sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Até nunca mais 2017

Chega esta altura do ano e é inevitável fazermos balanços e refletirmos sobre o ano que passou. 

2017 foi um ano em que o principal objetivo foi tentar ter um filho. O resto vocês já sabem... correu pessimamente e não me deixa saudades nenhumas. Na verdade estou desejosa que este ano termine. Não porque ache que 2018 será melhor, na verdade tenho um medo enorme de 2018 pois será o ano da constatação que a maternidade não será para mim (Pelo menos a gravidez). Deixa-me pena, imensa pena, porque um filho meu e do meu marido seria muito amado. Mas se não dá, paciência. Temos que aprender a viver com o que temos. 

2018 será o ano do tudo ou nada. O nada é muito mais provável que o tudo. O último ciclo foi um ponto de viragem para mim. Levou-me toda a esperança. Pretendo transferir os 4 embriões restantes (por mim seriam 2 de uma vez para acabar com isto depressa, mas o meu marido também tem uma palavra a dizer e ele não concorda em transferir 2... acho que ainda tem alguma esperança que algum dia irá correr bem, ao contrário de mim!), e depois assunto encerrado na minha vida. Talvez a adoção seja uma opção... talvez não... ainda temos que refletir sobre o assunto.

Para vocês minhas queridas amigas desejo-vos o melhor! 
Desejo que o vosso maior sonho se realize, de preferência rápidamente e sem mais desilusões.
Para mim, se é que posso pedir alguma coisa, apenas peço serenidade para viver com a ausência de um filho.

Feliz 2018 minhas queridas! 

terça-feira, 19 de dezembro de 2017

State on mind

Quotes About Crushes On a Guy | Cute Quotes For Your Crush Crush quotes 29 mar 2013
Após (mais) um tratamento falhado é inevitável fazermos uma reflexão sobre o assunto. 

Tenho imensa pena não de ter nada bonito para escrever. Neste momento, em matéria de fertilidade, a minha vida é uma miséria. 2017 foi um ano muito difícil e tenho alguns motivos para crer que 2018 não será diferente. Gostaria que a histeroscopia me desse a resposta para tanto insucesso. Mas acho que não dará.  

No início de 2017 escrevi algures por aqui que este ano seria crucial para o bem ou para o mal. E na verdade foi... foi para a o mal. Em 2018 pretendo transferir os 4 embriões restantes, se todos sobreviverem à desvetrificação. Esgotados os embriões teremos que tomar uma decisão. Quem sabe a mais difícil de todas. A decisão de parar com os tratamentos. De adotar uma criança. De ficarmos só os 2. Não sei... ainda não faço ideia o que iremos decidir. Também não está excluída a hipóteses de uma nova doação. 

No entanto tenho tentado arranjar um sentido diferente para a minha vida. Somos educados, principalmente nós mulheres, que o sentido da nossa vida é sermos mães, é educarmos uma criança, formar uma família. Neste momento tento aceitar que viverei à margem desse prototipo. Hoje compreendo bem um amigo meu que é homossexual e por esse motivo se auto excluiu do grupo. No domingo tive o tradicional almoço de natal com os meus amigos de infância, e ao ver todos com suas lindas famílias, percebi porquê que o meu amigo se afastou... é lixado não pertencermos ao protótipo. Sem as pessoas se aperceberem excluem-nos do grupo. Ou então somos nós que sentimos que não pertencemos ali. Muitos ainda não têm filhos, mas certamente os terão quando quiserem. Não é o meu caso.

Vejo que o meu marido, embora me diga que ainda está otimista, também a ele este percurso levou a esperança. Diz que temos que partir do princípio que seremos só os dois, o que vier por acréscimo será muito bem vindo. Se vier. Se não vier só temos que ser felizes os dois. 

Ainda não estou preparada para encerrar este assunto. Mas a ideia de não ter filhos começa a ganhar algum espaço na minha vida. Viverei sempre à margem de muitas alegrias, de muita coisa na vida. Mas talvez venha a ganhar outras coisas.  

terça-feira, 12 de dezembro de 2017

State on mind

Any love she had for me is gone... how the fuck do I let go or move on or I would be happy to just stop dreaming about her.. un necessary pain

Tinha prometido a mim mesma que me ia desligar disto um bocado agora, estar quietinha no meu canto. Mas infelizmente isso não é possível, principalmente tendo tempos "mortos" no trabalho, ainda pro cima com acesso à Internet, é inevitável a minha cabeça viajar imediatamente para a infertilidade. 

Hoje pesquisei muito, e acho que o meu problema é mesmo este - uma fase lútea curta e deficiente. Estou devastada. Não com o problema, que aparentemente tem fácil resolução, mas porque a resolução que é a suplementação com progesterona apenas resultou uma, das 4 transferência que já fiz. Na verdade pode ser um problema bastante complexo, mas normalmente a solução é fácil e ultrapassável. Basicamente a conclusão que eu chego é que é possível engravidar (aliás já aconteceu comigo), mas é muito mais difícil. Imagine-se agora quem tenta naturalmente, em um ano tem 12 ciclos de tentativas, tem 12 hipóteses, eu só me restam 4 embriões para tentar a sorte. Ora... vai ser muito difícil. Já não vejo necessidade em fazer a histeroscopia, muito provavelmente não tenho nenhum problema no útero. Vou fazê-la na mesma por descargo de consciência, mas não é por aí. Só mesmo um milagre ou uma sorte do caraças para isto acabar bem.  

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Next Step - Histeroscopia

Hoje lá fui fazer a análise que deu por concluído este infernal ciclo.

E também lá tive que dar conhecimento à Dra. C. Custou-me muito mais isso do que fazer o beta. Enfim... pelo menos desta vez fui eu a falar com ela não me deu as mariquices de não conseguir falar com o médico e por o meu marido a fazê-lo. Isto de ganharmos prática nesta desgraças acaba por ter as suas vantagens. Isso e o facto de não estar com ele, logo não ter hipótese de fugir. Sou muito mais corajosa do que algum dia imaginei. E estou cada vez mais fria... mas isso agora não interessa nada. 

Basicamente o exame não era "preciso" ser feito. Mas como há o historial do aborto, das perdas de sangue, pode haver para lá algum vestígio do fatídico incidente. Pode esse vestígio estar a causar alguma infecção/inflamação que não dá nenhum sintoma. Também pode simplesmente não ter sido o embrião certo, isto nas palavras da Dra. Eu prefiro fazer esse exame antes de mais uma desilusão, fui eu que o sugeri. Pelo menos não penso mais nele... Não sou uma maníaca dos exames, quantos menos fizer melhor, e tento viver todo este processo com a maior ligeireza possível. Não terei prazer nenhum em me submeter a uma anestesia geral (sedação que fica mais bonito) e a pagar uma nota preta pelo exame, que certamente custará, mas para mim faz algum sentido fazer esse exame. Já fazia antes de ter engravidado até. Eu já fiz uma histeroscopia em 2016 antes de iniciar os tratamentos. Faz parte do protocolo inicial na Clínica do Professor Alberto Barro. Estava tudo bem. Mas já tanto se passou depois disso... A Dra. C. diz que vai estar tudo bem... o meu endometrio tem um crescimento perfeitamente normal, mas nunca se sabe. 

Assim sendo, este ciclo não servirá para nada, irá decorrer na paz do senhor, sem pílula sem nada, só com os nervos que as perdas de sangue me irão causar certamente. Acho que a Dra. não quis fazer o exame já neste ciclo por causa das festas, ou eu lhe dei a entender que a logística nos próximos dias não seria fácil. Basicamente o que não é fácil sou eu que preciso de me recompor da última semana que foi terrível. O exame tem que ser feito com o endometrio pequenino. No ciclo que se iniciará no inicio do ano, começo a pílula e por volta do 9º dia faço o exame. Estando tudo bem, paro a pílula e começamos a preparar a próxima transferência. E qual é a minha vontade de fazer tudo isto? Basicamente igual a zero.

A Dra.C. diz ter a certeza que irá correr bem. (Deve dizer a todas não é verdade? Também é um bocado o papel dela, além de ginecologista, psicóloga.) Eu já tenho muitas dúvidas que irá correr bem. Mas como o meu marido diz, a nossa situação não é das melhores, para 90% das pessoas o que passámos é motivo para achar o "fim do mundo", mas cabe-nos a nós fazer parte dos 10% que resiste e é feliz apesar de todas as contrariedades da vida. Hoje eu escolhi ser feliz. Embora ache toda a minha situação ridícula. Ache ridículo persistir nisto (meu Deus será a 4ª tranferênica!!!), para já não tenho alternativa senão persistir. 

domingo, 10 de dezembro de 2017

TEC 3 - negativo

Muito obrigada a todas que me apoiaram estes dias. A sério... ajudam a passar por estas tortuosidade todas.

O destino resolveu pregar-me uma partida e o corrimento ontem à tarde parou. Neste momento não tenho qualquer corrimento. Tinha dito que não iria fazer nenhum teste de farmácia, mas este novo dado causou-me alguma ansiedade e precisava de voltar a sentir-me calma. Assim sendo acabo de fazer um teste de farmácia com o óbvio resultado de negativo. 

Amanhã vou fazer o beta para cumprir protocolo. Ainda estou para ver quando virá o Red Devil... estes corrimento não podem ter sido ele. Foi só uma transferência negativa. A progestetona sempre prolongou a fase lutea. Isso é bom... quem sabe o próximo embrião implanta. Hoje pela primeira vez falamos em adotar uma criança. Não sei se o iremos fazer... mas talvez me deva informar sobre o assunto. 

Mais uma vez obrigada por estarem “desse lado”.

sábado, 9 de dezembro de 2017

TEC 3 - dia 8 e 9

Por cá continuamos na mesma - há espera do sangue vermelho vivo. Está determinado em levar-me à loucura. Mas não vai ganhar a melhor. Sabem porquê? Porque quero lá saber quando ele virá. Eu sei que vem  mais tarde ou mais cedo. O D7 e o D8 foram praticamente iguais a nível de corrimento acastanhado. Sempre presente quando vou à casa de banho, mancha de castanho um penso diário (1 dá para o dia inteiro). Perdão pela descrição, mas acredito que esta descrição me será útil nas próximas transferências. Decidi não fazer o beta hoje porque não ganhava nada com isso. Provavelmente só teria o resultado na segunda, logo era igual. Também não vou fazer nenhum teste de farmácia antes. Não tenho necessidade de passar por dois negativos. O email do laboratório será suficiente. (Vocês sabem... por muito que saibamos o resultado, custa sempre. É a constatação da dura realidade.)

