quarta-feira, 28 de junho de 2017

2 semanas após transferência

Sei bem, bem demais, que as coisas más não acontecem só aos outros. E por isso é que não consigo disfrutar disto. Desde que sei o resultado do beta que estou cheia de medo. Tenho demasiado medo que não corra bem e tenha que passar por um aborto... é só este azar que me falta no rol. 

Eu sempre soube que se um dia conseguisse um positivo ia ficar ansiosa. Mas não pensei que fosse tanto. Isso e o papel sair rosado, várias vezes, quando vou à casa de banho deixam-me muito preocupada. Por mais que o meu marido diga que é normal (andou a informar-se) e diz que o mais provável é ser o meu útero a adaptar-se a todas as alterações que está a viver, eu não consigo estar confiante.  

A Dra. C. ficou muito, muito satisfeita com o resultado da analise. Não mandou repetir a análise e marcou eco para o próximo dia 6/7. Será que o meu coração vai acalmar depois da eco?  Será que não vai acontecer nada de mal até lá? Já pensei em repetir o beta, mas o meu marido não concorda... diz para eu confiar na Dra. C. Nas gravidezes normais só se faz um teste de gravidez e aguarda-se uma eco. O meu problema é que não é uma gravidez normal... não sei se algum dia será.

Quanto a sintomas, para mais tarde recordar já que este blog tem acompanhado toda a minha historia em busca de um filho, são os seguintes:
- Sede. Muita sede. Estou sempre com a boca seca. Penso que é o meu corpo a pedir-me que o hidrate. Como tal bebo muita mais água o que ela a...
- Constante vontade de fazer xixi. Pelo menos de hora em hora.
- Falta de apetite. Pode muito bem ser da ansiedade.. Já perdi 1 kg.
- O tal malfafado papel rosinha que me atormenta.

Gostava de estar feliz. Ou melhor, eu estou feliz. Muito feliz. Dou por mim a sorrir feita palerma. Mas estou com tanto medo que não consigo disfrutar. Ainda é tudo muito novo. 

segunda-feira, 26 de junho de 2017

TEC 2 - resultado beta HCG

E o nosso número da sorte foi: 616.

Neste capítulo é tudo novo para nós, não sei muito bem o que significa além de que é positivo, e está dentro dos valores que o laboratório considera para 2-3 semana. Vou aguardar o telefonema da Dra. Catarina para ver o que ela diz.

Estou muito feliz!! Mas com um medo enorme que não me deixa tirar proveito desta enorme conquista na minha vida. Quero tanto acreditar que vai correu bem!! Mas para já não consigo...

domingo, 25 de junho de 2017

TEC 2 - D11

Este post é provavelmente o post com mais emoção que aqui escrevo. Escrevo este post com 2 testes de gravidez com resultado positivo. Um da marca Wells realizado ontem ao final do dia, e um Clearblue digital feito com a primeira urina hoje de manhã. As ricas apareceram logo, e o ClearBlue deu o resultado 2-3 semanas.

Tenho consciência que nada está garantido neste momento. Tanta coisa pode acontecer, além de uma enorme alegria sinto um medo muito grande. Amanhã o resultado da análise já nos trará mais dados. 

Aconteça o que acontecer já foi uma enorme vitória esta TEC. Mostrou-nos que é possível. Mesmo que não evolua, é possível!

sábado, 24 de junho de 2017

TEC 2 - D9

Já vamos a meio do D10 e até agora sem presença de Mr. Red. E isso, só por isso, já é uma grande  vitoria  para mim. Uma grande esperança. Sinto-me... menos ave rara. Tal como já referi no blog só desta vez, só agora, fiz uma transferência em que tinha as tais 50% de probabilidade de engravidar. A menstruar no D7 após transferência não daria sequer hipótese a nenhum embrião. Desta vez, transferindo um dia antes, quando há receptividade do meu endometrio, e com a administração intramuscular da progesterona, conseguimos chegar ao D10. Conseguimos fazer a análise sanguínea no dia suposto. 

