões. Depois da gravidez da Alice, por causa da pre-eclampsia, este medo virou pânico. Mas se medir em casa, sem stress, estão normais. Tenho consulta na próxima semana, às 9s e 7d, e vou voltar a falar com a médica sobre se deve mesmo começar a medicação... a medicação é segura, mas se não tiver realmente hipertensão e me baixar a tensão em demasia também não será bom. Mais para a frente deverá ser inevitável fazer a medicação.
Estamos numa semana muito crítica para mim. Foi por esta altura que na minha primeira gravidez o embrião parou de evoluir. Vivo num medo constante. Odeio isto. De facto um aborto supera-se mas fica uma ferida que nestas alturas volta a sangrar. Não vejo a hora de passar o primeiro trimestre e ainda falta uma eternidade. Na gravidez da Alice ainda havia o fator novidade do que iria acontecer a seguir para dar alento, desta só quero mesmo que o tempo passe. Quer seja para bem ou para o mal, quero que passe.
Gostava de ser daquelas mulheres que adoram estar grávidas. Adoram as alterações que o corpo passa. Mas não sou. Sinto que perco a identidade. Não posso vestir o que quero, mas aquilo que me serve. Hoje vesti pela primeira vez uns jeans de grávida. Só vesti porque já os tinha, caso contrário não teria comprado nada ainda. E detesto sentir um cansaço enorme ao final do dia... às vezes adormeço quando estou com a Alice e quando estou sozinha com ela é complicado aguentar a energia de uma miúda de quase 3 anos. Isso a fome que tenho... só me apetece comer humburgeres. A continuar assim vou ficar uma bola! E não quero... É que a fome não é uma fome normal, é incontrolável. Lá está, não tenho controlo nenhum sobre o meu corpo.
Embora tudo isto, o medo gigante que tenho que corra bem e não saiba encaixar um bebé recém-nascido na minha vida, o medo de falhar com a minha filha, quero muito que ela tenha este irmão/irmã. Acredito que a vida dela vá ser mais feliz com essa companhia. Eu sei que desta vez sei gerir melhor a ansiedade, já não tenho TUDO a perder, porque já tenho TUDO, mas caramba... não quero que aconteça nada de mal a este embrião que já faz parte de mim.