Cá em casa já estamos os dois conformados com este desfecho. Pela primeira vez vi o meu marido triste com este desfecho. Assim como eu, está cansado de tudo isto. Já reflecti muito sobre a vida... É só uma TEC negativa, já passei por uma perda muito mais complicada. Mas ainda me afecta muito este insucesso todo. Cada vez é mais difícil percorrer o caminho da infertilidade. Já não há emoção positiva no processo. Aquela adrenalina boa. Só fica o cansaço e a desilusão. Leva-me a pensar qual o sentido de tudo isto... E também que o meu marido não tem necessidade nenhuma de passar por tudo isto. Depende de mim libertá-lo destas frustrações todas e todas que estão para vir. Ele zanga-se comigo quando lhe digo estas coisas. Diz que eu não percebo nada... 

Este tratamento foi apenas e só uma transferência negativa. Mas pela segunda vez desde que tudo começou, senti que isto não vai acabar bem. Cada vez tenho menos esperança que um dia vou ter um filho. Só de pensar que ainda tenho 4  embriões, o que antes era a minha esperança, agora vejo-os como um caminho difícil que terei que percorrer para encerrar esta história. A minha FairyTale que não terá um Happy End

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

TEC 3 - dia 7

Este blogue já me valeu imensas vezes para "consultar" acontecimentos e datas relativas aos tratamentos anteriores. É o que dá já somar 5 tratamentos (falhados). 

Assim sendo tenho que atualizar o meu estado do D6 para o D7. Ontem de tarde tive a tarde toda o papel manchado de rosa clarinho. (Tal como quando estive grávida aconteceu... foi muito melancólico recordar). Há noite passaram de rosa a acastanhadas. Hoje de manhã além de acastanhadas aumentaram de quantidade. Assim sendo encontro-me serenamente à espera que a menstruação se anuncia efetivamente com sangue vivo ainda durante o dia de hoje. Como amanhã é feriado só poderei ir fazer o beta no sábado e só terei o resultado na segunda. Como é sábado penso que não conseguirão o resultado no próprio dia (tal como aconteceu na TEC 1). Se contar que a ovulação foi no dia seguinte ao ovitrelle, no primeiro dia de progesterona, ou seja dia 26, hoje cumpre-se o 11º da ovulação. Um fase lútea curtíssima. Mas enfim... é o que é.

A fórmula mágica que resultou na TEC 2 falhou desta vez. Não há fórmulas mágicas. No entanto se funcionou uma vez pode voltar a funcionar. Perdi mais uma batalha, mas (ainda) não perdi a guerra. 2018 será "O" ano. Para o bem ou para o mal. Logo veremos. 

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

TEC 3 - dia 6

Ainda o dia vai a meio, mas parece-me que já posso dar por encerrado este ciclo.

Ontem não tive qualquer perda, além da da manhã. Hoje o início da manhã correu bem mas perto da hora de almoço lá voltou a sair corriemnto rosa claro. Está mais que visto que isto já era. Isso é um Clearblue digital que fiz agora na hora de almoço com o resultado “não grávida”. 

Agora é esperar que o Red se anuncie amanhã, ou depois é encerrar de vez este capitulo. Antes assim que um aborto. Pelo menos os próximos dias terei mais serenidade. Nunca nos habituámos a estas desilusões. 

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

TEC 3 - dia 4 e 5

Ainda vamos no início do dia 5, mas não creio que aconteça nada de novo durante o dia de hoje, por isso deixo-vos com o update do estado das coisas aqui por este lado porque sei que se preocupam e torcem por mim, por nós. E agradeço-vos imenso por isso... nem imaginam o quanto é confortante uma palavra de apoio quando estamos mais debilitados. 

No domingo apenas tive o papel manchado duas das inúmeras vezes que fui à casa de banho. Ontem apenas uma vez... e muito discreto. Hoje de manhã voltou a sair. Já mais expressivo como no domingo. Prevejo que hoje ao longo do dia continue a sair um pouco. Se até hoje até não em parecia um spottting da fase lútea, hoje já me parece. Volto a ficar pasmada como tenho estes spottings mesmo estando a tomar progesterona intramuscular. Bem sei que a implantação pode durar até 3 dias. Mas não será isso. Na próxima consulta vou sugerir à Dra. Catarina fazer uma histeroscopia no ciclo que se iniciará. Eu já sabia que era mais que provável que este ciclo não corresse bem. Enfim... e é isto a vida de uma "ave rara".

domingo, 3 de dezembro de 2017

TEC 3 - dia 3

Ontem “queixava-me” eu de não sentir nada de diferente e pombas mais valia estar calada que ontem estava tudo ótimo.

Hoje aconteceu o que eu mais temia: sangue na papel higiénico. Na hora de almoço e um pouco agora também. Um sangue ralo misturado com muco. Segundo sei pode ser uma de 3 coisas:

- Sangramento de escape na fase lutea. É o mais provável embora só uma ave rara como eu teria este tipo de sangramento estando a tomar progesterona intramuscular.

- Inicio menstruação. Pouco provável por uma questão de lógica. Mesmo para quem tem uma fase lutea curta, inferior a 14 dias (a minha é cerca de 12/13), e sabendo que administrei o Ovitrelle no dia 25, a ovulacao foi dia 26 ou 27 (logicamente mais dia 27) e assim sendo hoje ainda é o 7.º/8.º dia da fase lutea. Até para mim é demasiado cedo...

- Sangramento de implantação. Seria ótimo e maravilhoso, se não fosse demasiado cedo. Logo leva-me a crer que não é isso.

Resumindo... não faz lógica nenhuma. Mais uma anormalidade do meu ciclo. Eu até aceitava uma transferência negativa. É sempre o mais provável. Mas que fosse em condições iguais às das outras pessoas. Estar no duvida, chegar lá e dar negativo. Agora comigo é sempre tudo diferente... anormal. E isso é o que mais me custa. O meu marido pede-me por tudo para me manter calma pois acredita que o meu estado de espírito é muito importante para que corra bem. Mas é muito difícil... já deixei cair a tolha. Seremos sempre nós os dois mais o cão aqui por esta casa. Tenho que aprender a ser feliz assim. Afinal já tenho tanto...

sábado, 2 de dezembro de 2017

TEC 3 - Dia 1 e 2

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Ainda vamos a meio do 2º dia e não prevejo dias nada fáceis aqui para estes lados. 

Não que tenha acontecido nada de significativo, porque não aconteceu. Talvez a ansiedade esteja a ganhar espaço na minha cabeça precisamente por nada no meu corpo me lembrar que há 2 dias foi colocado um embriãozinho dentro de mim. Nada, absolutamente nada. Nem tensão mamária, nenhum tipo de dor, n-a-d-a. Obviamente que isso é bom... obviamente que isso não quer dizer rigorosamente nada na fase em que estamos. Mas a minha cabeça guarda marcas tão profundas que não consigo ir à casa de banho sossegada. Verdadeiramente desde a TEC 2, depois a gravidez, depois o aborto, depois os spottings durante o ciclo, não consigo ir à casa de banho sem me apavorar. Então agora... nem queiram saber! Estou sempre à espera de ver sinais de sangue... E não posso, não quero, continuar assim nesta paranóia.

Tirando isso (que já é muita coisa)... a vida corre em plena normalidade. Vamos ver até quando. A confiança que sentia que esta TEC iria correr bem foi-se. Já era. Já só consigo pensar que irei somar mais uma desilusão a 2017. Próxima TEC só em 2018. Talvez em fevereiro. Em janeiro quero ir esquiar. E com isto... 2018 será mais um ano pesaroso. E eu não tenho a vida toda para andar a tentar ter um filho. Esgotando-se os embriões deste tratamento provavelmente fecha-se este ciclo. 

quinta-feira, 30 de novembro de 2017

TEC 3 - dia 0

TEC feita. Tudo dentro da normalidade. Não se perdeu nenhum embrião o que foi ótimo. Já só temos 4. Começamos com 8... vamos a meio...

Foi a transferência que menos me custou fazer. Quando a Dra. C. estava a colocar o embriaozinho dentro de mim voltei a sentir aquela sensação de irrealidade... ali estava eu outra vez a passar pelo mesmo. Até a Dra. comentou “não tem piada nenhuma estar aqui outra vez pois não?”. Também me disse que estava bastante otimista que este seria “O” embrião. Gosto tanto dela... só queria que estivesse certa. 

Embora estivesse nervosa, a experiência permite-me controlar muito melhor a parte da bexiga. A transferência estava marcada para as 16:40, cheguei à clinica às 16h aflitissima para fazer xixi e fiz, depois disso bebi apenas um golinho de água e posso dizer que a bexiga não foi um problema. Já a última vez fiz assim e deu perfeitamente. Não vale a pena sofrermos com a bexiga super xeia... facilita a visualização mas é um sofrimento muito grande, tanto o ato da transferência como os 15min que se seguem.  Assim foi tudo tranquilo. Os miminhos do marido no final da transferência são o melhor do mundo. 

Hoje ficamos em Lisboa e amanhã vamos para casa. Já temos os nosso rituais aqui pela capital, os locais que gostamos de ir, e é sempre bom estar por cá. Foi uma sorte calhar antes de um feriado (assim como a última). Sábado volto ao trabalho, infelizmente o dia inteiro, e o meu marido vai para um congresso no estrangeiro. 

É curioso como cada vez encaro estes dias com menos emoção. Estava nervosa, estive a manhã toda no trabalho à espera do telefonema da clínica, estava cheia de medo que tivéssemos que descongelar mais que um embrião, felizmente isso não aconteceu, era o meu maior medo. Mas foi muito menos emotivo que nas outras vezes... mesmo agora. Não fosse uma ligeira impressão que sinto na barriga e estar a fazer este post nem me lembrava que tinha feito uma transferência de embrião. Com isto não quero dizer que não tenho esperança que vá correr bem... porque tenho. Tal como na última vez, enquanto não vir o Mr. Red nada está perdido. Neste momento até sinto um certo conforto... hoje, pelo menos hoje, tenho um bocadinho do meu marido dentro de mim. E isso é maravilhoso. 

O beta será dia 11. Se não tiver nenhuma surpresa indesejável antes.
Vamos ver o que a vida tem reservado para nós desta vez.

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

State on mind

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Estava aqui a tentar perceber o que me vai na alma neste momento, nestes dias antes da transferência. 

Para começar acho que foi um risco emocional enorme fazer isto antes do natal. Se correr mal, será mais uma desilusão para juntar a todas as outras que 2017 me trouxe e como tal ainda mais me fragilizará. Mas por outro lado o tempo está contra mim... eu preciso de andar com isto para a frente. O natal já há muito tempo que é um tempo de sentimentos ambíguos... por um lado adoro toda a época, por outro lembra-me em particular aqueles que já partiram, como o meu pai. E pensar que este ano poderia (voltar a) ser um natal extraordinário, mas não vai ser, faz com que não me apeteça nada este natal. Se pudesse fazia uma viagem nos dias que o antecedem... sozinha. Nem me passa pela cabeça "estragar" o natal do meu marido e da família, daí apetecer-me ir sozinha. Mas não será possível... estragava-lhes o natal na mesma, por isso back to reality LittleFairyTale e põe a tua capa de insensível para sobreviveres aos inúmeros jantares de natal com as famílias felizes dos teus amigos e com os novos rebentos da família.