Ontem, embora no início da manhã, estivesse convencida que o Mr. Red viria, devido às ligeiras dores menstruaias que ainda continuo na dúvida se as sinto se são psicossomáticas e às manchinhas de sangue muito rosadinho que por vezes apareciam quando ia à casa de banho, a verdade é que desde o meio dia de ontem que elas pararam. Não aumentaram e neste momento estão ausentes. 

É evidente que neste momento alimento alguma esperança. Decidi que vou fazer um teste de farmácia ainda hoje ou amanhã. Ainda não o comprei e ando aqui a ganhar coragem para o fazer. Só vou fazer porque infelizmente se for negativo, não é por conhecer o resultado que ele se irá alterar. Basicamente não perco nada. Mas que estou cheia de medo de o fazer estou. Só o pensar que poderá dar positivo já é novidade para mim.

sexta-feira, 23 de junho de 2017

TEC 2 - D8

O D8 passou-se sem a visita de Mr. Red. Estaria tudo bem se não continuasse a mandar os seus sinais. Tenho a certeza que ainda hoje serei "brindada" com sua presença (as manchinhas rosadas por vezes quando vou à casa de banho mantém-se e têm aumentado de frequência). Está a custar-lhe a vencer a carga de progesterona, mas o malvado irá vencer.

Nesta TEC já ganhamos 2 dias em relação à anterior. Mesmo que venha hoje, no D9, já não me parece tão absurdo como o que tem sido hábito, no D7. Sempre dá oportunidade do embrião implantar. Hoje é o 14º dia de fase lutea (conto a partir do início da aplicação de progesterona, não sei se está correto), não me parece totalmente absurdo que venha hoje. 

Quanto a mim, acho que estou resignada com a situação, embora às vezes me sinta a enlouquecer. Quando acordo a única coisa que penso é que não quero viver este dia, quero acordar nem sei bem quando... das outras vezes o Red vem sem dó nem piaedade, sem duvida nenhuma. Desta vez está determinado em levar-me à loucura enquanto o aguardo. Desta vez não sinto uma tristeza tão grande como na TEC anterior... digamos que me sinto menos "ave rara" por ter aguentado até ao D9. Dá-me até alguma esperança que algum dos 5 embriões me possa conceder o pervilegio de ser sua mãe. 

quarta-feira, 21 de junho de 2017

TEC 2 - D7

Não posso dizer que o vilão desta história, Mr. Red, já tenha chegado. Prevejo a sua chegada para amanhã. 12 dias de fase lutea... bem bom para o meu histórial! (Só que não!!) Na verdade acho que só ultrapassei o D7 porque a TEC foi feita um dia antes, logo amanhã é que é o dia que costuma vir. Ele tem dado os seus sinais... ligeiras manchas de sangue rosado quando vou à casa de banho, nem todas as vezes. A heroína desta curta história, a progesterona intramuscular, está a adiar a vinda do Sr. Vilão. Está a dar-lhe luta. A ele a mim, que já tenho o rabo que nem posso.

Quanto a mim, tirando dor nas duas nádegas, só umas cólicas pre-menstruais que por vezes nem sei se existem se são da minha cabeça. Neste ciclo nunca senti a tensão mamaria tão característica da progesterona. Tirando isso aguardo a chegada do Red, para poder encerrar este capítulo mais uma vez e começar a pensar nas férias que se avizinham. Novamente a dois + 1 (o cão). 

Também será bom voltar a ir à casa de banho descansanda! Acho que estou a enlouquecer sempre a ver se será "a" vez em que o Red se anuncia de verdade. Cada vez que tenho que ir à casa de banho é um tormento. Acho que estou a fritar a pipoca literalmente. Ninguém disse que ia ser fácil... ninguém disse.

terça-feira, 20 de junho de 2017

O mesmo filme

D6 - O mesmo gião e o mesmo protagonista.

Hoje após umas cólicas menstruais, lá começou o corrimento rosado. Aposto que amanhã o protagonista vilão, Mr. Red estará aí em grande força. 

De tão hilariante que isto é não sei se ria não sei se chore. 

