terça-feira, 19 de maio de 2020

I´m back

I´m back e quem sabe back a estas andanças que tanto marcaram a minha vida.

Que tempos loucos estes que estamos a viver. Antes de mais um beijinho muito grande para quem se encontra grávida nestes tempos malucos e incertos. 

No próximo mês vamos mudar de casa. Iupii, o meu pequeno T2 estava muito pequeno para 3 humanos e 2 patudos e por isso vamos mudar para um maior. Obviamente que a conversa da casa trouxe à baila o tema "O que fazer aos embriões que estão na IVI?". O meu marido sempre a puxar a conversa e eu sempre a desconversar. "Ah a Alice ainda não dorme a noite toda, ando exausta (mentira, não andava)". Pimbas a miúda já há 2 meses que tem um sono invejável. "Ah ainda é muito pequenina, precisa muito de mim ainda". É verdade, indiscutível, mas no meu caso é agora ou nunca. Para ser, tem que ser já. Não sei o que o futuro de reserva a nível de saúde e quanto mais cedo melhor, sendo que já é tarde. Obviamente que essa questão me preocupa, mas o que me leva a não querer fazer as tecs é o facto de achar que serei incapaz de amar alguém como amo a Alice. Ela é o meu TUDO. Não sei se todas as mães passam por isto, mas eu não sou capaz de imaginar ter que dividir a atenção que lhe dedico com mais alguém. Ela merece 100% de mim. 

Nunca pensei dizer isto, mas tenho muito mais medo que resultem do que não resultem. A probabilidade de resultar em gravidez é baixíssima, talvez por isso esteja quase convencida a arriscar. Mas e depois? Metem-me lá o embrião e não vou querer que resulte? Claro que não vai ser assim. Vou-me afeiçoar, vou querer dar um irmão à minha princesa, depois vai dar negativo e vou voltar àqueles lugares sombrios onde não tenho saudades nenhumas de estar. Além disso não fui uma apaixonada por andar grávida. Gostei da experiência, mas não estou ansiosa por repeti-la. Dúvidas, dúvidas e mais dúvidas... Mas no meu coração gostava que a minha princesa tivesse um irmão. Eu não tenho, não posso dizer que me faz falta porque não conheço outra realidade, mas reconheço que a relação com um irmão é insubstituível. Ter-se-ião um ao outro para ultrapassar os obstáculos da vida. E só por isso, vamos deixar acalmar a pandemia, e vamos voltar à IVI. Conscientes que a probabilidade de resultar à baixíssima, e ambos de acordo que só iremos usar os 2 embriões que nos restam.