Desta vez adiciono ao conjunto de medos que tinha antes, um medo bem maior e mais temível que todos os outros. Mais que o medo de uma tec negativa, tenho medo de um novo aborto. E não fosse a vontade enorme de ter um filho, deixaria que esse medo me paralisasse. Por outro lado, tenho um feeling que vai correr bem esta transferência. São aquelas coisas que se sentem... (e por vezes estamos bem erradas, mas enfim, hoje acredito que 2018 me trará um filho). E eu não costumo ser otimista. Se bem se lembram, depois do meu beta positivo (e bem positivo!) nunca consegui relaxar. Sentia sempre que não ia correr bem. Desta vez não sinto isso... sinto que vai ser desta. (Hoje penso assim, amanhã logo se vê... o meu humor é meio bipolar no que toca a infertilidade eheh, se lhe juntarem a época natalícia então nem queiram imaginá-lo!) 

sábado, 25 de novembro de 2017

Today News

Parece que temos transferência marcada! iupiiii (É incrível como aprendemos a relativizar de tal forma que até pudermos marcar a transferência é uma vitória para nós.) 

Na realidade ainda falta o telefonema da Dra. C. para oficializar a coisa, mas a médica que me atendeu na IVI Vigo estava bastante otimista que estava tudo encaminhado. Hoje temos endométrio com 7,2 (acho que nunca o vi tão crescido) e folículo com 18,5. O quisto mantém-se estável, logo o ovário esquerdo mantém-se impávido e sereno a observar o ovário direito a trabalhar. Falta saber o resultado da análise à progesterona, estradiol e LH para confirmarmos que está tudo ok. 

Assim, como plano das festas teremos hoje o Ovitrelle e amanhã começo a progesterona intramuscular.  A transferência será dia 30/11, véspera de um ferido, exatamente como na anterior. Ainda bem porque nos permite ficar em Lisboa e fazer a viagem de regresso ao norte só no dia seguinte. Agora é aquela parte em que começo a rezar (por assim dizer, que rezar é coisa que não faço, digamos que eu e o Deus Divino ainda não estamos de pazes feitas) para que corra tudo bem daqui para a frente. 


quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Today news

Parece que as coisas estão encaminhadas... Mas só sábado saberemos!

Hoje tínhamos folículo no ovário direito a 15 e endometrio a 6. O habitual... endometrio foleiro como sempre, mas pelo menos o habitual dele. Em princípio está tudo bem, mas sábado teremos que fazer nova eco e análise para confirmar que o folículo não luteinizou. Nos outros ciclos o endometrio ainda cresceu mais um bocado e parece que segundo o folículo ainda é provável que cresça. 

Começo a achar que poderá ser possível acontecer a transferência, que a acontecer será no próximo dia 30. MEDO. 

A parte melhor de tudo? O quisto não cresceu! Está estável... Iupi. Graças a ele o preguiçoso do ovário direito teve que se por fino e trabalhar um bocado. Espero que não me deixe ficar mal. 

A parte pior? Tenho que ganhar juízo e parar de fazer previsões catastróficas. Confiar mais na Dra. C. também... Não que não confiasse, mas estas tretas são tão imprevisíveis que até um médico experiente por vezes se surpreende. (Ela ficou chocada com o meu aborto... ela mesma tinha feito uma eco 2 dias antes e estava tudo perfeito, o coração batia com toda a força. São coisas que não compreendemos, só nos resta aceitar.) 

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Cenários possíveis para amanhã

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Na verdade eu gostaria de não ser assim, de não analisar em demasia tudo no que toca à infertilidade, de deixar rolar e confiar. E até já fui mais assim. Quando isto estava a começar e tinha a minha tão querida inocência, que efectivamente já perdi. Mas bom vamos então à análise dos cenários possíveis para amanhã:

1. Já ovulei. Amanhã será o 12º dia do ciclo. Lá está tenho que confiar nas previsões da Dra. C. mas na realidade tenho medo que já seja tarde. Em teoria costumo ovular mais tarde, mas aborto/quisto/pílula... não sei em que estado se encontram os meus ciclo. Obviamente que ficarei triste, mais um revés... 

2. O endometrio não cresceu e ganhei novos quistos. Não haverá nada a acrescentar, para além de que voltarei a   reflectir sobre a dificuldade disto tudo e do rumo que a minha, a nossa, vida leva já há um bom tempo.

3. Estará tudo pronto a receber um embrião na próxima semana. Isto já seria uma vitória... uma grande vitória.

Não sei porquê mas inclino-me mais para a hipótese 2.  

sábado, 18 de novembro de 2017

Querido Pai Natal

santa-kisses: “christmaself: “ We are Santa’s elves  ” santa claus is coming to town…☃❄ ”

Querido Pai Natal,

Não te preocupes, não te peço o impossível até para ti que és mágico, que seria um filho para presentar o meu marido e toda a família. Tenho consciência que até para ti é difícil. Mas já que és mágico e que consegues prever o futuro só te peço o seguinte: se for para a TEC ser negativa, faz com que o meu endometrio não esteja bom no dia 23. É que se não houver transferência este ciclo, certamente que no ciclo de dezembro também não haverá porque a clínica fecha alguns dias suponho eu (ou pelo menos funciona a meio gás), e assim poupas-me a mais uma desilusão este ano que já não foi nada famoso para estes lados.

Encararei mais esse revés como uma prenda antecipada que tens para mim e não te chateio com mais pedidos estranhos.

Grata,
MyLitteFairyTale

terça-feira, 14 de novembro de 2017

State on mind

when things are aparting actually they r falling in place so have some patience great things take time

Digamos que no que diz respeito a ter um filho, a esta treta da infertilidade, já estou cansada do everything falls apart. 

Estou para aqui a tentar preparar-me para os próximos dias, para dia 23 ter mais uma bela desilusão. Achas que vais fazer uma nova TEC? Wrong feeling. Try again next year.  Se isso acontecer só poderei aceitar e sorrir. É porque o Universo está definitivamente a dizer-me para esquecer isto. Mas então e os 5 embriões que ainda temos? Podíamos sempre doa-los. Sempre haveria a possibilidade de continuarem por cá os maravilhosos genes do meu marido!

Na verdade neste momento em que me encontro tenho medo de fazer a TEC, de não fazer a TEC, tenho basicamente medo de tudo. Ainda ontem me achava preparada (mais que preparada!) para transferir 1 embrião, mas agora já não sei. Não sei se quero passar por tudo novamente. Sei muito bem que se quero ter um filho (tentar vá...) tenho que passar por isto outra vez. Endometrio cresce? Não cresce? E este spotting será que interfere? E se faço a TEC e dá negativo? (Algo bem provável). E se dá positivo? Ui ui se dá positivo. Aí é que começa a verdadeira montanha russa. 

É muito difícil falar nisto, mas um aborto como o meu, aliás como todos, é uma coisa que não se ultrapassa facilmente. Obviamente que é sempre difícil, mas caramba... eu abri mão do meu código genético, nunca terei um filho parecido comigo ou com alguém da minha família, para depois me acontecer isto! Pode muito bem ser o Universo a dizer-me mais uma vez para ganhar juízo e aceitar que não terei filhos. Ponto final.

O processo de ter um filho era suposto ser fácil, ser lindo, ser mágico... e o meu já vai longo, conturbado e doloroso. E pode se prolongar por mais uns tempos. E eu não sei se quero continuar nisto muito mais tempo. Não sei se emocionalmente consigo. Só queria a inocência do primeiro tratamento e a esperança que tive no último. Neste momento nem sei bem o que quero, o que sinto, o que ando para aqui a fazer. 

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Today News

Olá minhas queridas amigas virtuais que tanto me ajudam nesta “luta” que é tentar ter um filho.

As férias foram ótimas! Voltava para lá mais uma semana, assim para ser realista! Mas como os dias de férias foram gastos com as idas a Lisboa restou uma semana, mas que soube bem. Não vou dizer que nem me lembrei que poderia estar grávida neste momento, nem do medo que tive (e tenho) da próxima TEC, porque seria mentira. Vocês sabem... vivemos para isto. Mas temos que tirar partido das restantes coisas boas da vida, e posso dizer que fui muito feliz nestas férias. 

Ontem quando cheguei a Portugal fui presenteada com Mr. Red. Foi um querido e só veio quando cheguei a Portugal... deixou-me ir de férias tranquila. Nada como tomar a pílula e isto andar reguladinho. Adoro. Mas bom... agora acabou a pausa. Hoje foi dia de consulta na IVI e portanto... back to reality. Que não é a que eu gostaria mas enfim. O habitante do meu ovário esquerdo continua por cá... está estável. Não cresceu, mas também não desamparou a loja. A Dr. C. tem absoluta certeza que ele não está funcional e portanto acredita que estamos na luta. Será este ciclo. Já eu... embora ela nunca me tenha deixado ficar mal, tenho um medo enorme que agora que deixei a pílula, na próxima ecografia, que será no dia 23/11, o quisto estará a bombar hormonas com toda a força e portanto não haverá transferência para ninguém. Mas temos que ser otimistas... dia 23/11 saberei como andará o endometrio e essas coisas que não tinha saudades nenhumas. Ainda pensei que a Dra. sugeri-se fazer um ciclo controlado com medicação, e embora tivesse ponderado achou melhor fazer ciclo natural. O ciclo controlado correu catastroficamente e o natural nunca me deixou ficar mal... mas também nunca tive lá um quisto. Estão a ver como isto não está famoso por cá! 

Desta vez estivemos mesmo para transferir 2 embriões. Depois de muito refletir demos voz ao racional da coisa e optamos por transferir só 1 novamente. Se o problema for dos embriões, continuará a acontecer quer seja 1 ou 2.  Seja qual for o problema, seria igua... e além disso não podemos ignorar os riscos acrescidos de uma gravidez gemelar. Felizmente corre bem a maioria das vezes mas não quero nem pensar no cenário contrário... com a minha sorte já estão a ver... além disso há a questão da ovodoação... atualmente tem-se estudado que corre melhor apenas com 1 embrião. Mas é como em tudo... nem sempre nem nunca. 

Vamos ver o que a vida tem reservado para nós. 

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Eu já sabia que ia ser assim

One of the hardest things to do in life, is letting go of what you thought was real. SEA

Mas caramba... custa tanto.

Eu sou boa a reagir perante as adversidades. Enfrento as situações e tenho como lema aceitar aquilo que não posso mudar. Eu já sabia que o pior no aborto não seriam aqueles dias... nem sequer os dias seguintes onde estive anestesiada e a lidar com a dor. Até foram bastante fáceis... aceitei que aconteceu e preocupei-me em seguir em frente. Sempre com o amor incondicional do meu marido. 

