Após (mais) um tratamento falhado é inevitável fazermos uma reflexão sobre o assunto.
Tenho imensa pena não de ter nada bonito para escrever. Neste momento, em matéria de fertilidade, a minha vida é uma miséria. 2017 foi um ano muito difícil e tenho alguns motivos para crer que 2018 não será diferente. Gostaria que a histeroscopia me desse a resposta para tanto insucesso. Mas acho que não dará.
No início de 2017 escrevi algures por aqui que este ano seria crucial para o bem ou para o mal. E na verdade foi... foi para a o mal. Em 2018 pretendo transferir os 4 embriões restantes, se todos sobreviverem à desvetrificação. Esgotados os embriões teremos que tomar uma decisão. Quem sabe a mais difícil de todas. A decisão de parar com os tratamentos. De adotar uma criança. De ficarmos só os 2. Não sei... ainda não faço ideia o que iremos decidir. Também não está excluída a hipóteses de uma nova doação.
No entanto tenho tentado arranjar um sentido diferente para a minha vida. Somos educados, principalmente nós mulheres, que o sentido da nossa vida é sermos mães, é educarmos uma criança, formar uma família. Neste momento tento aceitar que viverei à margem desse prototipo. Hoje compreendo bem um amigo meu que é homossexual e por esse motivo se auto excluiu do grupo. No domingo tive o tradicional almoço de natal com os meus amigos de infância, e ao ver todos com suas lindas famílias, percebi porquê que o meu amigo se afastou... é lixado não pertencermos ao protótipo. Sem as pessoas se aperceberem excluem-nos do grupo. Ou então somos nós que sentimos que não pertencemos ali. Muitos ainda não têm filhos, mas certamente os terão quando quiserem. Não é o meu caso.
Vejo que o meu marido, embora me diga que ainda está otimista, também a ele este percurso levou a esperança. Diz que temos que partir do princípio que seremos só os dois, o que vier por acréscimo será muito bem vindo. Se vier. Se não vier só temos que ser felizes os dois.
Ainda não estou preparada para encerrar este assunto. Mas a ideia de não ter filhos começa a ganhar algum espaço na minha vida. Viverei sempre à margem de muitas alegrias, de muita coisa na vida. Mas talvez venha a ganhar outras coisas.
Enquanto não estiveres preparada para encerrar este assunto, só te resta continuar a lutar, enquanto acreditares que é possível , não podes baixar os braços.
ResponderEliminarNão faz mal sentires-te em baixo e mais descrente, faz tudo parte do processo.
Quem passa pela infertilidade acaba por descobrir forças que não sabia até então existirem. Ainda que com algum sofrimento, tenho encarado isto como um processo de crescimento que espero que culmine numa alegria imensa.
Queria deixar aqui os meus mais sinceros votos que 2018 te traga tudo aquilo que mais desejas (e que nós bem sabemos o que é!) e com o menor sofrimento possível até lá chegares.
Um beijinho (e não desistas!)
Que ano o nosso Maria João :)
EliminarSem dúvida que passar pela infertilidade me tem trazido muitos ensinamentos. Talvez seja esse sentido de passar por tudo isto... Infelizmente cada vez custa mais. Neste momento por exemplo não em imagino a passar por uma nova TEC...
Espero que 2018 seja mais "meiguinho" connosco e quem sabe nos dê uma grande prenda (ou pelo menos me dê paz para lidar com o insucesso)
Beijinho grande
Há de trazer às duas uma grande prenda (com cerca de 3 quilos :P)!
Eliminar*
Little muita força.. Quem sabe o que reserva o futuro?
ResponderEliminarBeijinho grande
Love que tal vai a vida? Correu tudo bem? Está tudo nos eixos?
EliminarBeijinho grande minha querida e muitos PARABÉNS por a tua boneca
Correu mais ou menos, está a melhorar, é também desafiante mas doutra forma.
EliminarObrigada e sabes que desejo com muita muita força que o próximo ano te traga uma grande alegria, do fundo do coração!
Beijinhos enormes
Obrigada minha querida... eu sei que sim :-)
EliminarConhecer pessoas maravilhosas como vocês também é outra coisa boa que a infertilidade me trouxe :-)
Querida não baixes já os braços. Ainda muito está por acontecer, pensa numa coisa de cada vez. Em 2018 vais transferir os teus embriões e só depois disso pensas num plano "b".
ResponderEliminarPassito à passito como diz a música :)
Tenho fé em nós se tu tiveres também já somos duas a torcer pelo mesmo :)
2018 é o nosso ano!!
Percebo bem o que dizes em relação aos amigos, tenho uma amiga recém mama e outras 3 grávidas... Podes imaginar o assunto quando estamos todas juntas... Não digo que seja fácil mas o que eu lhes digo a elas é que estou já a aprender para quando for a minha vez :)
Um beijinho
Fica difícil continuar otimista depois de tanto insucesso...
EliminarTens tudo a teu favor minha querida, tens todos os motivos para estar otimista, eu infelizmente só tenho motivos para crer que o meu caso é um caso perdido... e não acredito em milagres. Enfim.. enquanto houver embriões há esperança. Depois logo se vê :)
Beijinho grande*