Por incrível que pareça não sinto aquela tristeza profunda das vezes anteriores. Talvez seja o hábito. Ou o cansaço de tudo isto. Só não sei como irei comparecer a uma festa que tenho esta noite e como vou dar mais uma injeção intramuscular em vão... sei que o meu marido não vai querer parar já, eu por mim encerrava já este assunto de uma vez.

segunda-feira, 19 de junho de 2017

Pensamentos soltos

Hoje cumprir-se-à o 5º dia após a TEC e hoje começa a minha ansiedade. Se correr como o que tem sido habito entre hoje e amanhã se iniciará a chegada da menstruação, que vira oficialmente ao D7. A minha espera pelo beta costuma ser mais curta que o o habitual.

Neste momento gostaria de pensar que o embrião está a implantar, mas só consigo pensar que já se perdeu pelo meu miserável endometrio. Sintomas não existem, não fossem os meus medos e neste momento nem me lembrava que tinha feito uma transferência. Nem o irritante projefikk para me lembrar, até tem vantagens a progesterona intramuscular, uma pica de 2 em 2 dias e libramo-nos dos irritantes ovos de  progesterona.

Tenho pensado nos próximos passos após está Tec (eu funciono assim, tenho que pensar em todos os cenários para me preparar para eles, embora já tenha percebido que não custa menos por já estar preparada), e tenho sentido uma sensação de irrealidade. Será a 4ª transferência de embriões... já soa ridículo passar por tudo novamente. 

sábado, 17 de junho de 2017

Repouso após TEC

Este provavelmente é um dos temas que nos faz refletir mais neste processo. Na minha opinião quando se faz uma transferência após estimulação, o descanso após a transferencia dá imenso jeito porque após a punção é sempre uma altura de alguma debilidade física. Numa TEC, a debilidade física é menor, logo o nosso organismo não pede repouso, cabe-nos a nós decidir. Eu sinceramente acho que essa questão é um mero pormenor. O que decide a implantação ou não é a qualidade do embrião e do endometrio. Mas também me martirizo algumas vezes por dia quanto ao se devo ou não fazer isto ou aquilo. Queremos tanto que corra bem que é impossível ficar indiferente. 

Assim sendo, eu faço a minha vida praticamente normal:
-  trabalho, não trabalho sempre no mesmo local, algumas vezes vou trabalhar a pé, outras tenho que fazer 50km de carro em cada viagem. Obviamente que se fosse um trabalho de esforço físico seria diferente. 
- cozinho e trato da casa. Coisas mais pesadas como passar a ferro ficam adiadas. A limpeza do chão e da casa de banho está a cargo da empregada o ano todo por isso em nada altera a minha rotina. 
- se tiver algum jantar, convívio ou o que for, não deixo de ir

A única coisa que deixo de fazer, e acreditem me custa horrores, é passear o meu cão. Ele tem 10 meses e é um cão de porte médio, está na flor da idade e ainda não tem um comportamento exemplar a andar de trela, logo tenho noção que é um risco. Também não vou ao ioga. Mas como a minha experiência após transferências é curta (nunca preciso de esperar pelo beta), consigo viver bem com esses dias de espera do ponto de vista que limita a minha vida. 

Na Clinica AB aconselham a repouso moderado nos primeiros 5 dias (principalmente nos primeiros 3) depois vida norma. Na IVI aconselham vida normal logo a seguir à transferência. Não sei qual será a fórmula mágica. Por um lado temos que nos proteger de culpas e pesos na consciência (já chega tudo o resto que passamos) mas por outro lado não queremos deixar de viver a vida que há para além da infertilidade. 

sexta-feira, 16 de junho de 2017

Transferir 1 ou 2?

A minha querida Mia perguntou-me se tinha transferido 1 ou 2 embriões e eu já lhe respondi ao comentário, mas de qualquer maneira resolvi fazer este post sobre isso também.

Tal como na primeira TEC, transferi apenas 1. Não é que a gravidez gemelar me assuste mais que uma gravidez normal, embora reconheça que os risos são mais elevados. Mas eu até gostava de ter gémeos. Enchem uma casa e uma família. Mas a resposta porque não transferi 2 é simples: não confio no meu endometrio. Se desta vez não correr bem, podemos sempre mudar alguma cosia na próxima para otimizar o processo. Ou então não... mas pelo menos não fico a pensa que lá se foram 2 embriões. 