Mas agora, agora que passaram 3 meses é quando dói mais. É quando a dor chega a levar-me às lágrimas no carro ou em casa quando estou sozinha. É terrível ir ao shopping e ver as coisas de natal. Eu não quero viver o natal este ano. Poderia ser tão feliz e vai ser o mais triste de todos. É muito difícil estar com bebés e grávidas (que mais uma vez parece que há um baby boom por aí). Sinto-me miserável e mais miserável por me sentir miserável. E o meu marido merece muito mais de mim. Merece que eu seja feliz. Mas caramba... não está nada fácil. 

Estou prestes a fazer uma viagem que muitos gostariam de fazer, posso começar a preparar uma nova TEC quando voltar, mas só consigo estar presa a sentimentos tristes, a desilusões e frustrações, ao "agora poderia estar". E nem sequer estou muito preocupada com o futuro. Nem sei se a próxima TEC irá funcionar, nem sei se vai resultar a acabar da mesma forma que a anterior e eu estarei "oficialmente" a jogar no campo dos abortos. Obviamente muitas dúvidas me assombram... voltar a tentar um dgpi... será que com os meus ovócitos correria melhor?! O pior seria arranjar um normal. Tentar uma gravidez normalmente e fazer a amniocentese... afinal já sei o que é passar por um aborto. 

Estou perdida de todo. Só espero que as férias tenham um efeito de reset na minha vida. Preciso de encerrar este capítulo antes que dê em maluca.

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Para onde voaria?

Pros seus braços, não há outro lugar que eu poderia querer estar.

Certamente que voaria para bem longe de mim nestes dias em que o desapontamento de andar "nesta vida da infertilidade" se torna muito difícil de lidar. 

São tratamentos sem transferência, são tratamentos em que a menstruação vem em dias que nem é suposto. São quistos funcionais que insistem em estagnar a vida. São spottings durante o ciclo que me desesperam totalmente. São abortos... a derradeira desilusão disto tudo.Começa a ser demais... Parar para refletir e ver tudo o que já vivemos começa a ser doloroso. E pensar que o nosso único problema era evitar passar uma mutação genética para os meus descendentes! Não temos (ou tínhamos que agora já nem sei bem) nenhum problema reprodutivo. 

Agora não é como no inicio onde a ignorância e a esperança nos moviam. Agora, move-nos nem sei bem o quê. Talvez sejam os 5 embriões que nos restam. Sei que não sou a mesma que era antes do aborto. E não posso dizer que tenha mudado para melhor. 

Entretanto acho que o meu quisto só pode ter continuado a crescer dado a "impressão" que sinto no meu ovário esquerdo. Não sei como pode ter regredido e continuar a massacrar-me a sua presença (talvez até mais). Também posso ter ganho outro, o que seria pouco provável dado estar a tomar a pílula. Só sei que a minha esperança em fazer uma TEC quando voltar de férias já não é muita. E já estou cansada de esperar... de desilusões... de tudo isto. 

A grande luta que tenho travado comigo mesma é a de tentar manter-me confiante que vou conseguir dar um filho ao meu marido. Todos os dias digo alto em frente ao espelho que vai correr bem. Mas depois reflicto no passado que descrevi acima e fica difícil. Está praticamente decidido que iremos transferir 2 embriões numa próxima TEC. Seja ela quando for. Por muito que a Dra. C. seja da opinião de transferir apenas 1, não sei se quero (se consigo!!) passar por mais 5 transferências mal sucedidas. 

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Today news

Inspirational Quote about Life, Love, Relationships and Fitness: Good Things Take Time Do you have an inspiring or funny story to tell? We want to feature you o

As notícias não podiam ser melhores. Ou melhor... poder até podiam, mas dadas as circunstâncias até foram boas.

O quisto continua por cá, tal como eu previa (eu sinto-o). A parte boa é que diminuiu. Fiquei a saber que o desgraçado tinha 3cm o ciclo passado e agora tem 1,9cm. O facto de ter regredido comprovou, à partida que nestas coisas nunca se sabe, que é folicular e que provavelmente já nem estará funcional.

A ecografia foi feita na IVI Vigo e passado um bocado recebi um telefonema da Dra. C. que disse precisamente isso, o facto de ter regredido era bastante positivo. Disse, também, que poderia até nem tomar nada que ele acabará por desaparecer, no entanto acordámos que tomarei mais uma caixa de pílula (1 caixa + uns dias) para sincronizar o próximo ciclo. A ideia é o ciclo estar precisamente a iniciar quando voltar de férias, no dia 13 de novembro. Eu que não ando nisto há 2 dias sei bem que os meus quistos só lá vão com a pílula, por isso não quero facilitar.

Ainda perguntei à Dra. se se quiséssemos transferir este ciclo se seria possível, e ela disse que provavelmente sim, mas eu percebi que ela também acha melhor assim.

E eu, não sei bem porquê, sinto que estamos a caminhar num sentido positivo. Este tempo que o desgraçado do quisto me está a obrigar a esperar por uma nova transferência, talvez tenha sido uma coisa bastante positiva para equilibrar a minha mente. Quando passo os olhos no forum de mãe para mãe ainda "tremo" quando vejo os relatos de quem está à espera do resultado de uma transferência. Continua a assustar-me imenso a ideia de passar por isso novamente. Mas não me resta alternativa... terá que ser. Não posso ficar presa ao passado, e ao "tão boa que a minha vida poderia estar a ser neste preciso momento". Temos que pensar no futuro. Ainda há esperança no futuro.

Fiquei contente, se é que se pode chamar assim, por ter voltado a sentir emoção com esta ecografia. Estava mais que definido que  este ciclo não iria acontecer nada, mas mesmo assim voltei a importar-me com que estivesse tudo bem. Embora tenha mais medo que nunca, quero mesmo voltar a fazer uma TEC. Talvez até volte a resultar...

terça-feira, 10 de outubro de 2017

Pensava eu...

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Pois que então estava eu aqui conformada com a minha (nossa!) decisão de este ciclo estar quietinha e nem pensar numa TEC, quando comunico à Dra. C. a nossa intenção e ela me diz que de qualquer maneira tenho que fazer uma ecografia agora no início deste ciclo (após a toma de uma carteira completa de pílula) para confirmar se o quisto era funcional. (NÃO QUERO ECOGRAFIA NENHUMA)
Que seja. 
Sexta feira terei notícias do hospede que resolveu apoderar-se do meu ovário. A verdade é que preferia continuar aqui na minha santa ignorância, a fazer de conta que está tudo bem (quando sei que não está) e a fazer planos de safaris no deserto.
Espero que o quisto seja realmente funcional, que tenha diminuído. Desaparecido não acredito que tenha desaparecido. O meu medo, o meu real medo, é do que irá ser descoberto para além do quisto. É que um quisto folicular funcional é uma m$rd@, mas há coisas bem piores. 

A decisão de a TEC não ser feita esta ciclo foi nossa, está tomada... mas custar-me-á imenso na mesma ouvir que "não está tudo bem". Não há meio de me habituar a isto. 

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Já não me lembrava

muito top

De não dar prioridade à infertilidade na minha vida. 
Hoje foi o dia. 
Viagem marcada. 
TEC adiada lá para dezembro. Provavelmente teria que ser adiada na mesma porque o quisto ainda deve estar por cá a fazer das suas, ou algo pior quem sabe? Mas agora também não é a altura de pensar nisso (como se fosse possível?). Confesso que a decisão final foi do meu marido, isto é uma espécie de vício. Uma vez que ele queria esta pausa só me restava concordar com ele. Vamos ver o que a vida tem reservada para nós.  


sábado, 30 de setembro de 2017

Nós por cá...

"You have more faith than you think you do." -Jeffrey R. Holland LDS Quotes…

Adorava dizer que esta quote está certa... mas cada dia é mais difícil. 

Cada dia é mais difícil superar o aborto. Isto não melhora com o tempo. O meu marido fez anos no dia 28 e eu faço na próxima terça. Não foi fácil o aniversário dele. Foi um dia muito angustiante... poderia ser tão feliz com um bebé a caminho. São inevitáveis e muito dolorosos estes sentimentos. Isso e eu ter absoluta certeza que uma nova transferência não estará para breve. Além disso não acredito numa nova implantação. Volto a pensar que o caminho para mim é outro. É desistir deste delírio de ter um filho e aceitar que não será para mim. Por muito doloroso que isso seja. 


quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Cenas de mulheres infertéis IV

Desta vez não é cenas de mulheres, mas de casais inférteis que isto (infelizmente!) é um problema do casal.

Assim de repente, posso dizer que me apercebo que 3 ou 4 casais das minhas relações, não amigos próximos que a esses não lhes assiste estes problemas. Estava a escrever este texto e a lembrar-me de um amigo meu, próximo, que partilhou à dias em conversa que já está desde o início do ano a tentar ter o segundo filho e até agora nada. Caro que foi no meio daquela conversa fantástica "E vocês estão à espera de quê?", ao que eu respondi "Que chova!" e ele entendeu da maneira que quis. Também soube que um primo do M. demorou anos a conseguir, o meu cunhado também teve que ser FIV o primeiro filho. A infertilidade está por todo o lado. Fica é dentro das paredes de nossa casa, como se de algo precioso se tratasse. Só quando o objetivo é alcançado é que se consegue falar publicamente disso. Mas já estou a divagar. Este post é sobre os comportamentos, tão evidentes para nós que também os temos, de casais que lutam para ter um filho. 

Têm casamentos felizes.
Se um casamento sobrevive a anos de infertilidade, sobrevive a tudo. Ou quase tudo. A infertilidade é uma prova de fogo para qualquer casamento. É como a selecção natural, só os mais fortes sobrevivem. Felizmente posso dizer que esta treta toda só tem fortalecido o meu casamento. Mas o futuro só Deus sabe. 

Têm um animal de estimação. 
Chamem-lhe consolação, chamem-lhe o que quiserem. Mas se um casal, casado a vários anos, adota um animal de estimação (principalmente quando algum deles antes era relutante), podem desconfiar que a infertilidade anda por lá a fazer das suas. O meu cão é um dos responsáveis de eu ainda andar para aqui a sorrir como se não houvesse amanhã. Sem ele seria mais difícil. 

Deixam de viajar como viajavam.
Adivinhem porquê? Têm que gastar o dinheiro em outras coisas. Ou então, o nosso caso, dando prioridade aos tratamentos e não podendo marcar férias de um dia para o outro, acabamos por andar entre tratamentos e torna-se difícil realizar as viagens planeadas. A vida fica mesmo em suspenso.

Espero que não se revejam neste post. Seria um ótimo sinal. 

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Today news

Pois que isto não anda nada fácil aqui pelas minhas entranhas!

Também podia ser pior, mas tal como previa sai da IVI com a prescrição de uma pílula. Estou toda desregulada. Um aborto não é fácil. Quero pensar que significa que hormonalmente o meu corpo estava a cumprir a sua função, daí estar a custar-lhe tanto voltar ao normal. Se voltar a haver uma implantação será muito azar um novo embrião ter problemas de desenvolvimento. Mas como azar é coisa que não nos falta... logo se verá. O meu maior receio é não conseguir uma nova implantação...

