Quando se trata de um primeiro filho acho que não sabemos muito bem com o que contar durante e após o nascimento. Eu pelo menos não fazia ideia. Primeiro foram os tempos, anos, focados em engravidar, depois foram os 9 meses com medo que algo não corresse bem durante a gestação. Nunca, em momento algum, valorizei o que me iam dizendo sobre o parto, muito menos sobre o pós parto. No curso que fiz que preparação bem que a enfermeira referia para não nos assustarmos por sairmos da maternidade com uma barriga de 6 meses e para estarmos preparadas para as limitações físicas, principalmente após uma cesariana. Mas eu queria lá saber... nessa altura só estava preocupada que a minha Ali estivesse a desenvolver bem dentro de mim.
Em relação ao parto, correu tudo maravilhosamente. Estava cheia de nervos como seria de esperar em mim. Não dormi nada de terça para quarta tal era o medo que algo não corresse bem, mas também pela emoção que seria conhecer a minha bebé. Apesar de tudo, nascer com 37s é diferente de nascer com 40, 39, ou até mesmo 38. Havia a forte possibilidade de ter que ir para a neonatologia. E estávamos preparados para isso. Felizmente não foi preciso. Mas foi por pouco... Foi tudo maravilhoso, a bebé chorou logo, com um peso ainda melhor que o esperado, tudo muito bem até começar a soluçar e aí o pediatra e a enfermeira parteira tiveram que intervir. Ainda bem que aquela gente sabe o que faz e rapidamente perceberam que talvez fosse a glicemia que estava baixinha. E assim foi... deram-lhe logo um biberão de leite e felizmente a minha lutadora bebeu tudo sem parar e rapidamente ficou normal, sem necessitar de neonatologia. É mesmo uma lutadora a minha bebé. Nascer é de facto um trauma para qualquer um de nós. Felizmente correu tudo bem após este pequeno susto e apartir daí pudemos desfrutar da nossa bebé.
Quanto à recuperação da cesariana agora estou praticamente pronta para outra (ESTOU A BRINCAR). Quase uma semana depois continuo com os pés inchados, aliás não faço ideia do que vou calçar na quinta feira para o aniversário de um familiar. E achava eu que tinhas os pés inchados na gravidez... aquilo não era nada! A parte boa é que as mãos já estou normais e até já consigo usar a minha aliança de casamento. A cara ainda continua inchada também. Estou ansiosa que estes inchaços passem, mas tirando isso a coisa está a correr bastante bem. Na sexta feira vou ter consulta com a obstetra para ver como está o útero e a incisão cirúrgica. Felizmente não levei pontos. Não sei lá que técnica usaram mas a mim parece-me muito melhor assim. Mas no dia seguinte, no dia que escrevi o ultimo post, só me ocorria que fui bem inocente no tipo de parto que queria. Aquilo estava a custar... levantar da cama após 24h, o primeiro banho, foi muito complicado. Só pensava que estava a pagar por tudo que quis... mas hoje, volto a reconhecer que seria melhor assim. Eu não tenho cabeça para passar por um trabalho de parto. Depois pago a fava no pós-op.
Agora a parte pior disto tudo é mesmo olhar-me ao espelho e não gostar mesmo nada do que vejo. E não estava preparada para isso. Estava tão foçada no bem estar da bebé que não me preparei emocionalmente para o que aí vinha. Obviamente que a barriga já está melhor que nos primeiros dias, mas mesmo usando uma faixa, está a anos luz que estar como eu pensei que fosse ficar após o parto. Além de não saber o que calçar por causa dos pés inchados, também não sei o que vestir! Praticamente não comprei roupa de grávida porque a barriguinha ficava bem com roupa justa... mas e agora?! Roupa justa está fora de questão... além disso, estando a amamentar, temos que usar roupa que facilite essa tarefa. Ou seja, não é fácil. Fisicamente sinto-me uma lástima. Obviamente que o facto da bebé estar bem, já conseguir cuidar dela, e ver o amor que o meu marido sente pela sua menina, faz tudo parecer insignificante. E é. Eu é que deveria estar melhor preparada para isto. Com o tempo voltarei a sentir-me bem comigo mesma... para já é ir sobrevivendo.
O que ainda não disse, e mais importante que tudo, é o amor que sinto pelo meu embriaozinho lutador.... é arrebatador este sentimento. Ainda nos estamos a descobrir, mas eu adoro esta bebé mais que tudo. Até os meus cães estão encantados. Não saem da beira dela. Sou uma felizarda com esta família que hoje tenho. O meu amor... o homem da minha vida, os meus patudos que adoro e tornaram os caminhos da infertilidade mais doces de percorrer, e a minha Ali. A minha bebé que não tem os meus genes, mas tem o meu amor e a minha dedicação para toda a vida.