A Dra. C. aconselhou-nos, categoricamente, a transferir só 1 por dois motivos:
- o risco elevado de gravidez gemelar (e aí eu ri-me imenso internamente, nem 1 quanto mais 2! tinha piada)
- transferindo 2, a probabilidade de implantar pelos menos 1 é apenas ligeiramente superior à de transferir só 1. Além disso é praticamente igual a fazer duas transferências independentes (sendo neste caso superior), e caso dê negativo podemos transferir no ciclo seguinte. Isto das probabilidades vale o que vale como é óbvio.

Gostava mesmo muito de tão cedo não fazer mais nenhum TEC. Queria mesmo muito acreditar que vai ser desta, mas o medo paralisante está novamente de volta. Grande parte do tempo esqueço-me do que possa estar a acontecer no meu incompetente endometrio, mas quando me lembro fico cheia de medo de voltar a passar pelo mesmo, Mr. Red dar as caras no D7, ou desta vez no D8. Gostava de pelo menos chegar ao dia da análise... Quanto a sintomas, digamos que de vez em quando sinto umas ligeiras moinhas no útero, acentuada vontade de fazer xixi (que se deve à maior quantidade de água que bebo) e a tensão mamária tão característica da progesterona. Ou seja, nada de novo. 

quarta-feira, 14 de junho de 2017

2ª TEC - transferência feita

Antes de mais gostaria de agradecer a todas as meninas que pensaram em mim ontem e hoje e me mandaram energia positiva. Muito obrigada mesmo... vocês "aliviam" esta caminhada por vezes tão difícil e dura.

Esta transferência correu bem melhor que as anteriores. Primeiro porque não se perdeu nenhum embrião na descongelação (iupiii), ainda ficaram 5 embriões na IVI, e parecendo que não isso é muita coisa. Segundo, porque vai-se aprendendo com a experiência. Deste vez controlei muito melhor a minha bexiga, não estava tão cheia mas estava cheia o suficiente e eu indiscutivelmente mais sossegada e relaxada. Já aqui disse que não acho as transferências nada agradáveis, mas esta não me custou grande coisa confesso. Após a transferência feita consegui ficar deitada 30min a relaxar e a receber miminho do meu marido. Tão bom!

Estava tudo a correr espetacular até adquirirmos a progesterona intramuscular para os próximos dias e o meu marido aperceber-se que cada ampola tinha o dobro da dose daquela que andava a administrar e aí o meu estado zen passou a pânico. As ampolas que estávamos a administrar adquirimos na IVI de Vigo. Claro que o homem, que não se assusta com pouco, lá foi-se informar com a enfeimeira que lhe disse que não tinha mal nenhum. Em Espanha continuam a usar progesterona com fabrico próprio porque é permitido, em Portugal tinham eles que adquirira a corrente que é uma dose superior, mas a dosagem espanhola chega perfeitamente. De qualquer maneira a partir de hoje estou a usar a portuguesa que a pica custa muito, mas muito menos a administrar. 

A restante tarde foi passada com quarto do hotel a ver House of Cards e no final do dia fomos jantar a um restaurante espetacular no Parque das Nações. Foi a melhor comemoração possível dos 3 anos de casamento. Neste momento, acho que a grande maioria do tempo me esqueço que fiz uma transferência há algumas horas. Hoje é um dia de celebração. Conseguimos fazer uma transferência e pela aniversário de casamento. Amanhã já não sei se o medo tomará conta de mim. 

Diria que dia 26 saberemos o resultado, mas dado que comigo não funciona assim... aguardemos o maldigo Red chegar, ou um resultado positivo na análise. (Será que eu também terei direito a esperar pelo Beta para saber o resultado? Ou melhor ainda que também terei direito a um resultado positivo? Por vezes tenho tantas dúvidas disso...)

terça-feira, 13 de junho de 2017

State on mind

Seja positiva, paciente e persistente! Sempre! :)