Basicamente tenho um quisto (o mesmo que já tinha o ciclo passado que fez o favor de crescer). Não me pareceu nada pequeno. O ciclo ainda está numa fase muito inicial, mas o a Dra. C. teme que o quisto seja funcional, logo tenho que tomar a pílula para por ordem nisto. Já disse que ODEIO quistos? São inofensivos mas chateiam-nos.. Basicamente vou tomar a pílula, os 21 comprimidos, e quando vier a hemorragia aviso a Dra. C. para na semana seguinte fazer ecografia para ver se já esta inativo. 

Não fiquei triste por não fazer TEC. Já sabia que não estava fácil... nem sei se queria fazer.  Fiquei triste por nada ser fácil connosco neste preocesso. Apanhamos as pedrinhas todas. Nada corre bem à primeira, nem à segunda, nem à terceira... sinto um enorme cansaço. Sinto a cabeça em água, e um vazio de sentimentos enorme. É como o meu marido diz... isto já é uma maratona, os último km são os mais difíceis. Estamos mais fortes, mas cada percalço por mais simples que seja (tipo quistos) custa-nos mais porque estamos cansados... também ele está cansado disto. 

Não é falta de esperança... é cansaço. Já merecíamos melhor. 

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Amanhã

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Amanhã tenho consulta com a Dra. C. E a novidade? Não estou minimamente preocupada em fazer a TEC. Estou preocupada sim, mas com o estado do meu útero. Amanhã só gostaria de ouvir que "isto" está a evoluir bem. Não tenho qualquer esperança em que seja possível fazer uma transferência neste ciclo. Já estou por tudo... que seja o que tiver que ser. 

Acho que já me estou a habituar a más notícias, a ser paciente, whatever. Esta pausa só pode ser boa para o meu corpo e para a minha mente também. Estou cheia de compromissos pessoais para as próximas semanas, alguns deles incompatíveis com a TEC. Quando os agendei nem me lembrei que poderia ter que adiá-los por causa da transferência. Nem me lembrei disso. Significa que não acredito, secalhar nem estou preparada, para passar por tudo novamente. As férias de novembro estão praticamente a ser marcadas. E sem reembolso. Dubai here we go! Preciso desesperadamente dessas férias. Precisamos! Acho que desta vez vou pensar em mim, em nós, e só depois em ter um filho.

Torçam para que esteja tudo bem com o meu útero amanhã. O resto... logo se vê. 

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Bad days

Ei, tudo vai ficar bem

No sábado iniciou-se um novo ciclo menstrual. Afinal o que eu pensava ser spotting da ovulação, já era a menstruação a querer dar o ar de sua graça. Um ciclo de 18 dias... (se contasse desde que começou a dar o ar de sua graça seria para aí de 15 dias). Penso que este ciclo foi anavulatório. As minhas hormonas estão todas baralhadas, assim como eu. Tinha indicação da Dra. C. para fazer uma ecografia ao  8º dia do novo ciclo, mas verdadeiramente nem sei quando será o 8º dia. Talvez sábado... esta baralhação toda só contribui para me deixar bastante triste. Sim... eu quero andar para a frente, superar o aborto, mas com esta desregulação hormona não está fácil. Obviamente que nem estou a pensar numa transferência para agora. Se ainda tive a ligeira ilusão no ciclo passado, que poderia ser para breve, neste momento sei que não vai ser nada fácil. Terei que dar tempo ao meu corpo para superar o que aconteceu. Na próxima consulta provavelmente sairei de lá com indicação para tomar uma pílula para regular os ciclos. 

Sábado e domingo não foram dias fáceis. Esta indefinição, é menstruação?, não é menstruação?, será que é algo grave? dá cabo do meu sistema nervoso. (Domingo tornou-se evidente que era a perda de sangue semelhante a menstruação, mas até lá ainda não era evidente, e poderia ser um spotting qualquer). Estou farta de sangue... estou farta de viver angustiada com estas coisas. E nem sequer estou preocupada com uma TEC agora... só me preocupa regular as coisas por aqui. 

Depois de me ver a desesperar, o meu marido sugeriu fazermos uma pausa de tudo isto. Durante uns meses não pensarmos nisto... fazemos uma das viagens que temos planeadas e no inicio do ano retomamos esta questão. Estou tentada em aceitar a sugestão dele.
(Só é pena já não ter quase dias de férias nenhuns uma vez que os gasto para ir a Lisboa... se ainda tivesse dias significativos para tirar, não teria dúvidas em seguir a sugestão dele. Assim...)

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Resultado análises trombofilias

Adoro quando os resultados chegam antes do que estamos a contar. O dia 15/9 tornou-se dia 6/9 e quando dei conta estavam os resultados perdidos no meio dos meus mails. Antes assim.

Parece que está tudo dentro do normal, tal como eu previa. Por um lado ainda bem, já me chegam de maleitas. Se viesse lá o motivo do meu aborto tanto melhor. Continuo a achar que foi um infurtunio, um embrião com anomalias genéticas incompatíveis com a vida. Tal como acontece com imensa gente. O que me inquieta é conseguir uma nova implantação... é com isso que me preocupo.

Tal como prometi, aqui ficam os factores investigados:
- Resistência prot. C. activada (F V Leiden)
- Pesq anticoagulante lúpico
- Proteína C da coagulação (funcional)
- Proteína S actividade funcional 
- Anti-Tombina III funcional
- Pesquisa de mutação factor V
- Pesquisa da mutação Protrombina
- Pesquisa de mutação MTHFR *
- Anticorpos Anti-cardiolipina (IgG e IgM)

* Neste parâmetro tenho heterozigoto para a mutação A1298C. O médico lá de casa diz que está tudo bem. Eu sou completamente leiga no assunto, sei que todos os outros estão dentro dos parâmetros ou ausente de mutação. 

terça-feira, 5 de setembro de 2017

State on mind

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Esta dúvida hoje voltou a perturbar-me. Não que eu ache que chegou a hora de desistir de ter um filho. Mas talvez esteja a chegar a hora de preparar-me para tal. 

Este ciclo menstrual não está a ser fácil. Está a ser bem mais "anormal" que o anterior, o que se seguiu ao aborto (já consigo referir-me ao sucedido como aborto! talvez esteja a progredir). Não tenho dor nenhuma e soube na ecografia que  este ciclo não estava normal, soube (e sei!) que o 2º ciclo após um aborto ainda não está equilibrado. Mas hoje voltei a ter um sangramento a meio do ciclo (que deduzo seja da ovulação). É frequente isto acontecer comigo, mas deita por terra toda a esperança que eu possa eventualmente ter em um tratamento bem sucedido. Isto não é muito valorizado por nenhum médico, as ecografias (tirando esta em que fui alertada que havia um folículo que provavelmente se iria transformar em um quisto folicular e onde ainda existiam vestígios do aborto) não detetam nenhum problema, mas o que é certo é que isto inquieta-me.

Na próxima consulta com a Dra. C. vou perguntar-lhe se não acha oportuno fazer uma histeroscopia antes da nova TEC. Nem que para isso tenha que adiar mais um ciclo (ou 2) a transferência. Não sei como é este procedimento na IVI, se a histeroscopia terá que ser realizada num ciclo e a TEC em outro, ou se pode ser no mesmo. Aliás, nada me garante que não será a Dra. a adiar quando fizer nova eco e vir como isto está. Só sei que tenho um longo caminho pela frente... e neste momento encontro-me com bastante medo de percorrê-lo. Se ao menos pudesse voltar para a "nuvem" onde me refugiei nos primeiros tempos... fui tão feliz lá.  

quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Today News

A TEC, tal como eu previa e não fico nada triste, não será este ciclo. O endometrio está "bonito" para esta fase do ciclo 8º/9º dia mas o foliculo dominante já tem 18mm, ou seja vou ovular antes que o endometrio esteja no ponto. A prova que após um aborto os ciclos ficam marados. Só espero que o próximo seja melhor.

Embora o protocolado seja fazê-lo após dois abortos, A Dra. acha importante fazer o estudo das trombofilias e como tal mal cheguei ao Porto fui fazê-lo. A prescrição ficou no laboratório mas quando tiver o resultado, por volta de dia 15/9, publico quais foram os factores analisados. Basicamente consiste em estudar se tenho algum problema de coagulação do sangue, incluindo a mutação no gene que causa esses problemas. Já me chegam de mutações nos genes!! Sinceramente não acredito que tenha nada disso, mas obviamente que fico mais sossegada fazendo essas análises e quem me dera que viesse algum valor alterado. Estava justificado e poderia-se evitar o mesmo desfecho da próxima vez. Se não tiver nenhum problema de coagulação resta-me acreditar que foi um infeliz acaso igual ao que acontece a tanta gente. Obviamente que na minha mente ocorrem problemas de compatibilidades e coisas mais maradas mas como diz o meu marido "deixa andar. Estamos a ser seguidos pelos melhores especialistas do país (não são os únicos, atenção!), fazemos os exames que nos aconselharem e deixamos rolar". E é isso que vamos fazer.  Também me ocorre que tenha algum problema no útero... iremos lá depois certamente. 

Hoje fui à IVI, pela primeira vez, com ansiedade zero. Sei que cada vez relativizo mais as coisas e isso só pode ser bom. Noutras ocasiões as notícias de hoje, adiar a TEC, seriam motivo para me deixar arrasada, mas se querem saber  no meu cérebro só ouço aquela música "I don't care". Por outro lado não consigo deixar de sentir uma enorme tristeza... e não é por ter adiado a TEC (eu sabia que ia ter que esperar, infelizmente actualmente tenho um conhecimento enorme do meu corpo), é pelo meu embrião que não evoluiu... E isso só com o tempo vai lá.

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Diz que hoje

Vou dormir à capital. (Só ainda não sei a que horas chegarei lá mas isso agora não interessa nada.)

Amanhã tenho consulta com a Dra. C. logo de manhãzinha pelo que era impossível ir logo cedo. Acresce à despesa do gasóleo + portagem a despesa do hotel. Paciência. Todos os males sejam esses. Infelizmente não serão. 

A única coisa que espero realmente ouvir amanhã é que está tudo bem com o meu útero. A vontade que tenho de ir à consulta é praticamente igual a zero. Mas tem que ser. Terei que conversar com a Dra. sobre o que aconteceu. Mais uma vez enfrentar a realidade. Se pudesse fazia a TEC agora já neste ciclo, mas para isso teriam que estar reunidas as condições necessárias e não sei se isso será possível. Ainda por cima nas próxima semanas a Dra. não vai estar na clínica e eu acho que a prefiro a ela. Uma pessoa habitua-se.  No trabalho também não seria nada fácil faltar um dia na próxima semana. Basicamente se disserem para avançar, avanço. Se não for possível, paciência. Se aprendi uma alguma coisa com a perda gestacional é que adiar uma TEC e uma não implantação pode ser o melhor que nos pode acontecer. 

Este fim de semana foi o casamento da irmã do meu marido e foi bastante dolorosa e engraçada a "pressão" para quando os nosso rebentos. Chegou a ser hilariante... uma amiga da minha sogra, eu adoro a senhora, chegou a dizer-me que estava com cara de grávida. Eu só sorri... e pensei que tal dizer-lhe "só se for das hormonas ainda não estarem regularizada dado que está a fazer um mês que sofri um aborto". Imagino a cara da senhora. Ou então outra amiga da minha sogra dizer "fazem um casal tão bonito, os vossos filhos serão um sonho". E aí eu pensei responder-lhe "se por acaso um dia tivermos um filho vai ser tudo menos parecido comigo, terá que imaginar o meu marido com outra mulher qualquer". E com isto sobrevivi a um dia que tinha tudo para ser muito feliz (e foi feliz, que eu sou mais forte que estas tretas). As pessoas não fazem por mal... eu sei e por isso no sábado até me diverti com essas tretas. Mas também me dilaceram a alma ao recordarem-me constantemente a minha triste realidade. 

terça-feira, 22 de agosto de 2017

Reflexões

A vida a seguir a uma perda gestacional (não gosto da palavra aborto) pode ser bem confusa... e dolorosa também, confesso. Mas é a confusão que mais me surpreendeu.

Hoje inicia-se a um novo ciclo menstrual e foi o dia que me comprometi a comunicar à minha médica da IVI a situação com o intuito de receber dela "instruções" quanto ao que devo fazer para preparar uma nova TEC. Mas ainda não lhe mandei mail. Nem sei quando irei mandar. Não é que não queria fazer a TEC (aconteça isso quando acontecer). Na verdade quero muito seguir em frente e ver no que "isto" vai dar. Mas estou presa na minha "nuvem", inerte na minha zona de conforto, a aproveitar este verão... que poderia estar a ser tão diferente... sem preocupações, sem limitações. Só que a dor (mais uma) acompanha-me sempre e não me resta alternativa senão aprender a conviver com ela. 

Por um lado estou otimista quanto ao futuro. Não posso ignorar que houve uma implantação, significa que o plano traçado resultou uma vez, pode resultar outra vez. Pode simplesmente não ter sido um embrião com viabilidade para progredir. Claro que me assombram uma série de outras possibilidades como incompatibildiades, as malfadas trombofilias, alguma incompetência do meu útero, sem lá quantas mais. Mas neste momento estou inclinada para me apoiar no infortúnio. Só o futuro me dará novos dados. Ainda sobram 5 embriões (caso sobrevivam todas à desvitrificação).  

Por outra lado, li à dias no forum de mãe para mãe, uma menina a dizer que o mais difícil é parar e aceitar que a maternidade não é para nós. Penso nisso tantas vezes, não poderia estar mais de acordo. Para as tretas da infertilidade ainda sou jovem, não me faltam recursos financeiros, quando devo entender que chegou o momento de virar a página? Já me lembrei disso tantas vezes... de virar a página. Obviamente que não posso fazê-lo enquanto tiver os 5 embriões, mas e depois? Falhas de implantação? Perdas gestacionais? Estas situações dilaceram-nos a alma. Nos dias seguintes à minha perda, acreditei que não queria passar por tudo novamente (nunca o confessei a ninguém... nem ao meu marido), e senti-me em paz. Em paz com grávidas, bebés, voltei a estar com os meus amigos e suas famílias felizes, Apeteceu-me tanto dizer à minha mãe para parar de sonhar com um neto... Mas nos dias de hoje voltaram-me a incomodar grávidas, bebés e famílias felizes, voltei a querer isso para mim novamente. Ainda não chegou a hora de virar a página. Só espero saber reconhecer quando essa hora chegar. É muito mais fácil esperar que estejam reunidas as condições para nova TEC do que não haver TEC nenhuma no horizonte. É muito mais fácil acreditar que vamos ser bem sucedidos do que encarar que acabou. 

Vamos ver o que a vida tem reservado para mim. 

terça-feira, 8 de agosto de 2017

Nós por cá

I keep praying, believing and hoping, have been for years, so far nothing but silence from my Heavenly Father. I'm on the verge of giving up. 

Vamos andando... Nunca fez tanto sentido esta típica expressão tão portuguesa.

Nunca na minha vida me senti assim tão... sem saber o que sentir. Não vou dizer que a perda gestacional foi a batalha mais dolorosa que perdi, porque sinceramente já houve outras tão dolorosas como esta. Mas foi esta que levou toda a esperança que tinha em um final feliz. Essa é a verdade. Hoje não acredito que algum dia terei um filho. E com isto não vou dizer que dou por encerrada esta luta. Pretendo transferir os 5 embriões da IVI. Esgotando-os não sei o que farei a seguir... provavelmente será o encerramento oficial desta luta. Mas para já irei preocupar-me em reunir todas as condições para uma nova TEC. Lá para setembro ou outubro. Mas não acredito que volte sequer a ter um positivo.E isto é um sentimento bastante ambíguo...

Tenho notado grandes mudanças em mim. Até agora incomodavam-me gravidezes, bebés e famílias felizes. Sentia uma enorme pena de mim própria. Continuo a sentir... mas de uma  forma definitiva. Não são para mim. Está na altura de convencer-me dessa dura realidade e aproveitar as coisas boas que a vida tem para mim. Não sei se será maturidade... indiferença... tristeza... sei que é isso que sinto.

terça-feira, 1 de agosto de 2017

Show must go on

Ontem tive consulta de reavaliação e tive alta. Está tudo "limpo". Parece que o meu corpo foi super eficiente em seguir em frente... fiquei aliviada. Quem já passou por isto sabe que, quando sabemos que temos um embrião sem vida dentro de nós, só queremos que o pesadelo acabe o mais rápido possível. A médica que me atendeu ontem foi uma querida. Fiquei a saber que tinha direito a 1 mês de baixa paga a 100% (obviamente que não a quis... preciso de estar ocupada mais que nunca) e que aconselham 2 /3 meses para voltar a tentar uma nova gravidez. Também me disse que estas situações são muito mais frequentes do que se pensa e devem-se a uma aleatoridade... não sei se será bem asssim... já são tantos obstáculos, tantas contrariedades. Agora tenho que arranjar coragem para informar a Dra. C. e obviamente que ela sim irá dizer quando podemos pensar numa nova TEC. Não sei se quererá fazer algum exame nos entretantos mas agora só quero esquecer tudo isto. Obviamente que não estou preparada para pensar nisso...

Quero voltar viver o que existe na minha vida além da tentar ter um filho. Tudo isso está para segundo plano há muito tempo... o meu trabalho, as actividades que me dão prazer, a minha casa, até de cuidar de mim me fui esquecendo... mas mais importante que tudo, o meu casamento. O meu marido é a coisa mais importante do mundo para mim e nos últimos tempos só pensava em outras coisas. Agora quero aproveitar este tempo só para nós.

Obviamente que este aperto no peito que sinto não irá passar nos próximos tempos. Mas esta experiência ensinou-me algumas coisas... se voltar a conseguir em positivo não vou viver as coisas de mesma forma. Não adianta nada preocuparmo-nos... não desfrutarmos, viver com o coração nas mãos, porque não muda o nosso destino. Se tiver que correr mal, corre na mesma. (vocês avisaram-me na caixa de comentários... mas eu nunca relaxei e aproveitei... um sexto sentido talvez).

Muito obrigada a todas por estarem desse lado e sorrir e a chorar comigo... desejo-vos a todas melhor sorte que a minha e muitos, muitos sorrisos.

segunda-feira, 31 de julho de 2017

Seguir em frente

Escrever este post é obrigar-me a lidar com o assunto. Aceitar o que aconteceu eu já aceitei. É porque não tinha que ser. Quanto mais cedo melhor. 

Eu sou boa em seguir em frente, a reagir... não sei se movida pela raiva, pelo desespero, mas sou boa... o pior será depois. Quando se passar mais tempo e começar a  reflectir realmente no que aconteceu e nas suas consequências. 

Cada vez penso mais que talvez seja o que o destino quer para mim. Não ter filhos. E tal como antes desta TEC, essa ideia já não me assusta tanto. Só tenho pena que o meu marido seja privado de algo tão natural por minha causa. Embora ele diga que viverá bem na mesma sem filhos, tem muito mais na vida além disso. Os filhos seriam um acréscimo, se tivermos melhor, se não tivermos está bem na mesma. Eu acredito nele, mas não sei se daqui a 5 ou 10 anos pensará igual. Veremos como será a nossa vida nessa altura.

Sobre o aborto não vou alongar-me. Nada de bom poderei escrever, a não ser que se na reavaliação de hoje já estiver tudo "limpo", não posso queixar-me muito. Fisicamente nem foi muito mau, nada que um analgésico forte não tenha resolvido. Caso ainda não esteja resolvido, terei nova dose de comprimidos e/ou intervenção cirúrgica. A ver vamos... 

sexta-feira, 28 de julho de 2017

As pedrinhas todas...

No fundo eu sabia que tinha que apanhar as pedrinhas todas... faltava a perda gestacional.

Depois das perdas se intensificarem, ficamos a saber que o embrião parou de desenvolver às 8semanas + 1 ou 2 dias... 1 ou 2 dias depois da ultima ecografia. 

Para já é tudo que consigo escrever. A minha cabeça está vazia... agora é esperar que os comprimidos façam efeito é que seja pouco doloroso (se é que posso pedir isso...).

É preciso uma força do caraças para passar por tudo isto. Pensar em passar outra vez... é difícil imaginar voltar ao processo de início. Não sei se terei força e coragem. Amanhã logo se vê. 

9º semana

Hoje entramos na 9ª semana. Já começa a parecer alguma coisa... faltam 5 semanas para acabar o 1º trimestre e puder confiar mais um pouco que vai correr bem. Para já é muito cedo para "cantar vitória". 

Na terça, na quinta e hoje de manhã as perdas de sangue marcaram presença no seu registo. Afectam-me imenso. Se num dia estou contente e confiante que está tudo bem, no dia seguinte parece que caio na real e penso "calma lá! Nada de planos, um dia de cada vez!". E é assim mesmo que tem que ser: 1 dia de cada vez. Se o tratamento de fertilidade ocupa a nossa cabeça, estas primeiras semanas de incerteza, ainda para mais quando há sangue, são muito, muito piores de lidar. 

Já temos consulta marcada com o obstetra para dia 3/8, a próxima quinta feira e vamos lá ver se ele encontra alguma explicação para esta situação das manchas de sangue, corrimento ensanguentado, o que quer que esta porcaria seja (nunca manchou as cuecas nem ficou na sanita - perdão pela descrição). Só espero que corra tudo bem até lá... e que acima de tudo, esteja tudo bem com o embrião na consulta. Vivo com o coração nas mãos desde que soube da gravidez... é muito complicado lidar com esta ansiedade, este medo constante... e não consigo libertar-me disto é já estou cansada desde estado de medo constante.