A espera por esta TEC tem sido bem mais calma que a anterior. Não sei se será do habito, se será da ausência de hemorragias de escape ao longo do ciclo, se será do bom tempo, de que será. Mas sei que, só agora começou a "bater aquela ansiedade". Também no trabalho foi mais pacífico. Não foi propriamente pacífico por ser uma altura crítica de férias, mas a minha prioridade é este tratamento, a partir daí tudo o resto paciência. Amanhã não vou trabalhar. Vamos de manhã cedo para Lisboa e ficamos lá para quinta feira. Sem stress... Sexta volto ao trabalho e sábado vamos passar o fim de semana fora para festejar o aniversário de casamento. Já estava marcado à muito tempo. Tentamos não viver demasiado em função dos tratamentos, mas às vezes (quase sempre) somos apanhados pelo caminho. Irei ter uma vida mais calma que na TEC anterior, mas como podem ver sem grande repouso. Acho mesmo que não é por estar imóvel na cama ou no sofá que o desfecho desta TEC será positivo. Quando se tem que fazer 350km de regresso a casa, pensamos logo que o repouso absoluto na cama não será para nós de certeza. No fundo, acho que só nesta TEC, com a questão do dia que é realizada a transferência corrigido, só agora parto com os tais 55/60% de probabilidade de correr bem. Só agora estou em pé de igualdade com as restantes mulheres.

Gostava de ter a certeza que o meu endometrio reúne as condições ideias para a implantação, gostava que fosse daquelas que na última eco está a 10mm. Mas não é... que posso eu fazer? Posso tentar manter-me positiva e acreditar que amanhã será um bom dia. Não é todos os dias que festejamos o dia mais feliz das nossas vidas. Já são 3 anos... e cada dia mais cúmplices e mais apaixonados. Mesmo com esta treta da infertilidade, e dos genes, e das porcarias todas que a vida nos tem presenteado, o meu maior presente é o meu amor querido. Por isso amanhã será um dia feliz.

Só espero que não se perca nenhum embrião na descongelação.

quinta-feira, 8 de junho de 2017

Tec agendada

O plano das festas será: pregnyl amanhã às 21h e dia 10  à noite progesterona intramuscular. Desta vez, ao contrário de no ciclo do ERA e da TEC anterior, irei fazer apenas 4 dias de progesterona. A transferência será no dia 14 ao início da tarde... MEDO!! Não quero dar demasiada importância a datas, mas transferir 1 ano depois de iniciar o primeira tratamento e no dia do nosso aniversário de casamento, pode ser um bom presságio. Se não for só me restará aceitar e ser resiliente.

Vamos ver no que isto vai dar... pelo que vou lendo por aqui o meu endometrio é bastante manhoso. Nunca irá passar disto. Mas desta vez vou tentar manter-me positiva... pode ser que seja desta. Nunca se sabe.

2ª TEC - 2ª Eco

Se contar a alguém que antes de entrar no trabalho (o meu horário de entrada é às 10h), já fui e vim a Vigo (ainda bem que lá é +1h, facilita em tudo este processo) fazer uma ecografia, acho que a maioria dos meus colegas não acreditava. Pelo caminho reflecti que há vidas mesmo fáceis... e depois há a minha. 

A médica foi muito atenciosa, já tinha informação que iríamos lá e estava a par de tudo. A clínica não tem aquele aparato todo que a IVI Lisboa, mas é incrível como até a imagem da clínica é semelhante. Mas vamos ao que realmente interessa. Hoje tínhamos o endométrio a 6,7 e o folículo dominante a 16 e outro a 14. Ambos no ovário esquerdo. O mesmo que ovulou o ciclo passado... parece-me que as ovulações alternadas são mais na teoria que na prática. Mas isto como são ciclos sempre alterados, nem que seja pelo Pregnyl, pode ser por isso. Quanto ao meu querido endometrio,  não é lá grande coisa, mas está a crescer. Nunca terei aqueles endometrios fantásticos e maravilhosos de 10, mas talvez ainda chegue aos 7 neste ciclo. A informação já seguiu para a Dra. C. que não estará na clínica hoje e amanhã, mas pediu para mandar-lhe a informação por mail que depois entrará em contacto comigo para dar indicações. E assim me encontro... há espera que a Dra. C. diga alguma coisa... se é para esperar mais dias, se é para cancelar. A previsão da Dra. era a TEC ser no dia 14 (dia do meu aniversário de casamento!!) mas se atrasar um dia passará para dia 15 que é feriado... não me parece que façam transferências aos feriados. Enfim... só me resta aguardar. 

quarta-feira, 7 de junho de 2017

Cenas de mulheres inférteis III

Desta vez vamos falar de "cenas" práticas, como quanto custa fazer um filho recorrendo a técnicas de PMA.