Esta semana também ficou marcada pela interrupção da administração da progesterona intramuscular. Na verdade tivemos indicação para parar logo no dia da consulta com a Dra. C. Segundo a Dra. a placenta já era mais que suficiente para produzir a progesterona necessária, mas como ainda tínhamos 2 ampolas em casa pedi à Dra. para continuar a tomar.... ela concordou, e até disse que se fosse para eu ficar mais sossegada tudo bem, mas não era necessário. Agora já acabou oficialmente e eu estou cheia de medo que faça falta. Na verdade o meu rabo agradeceu imenso... o meu pobre marido já não via área "decente" para dar a pica. Eu confesso que já nem sentia nada de especial... habituei-me àquilo. Todo o mal fossem umas picas no rabo...

A parte boa, que será impressão minha ou não, é que parece-me que a barriga já começa a fazer-se notar. Mais ao final do dia... quanto ao resto não há mais nada de novo. Enjoos nem ve-los, pelo contrário a fome tem sido minha companheira. 


sexta-feira, 21 de julho de 2017

2ª Eco - 8 semanas

Hoje o meu coração sossegou mais um bocadinho. Está tudo bem. Tudo ótimo.

Hoje ouvi o coração do meu embrião pela primeira vez. E que forte que ele bate! Conseguimos ver todas as partes devidamente diferenciadas e o que mais me impressionou foi o cordão umbilical já devidamente a ligar-me ao meu embrião! Embora seja confuso, há vida dentro de mim! Este embrião não tem o meu código genético, mas agora está ligado a mim, e eu vou fazer tudo que estiver ao meu alcance para que seja por muito, muito tempo. 

Quanto às perdas a Dra. C. reforçou que o mais provável é serem do colo do utero. Não há absolutamente nada na ecografia que sugira que sejam de outros local. Não há o mínimo sinal de descolamento e o desenvolvimento embrionário é compatível com a 8ª semana. Não poderia estar melhor. Que alívio...

Hoje tivemos alta da IVI. E eu fiquei nostálgica... foram viagens praticamente semanais para lá. Foi lá que tudo se passou e é lá que pretendo voltar (mas só lá para 2019!). Só espero que corra tudo bem até lá... Nunca esquecerei a importância que a Dra. Catarina Godinho teve neste processo. Já li algumas críticas à clínica, e a ela que tenho que publicamente discordar. O meu tratamento foi completamente personalizado e individualizado. A Dra. soube dirigir o processo de forma a ter sucesso, adaptando o protocolo após o aconselhamento do exame ERA, que no meu caso foi fundamental, já para não falar na disponibilidade para nós, mesmo estando de férias. Não poderia estar-lhe mais agradecida e feliz por nos ter calhado ela quando marcamos consulta na IVI. Ainda hoje estava lá um casal com uns gémeos de 2 anos que apenas passaram lá para cumprimentar a Dra. e mostrarem os bebés... 

Obviamente que eu sei que nada está garantido. Ainda faltam umas semanas para passar o período crítico do primeiro trimestre. Para já vamos manter este milagre para nós os dois. Mas talvez hoje já me permita sonhar um pouco. Talvez passemos a ser uma família feliz de 3 humanos e 1 cão brevemente. 

quarta-feira, 19 de julho de 2017

5 semanas após a transferência

Independentemente do que possa vir a acontecer, chegou a hora de agradecer.

Como já fui partilhando por aqui, estás semanas não estão a ser maravilhosas. Já sabia que se algum dia conseguisse um positivo, iria ser complicado, mas está a ser mais do que imaginei. A verdadeira emoção disto tudo chegou com o positivo. Objetivamente a única coisa que pode ser preocupante são as manchas de sangue que por vezes me acompanham. Sempre as tive, se se tratassem de um aborto talvez ja tivessem sofrido alguma alteração, aumentado, não sei... sei que vivo aterrorizada com isso. A verdade é que mesmo se não as tivesse estava aterrorizada. Foi muito tempo e emoção investidos para chegar onde estou... o medo de perder é imenso. Tudo isto para explicar que, apesar de tudo, estou imensamente agradecida por estar onde estou. Quando vi as duas riscas no teste de gravidez, fiz as pazes com a minha fé. Fé essa que reneguei há muitos anos atras, ainda crianca, quando o diagnóstico de uma doença genética hereditária chegou à minha família. Esta criança terá essa importância para mim... Graças à ciência terei de alguma forma, vencido essa doença. 

Muito mais tenho a agradecer. Mas para já não posso alimentar grandes esperanças. No outro dia ao jantar o meu marido começou a falar de nome daríamos a este embrião... nunca falamos sobre isso antes, mas ele está tão confiante que pensa que já nós podemos dar a esse luxo. Embora tenha partilhado com ele os meus gostos, não estou à vontade para ter esse tipo de conversa. Não ainda...

Vamos ver o que a ecografia de sexta nos reserva. Será no dia que chegaremos à 8ª semana (caso corra tudo bem até lá).

quarta-feira, 12 de julho de 2017

4 semanas após a transferência

Por cá continuamos na mesma. As perdas continuam. Embora a Dra. C. ter dito que são do colo do útero, mesmo estando tudo muito bem na ecografia, eu não estou descansada. Estou em constante luta entre o racional e o emocional. O racional diz-me que há 6 dias atras fiz uma ecografia onde estava tudo bem, as perdas não aumentaram, houve até dias que estiveram ausentes, a médica disse-me que eram do colo do útero e em nada influenciavam o desenvolvimento embrionário. Sempre tive tendência a sangrar e já me tinham diagnosticado coloco útero friável mesmo antes da saga da infertilidade. O emocional diz-me: sangue e gravidez não combinam. 

É assim vou vivendo nesta angústia. E até estou de férias, muito desejadas e com grandes planos que estão a ser adaptados (e ainda bem!!) dado o meu estado atual de grávida. Acho que posso considerar esse o meu estado. Embora não sabendo se será por muito tempo (nunca se sabe não é verdade?!)

Quanto a sintomas, tirando as mamas que aumentaram de volume e a vontade constante de fazer xixi, não há nada a registar. Houve uns dias que a indisposição tomou conta de mim, mas já há muitos dias que me tenho sentido bem, normal. No próximo dia 21 é dia de ecografia... só espero que corra tudo bem até lá. 

quinta-feira, 6 de julho de 2017

1ª Eco - 5 semanas e 5 dias

Para já posso dizer que está tudo bem. 

Quanto às perdas a Dra. C. confirmou as nossas suspeitas, são do colo do útero. Em nada interferem com o desenvolvimento embrionário. Eu sempre tive o colo do útero friável, agora que está super irrigado lá vai sangrando de vez em quando. Não é motivo para preocupação. Claro que fiquei mais sossegada, embora preferisse que elas não existissem. Mas claro que estou mais descansada. 

Agora o que realmente interessa, o saco estava lá grande e forte segundo a Dr. C. Já se começa a ver a vesícula vetelina e já vimos um pontinho a piscar. Tudo normal para esta fase da gestação. Que alívio. 

Acho que agora vou poder respirar um bocadinho e aproveitar esta boa nova. Dia 21 temos a última ecografia com a Dra. C. Esta ecografia já não precisava de ser feita na IVI mas como vamos estar de férias min Algrave, tanto faz vir para cima sexta ou sábado ou domingo e optamos por vir na sexta e fazer a eco lá com a minha querida Dra. C. Agora acho que chegou a hora de arranjar um obstetra no Porto para fazer o acompanaento... alguma sugestão? 

Hoje é um dia feliz! 

quarta-feira, 5 de julho de 2017

3 semanas após a transferência

Este semana tem sido um turbilhão de emoções, e ainda pode piorar bastante na consulta de amanhã.

Não fossem as manchas rosadas que continuam por cá, chegando a ser mais intensas que nos primeiros dias, e acho que teria sido uma semana feliz. Já tive momentos de pânico, que me apeteceu ir a uma urgência. Mas não fui...resolvemos esperar por a consulta com a Dra. C. Pouco adiantaria ir a uma urgência, nesta fase. Evidentemente que se fosse uma hemorragia acompanhada de dores e com sangue vermelho vivo, iria. Mas assim... fico perdida sem saber o que fazer. Na verdade nunca passou de manchas no papel higiénico, embora às vezes sejam bem marcadas O meu marido continua a achar que vai correr bem. 

Basicamente estou perdida neste momento. Quero muito, muito mesmo que corra bem. Dou por mim a pedir a Deus (eu que já não acreditava nele) para que este embrião não desista de mim. Quando a medicina pouco pode fazer por nós, só nos resta o transcendente. Só queria adormecer e acordar quando me garantissem que ia correr tudo bem. Infelizmente isso não irá acontecer.

sábado, 1 de julho de 2017

Não sei muito bem que título dar a este post

Queria escrever qualquer coisa, mas não sei muito bem que título dar a este post.

Por cá continuamos na mesma, ou melhor, ligeiramente na mesma. Segundo a aplicação que instalei (e que sinto que não devia ter instalado dado o estado muito inicial desta gestação) hoje inicia-se a 5ª semana. Não sabia, mas quando se sabe do positivo ganhamos logo mais duas semanas para somar à data da transferência. O que foi convencionado para todas as gestação (incluindo as resultantes de PMA) é que a data inicial da gestação é a data da última menstruação. Daí iniciar-se hoje a 5ª semana. 

Quanto a sintomas, tenho a juntar ao que já referi antes, a indisposição. É uma coisa estranha porque, não tenho vontade nenhuma de comer, mas sinto que o meu estômago pede comida com frequência. Não sei explicar muito bem. Mas hoje bateu forte está indisposição... nem me falem em comida! As manchinhas rosadas no papel higiénico ora estão presentes, ora não. Não considero sequer corrimento porque só aparecem mesmo no papel higiénico. Já me preocuparam mais, mas continuam a incomodar-me.  

Hoje faz uma semana que vi pela primeira vez as duas risquinhas no teste de gravidez. E que dia feliz que foi... mas disfrutar desta boa nova, não consigo. Tenho demasiado medo do que o futuro me reserva. Tem alturas que até acho que está tudo bem, que vai correr tudo bem. Mas tem outras... De uma maneira geral até tenho conseguido manter-me positiva. Tento fazer o que posso... não faço esforços, bebo muita água, e basicamente é isso. O que tiver que acontecer, acontecerá. 

quarta-feira, 28 de junho de 2017

2 semanas após transferência

Sei bem, bem demais, que as coisas más não acontecem só aos outros. E por isso é que não consigo disfrutar disto. Desde que sei o resultado do beta que estou cheia de medo. Tenho demasiado medo que não corra bem e tenha que passar por um aborto... é só este azar que me falta no rol. 