Por um lado temos os hospitais públicos. Têm excelentes profissionais, médicos competentes e experientes, mas certamente com algumas restrições orçamentais e de agenda. Certamente que não fazem mais pelos doentes porque não podem. Obviamente que haverá excepções e que falo sem conhecimento de causa porque nunca passei por lá. Como contribuintes que somos, e vivendo num Estado Social como vivemos, temos todos direito de recorrer aos centros públicos de PMA. No nosso caso não recorremos por dois motivos: a falta de privacidade e, mais importante que isso, o tempo de espera por um tratamento. Está praticamente a fazer 1 ano desde que iniciamos o primeiro tratamento, continuamos sem filho, mas já passamos por tanto... percorremos um longo caminho. Num hospital público, além de ainda estar à espera do primeiro tratamento, nunca teríamos um filho. Esta seria a realidade. Não sei se mesmo com todos os recursos e técnicas evoluídas como a ovodoação teremos um final diferente, mas, felizmente, pudemos contornar a situação. No Hospital Público, nomeadamente o Hospital de São João que é o único onde se realiza DGPI em Portugal, seriam precisas as duas tentativas de DGPI para descobrir os meus problemas na fase lutea curta e não teríamos direito a mais nenhum tratamento. Essa é a triste realidade. Agradeço todos os dias ter recursos financeiros para percorrer este caminho de forma diferente. 

Por outro lado temos as clínicas privadas, com atendimento muito mais personalizado, confidencial, sem tempos de espera, mas onde tudo é pago a preço de ouro. Sinceramente já perdi a conta ao dinheiro que já investimos para ter um filho. Não me arrependo de nenhum cêntimo gasto, mas é inevitável não fazer as contas. E eu até sou muito má com contas. Depois desta TEC (aconteça ela quando acontecer) andará muito próximo dos 10000€ só na IVI, nem sei quanto já gastamos no Porto. Nunca irei pensar que não valeu a pena o investimento, mesmo que nunca venha a ser mãe. Se esse for o triste desígnio ficaremos de consciência tranquila que fizemos tudo o que estava ao nosso alcance.

terça-feira, 6 de junho de 2017

Constatação

E agora ao final do dia... depois de me aperceber que um endometrio de 4,5 nunca irá se pôr jeitoso para a transferência, volto a perceber que está coisa da gravidez nunca será para mim. E é uma pena porque eu acho que até teria jeito... o meu cão será o único alvo do meu afecto maternal para o resto da vida. É triste mas talvez seja a realidade. Cada vez sinto mais vontade de desistir de tudo isto... secalhar não sou tão forte como pensei que era. Talvez deva começar a pensar em dar outro sentido à minha vida... 

Existem os casos simples e fáceis - 2ª TEC - 1ª eco

Depois existe o meu.

Hoje é o 11º dia do ciclo. E ainda temos o endometrio e o foliculo pequenos.

Quinta temos novo controle ecográfico. Terei o prazer de conhecer a IVI de Vigo. (Diga-se de passagem que fica bem mais perto que Lisboa!!). Ora eu que sou péssima a ablar com nostros hermanos, mas lá terá que ser. Poderia fazer a ecografia em qualquer centro desde que obtivesse o relatório no próprio dia para enviar à Dra. C. para ela decidir se seguimos para a TEC ou cancelamos o ciclo, mas se o manhoso do endometrio estiver bem tenho que adquirir a progesterona intramuscular e terá que ser na IVI, parece que aquilo não está à venda nas farmácias. Mais uma voltinha, mais uma viagem. Desta vez até Vigo (em vão me parece!)

A Dra. C. está otimista que isto vai evoluir, até já nos deu os papéis para a TEC. O endometrio só tem 4,5 mas o folículo está bastante pequeno ainda. Nos dois último ciclos cresceu bem. Diz ela que hoje foi um mau timing. Ora eu, que não ando nisto há 2 dois, digo que este ciclo já era. Eu sei que no ciclo anterior a ecografia foi feita no 12º dia e às 20h da noite, este foi feito no 11º e às 9h da manhã... há alguma margem. Se considermos o 1º dia de sangue mais abundante até consideramos este o 10º dia, mas caramba... tinha que ser tudo tão difícil aqui para os meus lados?! Até o meu marido diz que é melhor estarmos preparados para o pior na quinta. Ele que é um otimista por natureza já se está a habituar à nossa triste sina. E que assim seja. Não posso fazer nada para o endometrio crescer é preferível aprender a conviver com isso. 

sexta-feira, 2 de junho de 2017

Estava aqui em pensar...

No quanto é mais fácil pensar que vai correr tudo mal, do que pensar que vai correr bem.

Neste momento, estou a convencer-me que tenho quistos no ovário esquerdo, ou que devo ter mesmo qualquer problema no útero. Já tenho praticamente a certeza que vou ter que fazer uma histeroscopia e um algum grande tratamento antes da próxima TEC. A próxima a seguir a esta que será negativa novamente. Mas porque raio penso eu estas coisas?! Não podia simplesmente limitar-me à minha ignorância no assunto e limitar-me a esperar pela ecografia de terça feira. A isto chama-se sofrer por antecipação, um dos inimigos da inteligência emocional. Se eu sei isto tudo, porquê que continuo a traçar um plano de vida na minha cabeça, como se eu fosse uma espécie de visionária? Será medo? Será o querer preparar-me para o pior, pensado que o pior será mais fácil por eu estar preparada, quando a experiência me tem mostrado que é (muito) mau na mesma? Infelizmente muitas vezes estou certa quanto ao meu futuro. Tem outras que a vida me surpreende agradavelmente, embora as vezes que estou certa serem maiores que as que sou surpreendida. 

Mas caramba... eu podia relaxar mais, deixar a vida rolar, quer tenha quistos ou problemas no útero, eu não posso fazer nada para mudar isso, porque raio estou preocupada com isso agora? E o pior é que penso cada vez mais nestas coisas todas... acho que estou a "fritar a pipoca". Ou então a precisar de uma pausa de infertilidade. 

quinta-feira, 1 de junho de 2017

Meu querido junho

Hoje começa um novo mês que, se tudo correr bem, será marcado por uma nova transferência. Sempre adorei o mês de Junho, é a minha altura preferida do ano... vamos a ver se nao me trará mais uma desilusão.

Se tudo correr bem, que nestas coisas nunca se sabe, este mês iremos fazer a terceira transferência (já começa a assustar este número!). Não posso negar que tenho alguma esperança neste tratamento. Mas não consigo deixar de pensar que vai acontecer a mesma coisa que as anteriores e esses pensamentos inquietam-me mais do que gostaria. Tenho um medo quase paralisante... por vezes sinto-me tentada em adiar está TEC só pelo medo que corra da mesma forma que a anterior. Além de não me trazer o tão desejado filho, ainda me faz sentir a pessoa mais anormal na face da terra. Mas por incrível que pareça sinto-me mais calma que na transferência anterior.

Neste momento irei fazer uma transferência com uma alteração (enorme) de protocolo. Quer dizer, a única alteração é o dia que será feita a transferência, mas isso é uma diferença significativa. Neste momento estou na primeira fase do ciclo, sem qualquer fármaco, supostamente o endometrio está a crescer naturalmente. Obviamente que só terei a certeza na próxima terça quando for fazer a ecografia. Digamos que não confio 100% (nem 50, quanto mais 100%) no meu endometrio.

A ideia de uma vida sem filhos, continua a não me assustar como já assustou. Obviamente que ainda me restam algumas opções e não sei se não será por isso. Como já disse, vou literalmente dar o corpo (e a mente) às balas enquanto tiver embriões e quero mesmo muito ter um filho com o meu marido. Sei que a nossa vida irá ser indiscutivelmente mais feliz, mas se não for possível terei que aceitar isso.