Eu sempre soube que se um dia conseguisse um positivo ia ficar ansiosa. Mas não pensei que fosse tanto. Isso e o papel sair rosado, várias vezes, quando vou à casa de banho deixam-me muito preocupada. Por mais que o meu marido diga que é normal (andou a informar-se) e diz que o mais provável é ser o meu útero a adaptar-se a todas as alterações que está a viver, eu não consigo estar confiante.  

A Dra. C. ficou muito, muito satisfeita com o resultado da analise. Não mandou repetir a análise e marcou eco para o próximo dia 6/7. Será que o meu coração vai acalmar depois da eco?  Será que não vai acontecer nada de mal até lá? Já pensei em repetir o beta, mas o meu marido não concorda... diz para eu confiar na Dra. C. Nas gravidezes normais só se faz um teste de gravidez e aguarda-se uma eco. O meu problema é que não é uma gravidez normal... não sei se algum dia será.

Quanto a sintomas, para mais tarde recordar já que este blog tem acompanhado toda a minha historia em busca de um filho, são os seguintes:
- Sede. Muita sede. Estou sempre com a boca seca. Penso que é o meu corpo a pedir-me que o hidrate. Como tal bebo muita mais água o que ela a...
- Constante vontade de fazer xixi. Pelo menos de hora em hora.
- Falta de apetite. Pode muito bem ser da ansiedade.. Já perdi 1 kg.
- O tal malfafado papel rosinha que me atormenta.

Gostava de estar feliz. Ou melhor, eu estou feliz. Muito feliz. Dou por mim a sorrir feita palerma. Mas estou com tanto medo que não consigo disfrutar. Ainda é tudo muito novo. 

segunda-feira, 26 de junho de 2017

TEC 2 - resultado beta HCG

E o nosso número da sorte foi: 616.

Neste capítulo é tudo novo para nós, não sei muito bem o que significa além de que é positivo, e está dentro dos valores que o laboratório considera para 2-3 semana. Vou aguardar o telefonema da Dra. Catarina para ver o que ela diz.

Estou muito feliz!! Mas com um medo enorme que não me deixa tirar proveito desta enorme conquista na minha vida. Quero tanto acreditar que vai correu bem!! Mas para já não consigo...

domingo, 25 de junho de 2017

TEC 2 - D11

Este post é provavelmente o post com mais emoção que aqui escrevo. Escrevo este post com 2 testes de gravidez com resultado positivo. Um da marca Wells realizado ontem ao final do dia, e um Clearblue digital feito com a primeira urina hoje de manhã. As ricas apareceram logo, e o ClearBlue deu o resultado 2-3 semanas.

Tenho consciência que nada está garantido neste momento. Tanta coisa pode acontecer, além de uma enorme alegria sinto um medo muito grande. Amanhã o resultado da análise já nos trará mais dados. 

Aconteça o que acontecer já foi uma enorme vitória esta TEC. Mostrou-nos que é possível. Mesmo que não evolua, é possível!

sábado, 24 de junho de 2017

TEC 2 - D9

Já vamos a meio do D10 e até agora sem presença de Mr. Red. E isso, só por isso, já é uma grande  vitoria  para mim. Uma grande esperança. Sinto-me... menos ave rara. Tal como já referi no blog só desta vez, só agora, fiz uma transferência em que tinha as tais 50% de probabilidade de engravidar. A menstruar no D7 após transferência não daria sequer hipótese a nenhum embrião. Desta vez, transferindo um dia antes, quando há receptividade do meu endometrio, e com a administração intramuscular da progesterona, conseguimos chegar ao D10. Conseguimos fazer a análise sanguínea no dia suposto. 

Ontem, embora no início da manhã, estivesse convencida que o Mr. Red viria, devido às ligeiras dores menstruaias que ainda continuo na dúvida se as sinto se são psicossomáticas e às manchinhas de sangue muito rosadinho que por vezes apareciam quando ia à casa de banho, a verdade é que desde o meio dia de ontem que elas pararam. Não aumentaram e neste momento estão ausentes. 

É evidente que neste momento alimento alguma esperança. Decidi que vou fazer um teste de farmácia ainda hoje ou amanhã. Ainda não o comprei e ando aqui a ganhar coragem para o fazer. Só vou fazer porque infelizmente se for negativo, não é por conhecer o resultado que ele se irá alterar. Basicamente não perco nada. Mas que estou cheia de medo de o fazer estou. Só o pensar que poderá dar positivo já é novidade para mim.

sexta-feira, 23 de junho de 2017

TEC 2 - D8

O D8 passou-se sem a visita de Mr. Red. Estaria tudo bem se não continuasse a mandar os seus sinais. Tenho a certeza que ainda hoje serei "brindada" com sua presença (as manchinhas rosadas por vezes quando vou à casa de banho mantém-se e têm aumentado de frequência). Está a custar-lhe a vencer a carga de progesterona, mas o malvado irá vencer.

Nesta TEC já ganhamos 2 dias em relação à anterior. Mesmo que venha hoje, no D9, já não me parece tão absurdo como o que tem sido hábito, no D7. Sempre dá oportunidade do embrião implantar. Hoje é o 14º dia de fase lutea (conto a partir do início da aplicação de progesterona, não sei se está correto), não me parece totalmente absurdo que venha hoje. 

Quanto a mim, acho que estou resignada com a situação, embora às vezes me sinta a enlouquecer. Quando acordo a única coisa que penso é que não quero viver este dia, quero acordar nem sei bem quando... das outras vezes o Red vem sem dó nem piaedade, sem duvida nenhuma. Desta vez está determinado em levar-me à loucura enquanto o aguardo. Desta vez não sinto uma tristeza tão grande como na TEC anterior... digamos que me sinto menos "ave rara" por ter aguentado até ao D9. Dá-me até alguma esperança que algum dos 5 embriões me possa conceder o pervilegio de ser sua mãe. 

quarta-feira, 21 de junho de 2017

TEC 2 - D7

Não posso dizer que o vilão desta história, Mr. Red, já tenha chegado. Prevejo a sua chegada para amanhã. 12 dias de fase lutea... bem bom para o meu histórial! (Só que não!!) Na verdade acho que só ultrapassei o D7 porque a TEC foi feita um dia antes, logo amanhã é que é o dia que costuma vir. Ele tem dado os seus sinais... ligeiras manchas de sangue rosado quando vou à casa de banho, nem todas as vezes. A heroína desta curta história, a progesterona intramuscular, está a adiar a vinda do Sr. Vilão. Está a dar-lhe luta. A ele a mim, que já tenho o rabo que nem posso.

Quanto a mim, tirando dor nas duas nádegas, só umas cólicas pre-menstruais que por vezes nem sei se existem se são da minha cabeça. Neste ciclo nunca senti a tensão mamaria tão característica da progesterona. Tirando isso aguardo a chegada do Red, para poder encerrar este capítulo mais uma vez e começar a pensar nas férias que se avizinham. Novamente a dois + 1 (o cão). 

Também será bom voltar a ir à casa de banho descansanda! Acho que estou a enlouquecer sempre a ver se será "a" vez em que o Red se anuncia de verdade. Cada vez que tenho que ir à casa de banho é um tormento. Acho que estou a fritar a pipoca literalmente. Ninguém disse que ia ser fácil... ninguém disse.

terça-feira, 20 de junho de 2017

O mesmo filme

D6 - O mesmo gião e o mesmo protagonista.

Hoje após umas cólicas menstruais, lá começou o corrimento rosado. Aposto que amanhã o protagonista vilão, Mr. Red estará aí em grande força. 

De tão hilariante que isto é não sei se ria não sei se chore. 

Por incrível que pareça não sinto aquela tristeza profunda das vezes anteriores. Talvez seja o hábito. Ou o cansaço de tudo isto. Só não sei como irei comparecer a uma festa que tenho esta noite e como vou dar mais uma injeção intramuscular em vão... sei que o meu marido não vai querer parar já, eu por mim encerrava já este assunto de uma vez.

segunda-feira, 19 de junho de 2017

Pensamentos soltos

Hoje cumprir-se-à o 5º dia após a TEC e hoje começa a minha ansiedade. Se correr como o que tem sido habito entre hoje e amanhã se iniciará a chegada da menstruação, que vira oficialmente ao D7. A minha espera pelo beta costuma ser mais curta que o o habitual.

Neste momento gostaria de pensar que o embrião está a implantar, mas só consigo pensar que já se perdeu pelo meu miserável endometrio. Sintomas não existem, não fossem os meus medos e neste momento nem me lembrava que tinha feito uma transferência. Nem o irritante projefikk para me lembrar, até tem vantagens a progesterona intramuscular, uma pica de 2 em 2 dias e libramo-nos dos irritantes ovos de  progesterona.

Tenho pensado nos próximos passos após está Tec (eu funciono assim, tenho que pensar em todos os cenários para me preparar para eles, embora já tenha percebido que não custa menos por já estar preparada), e tenho sentido uma sensação de irrealidade. Será a 4ª transferência de embriões... já soa ridículo passar por tudo novamente. 

sábado, 17 de junho de 2017

Repouso após TEC

Este provavelmente é um dos temas que nos faz refletir mais neste processo. Na minha opinião quando se faz uma transferência após estimulação, o descanso após a transferencia dá imenso jeito porque após a punção é sempre uma altura de alguma debilidade física. Numa TEC, a debilidade física é menor, logo o nosso organismo não pede repouso, cabe-nos a nós decidir. Eu sinceramente acho que essa questão é um mero pormenor. O que decide a implantação ou não é a qualidade do embrião e do endometrio. Mas também me martirizo algumas vezes por dia quanto ao se devo ou não fazer isto ou aquilo. Queremos tanto que corra bem que é impossível ficar indiferente. 

Assim sendo, eu faço a minha vida praticamente normal:
-  trabalho, não trabalho sempre no mesmo local, algumas vezes vou trabalhar a pé, outras tenho que fazer 50km de carro em cada viagem. Obviamente que se fosse um trabalho de esforço físico seria diferente. 
- cozinho e trato da casa. Coisas mais pesadas como passar a ferro ficam adiadas. A limpeza do chão e da casa de banho está a cargo da empregada o ano todo por isso em nada altera a minha rotina. 
- se tiver algum jantar, convívio ou o que for, não deixo de ir

A única coisa que deixo de fazer, e acreditem me custa horrores, é passear o meu cão. Ele tem 10 meses e é um cão de porte médio, está na flor da idade e ainda não tem um comportamento exemplar a andar de trela, logo tenho noção que é um risco. Também não vou ao ioga. Mas como a minha experiência após transferências é curta (nunca preciso de esperar pelo beta), consigo viver bem com esses dias de espera do ponto de vista que limita a minha vida. 

Na Clinica AB aconselham a repouso moderado nos primeiros 5 dias (principalmente nos primeiros 3) depois vida norma. Na IVI aconselham vida normal logo a seguir à transferência. Não sei qual será a fórmula mágica. Por um lado temos que nos proteger de culpas e pesos na consciência (já chega tudo o resto que passamos) mas por outro lado não queremos deixar de viver a vida que há para além da infertilidade.