segunda-feira, 30 de julho de 2018

So far so good

Não sei muito bem que título dar a este post, pois não se tem passado nada de novo. O que por um lado ainda bem!

O segundo trimestre é de facto uma calmaria comparado com o primeiro. Tanto a nível de sintomas, sintomas como o cansaço extremo e os incómodos com a comida, tanto como com os níveis de ansiedade. Não posso dizer que me sinto tão insegura como até às 14 semanas. Mas também não há um único dia que não sinto um medo enorme de tudo se tratar de um sonho. 

Hoje estamos com 17s+ 4d e já vem sendo tempo de começar a sentir a baby... mas até agora ainda não se fez sentir. E eu stresso... só queria saber que está tudo bem com ela. De vez em quando sinto uma tremidinha na barriga, mas duvido que seja a minha baby a mexer... é muito esporádico e sinceramente acho que é da minha cabeça. Não são asas de borboletas, nem peixinhos a passar... estou ansiosa e começo a ficar preocupada. 

A próxima eco é só no dia 13 e penso que a médica já irá fazer a tal eco mais detalhada, a morfológica, pois já estaria com 19+4dias. Nessa mesma semana vou repetir a eco morfológica com outro médico pois a Dra. MJ acha sempre melhor essa eco ser feita por 2 médicos diferentes. Que assim seja... o importante é que esteja tudo bem para poder começar a comprar alguma coisa para a bebé. Neste momento ainda não consigo pensar nisso... (ao contrário da minha mãe e da minha sogra que já compram montes de coisas, mesmo eu tendo-lhes pedido que não o fizessem).

Para quem interessar a informação, como disse no último post optamos por fazer o exame de DNA fetal, o Harmony. Existem outros semelhantes, mas este é feito no laboratório onde costumamos fazer todas as análises e está sempre a passar informação sobre o teste lá numa televisão, já sabíamos bastante sobre o exame. Em todos os betas negativos e análises maradas tive que levar com aquilo, por isso agora tinha que fazer o exame lá.... coisas minhas lol. O exame custa 370€ e demora cerca de 10 dias. O resultado é comunicado ao médico assistente e não a nós, ainda não sei o resultado do meu, provavelmente só na próxima consulta. O exame mais completo, o tal que custa perto dos 500€ dá informação sobre as aneuploidias sexuais. Em casos de doação de ovócitos e gravidez gemelar não é possível obter essa informação. Mas segundo a nossa obstetra essa informação não é a mais relevante pois essas anomalias são perfeitamente compatíveis com a vida, logo nem há indicação de aborto.

E por cá vamos andando... a tentar aproveitar esta fase maravilhosa que pode ser a única vez que a iremos viver. Ainda restam 2 embriões mas... com o meu histórico fica difícil acreditar que teremos mais que um filho. Mas agora não quero pensar nisso. Só quero que corra tudo bem desta vez e esta bebé tenha muita saúde.  

sábado, 14 de julho de 2018

15 semanas

Ontem fui dia de consulta. E o que eu stressei antes da consulta!! Sem necessidade... até tive direito a raspanete do meu marido e tudo. Hoje sei que não tinha necessidade nenhuma e realmente tenho que aprender a relaxar mais.... de nada me serve andar ansiosa e com mil macaquinhos na cabeça. E tudo porquê? Porque ainda não sabia o resultado do rastreio bioquímico e meti na cabeça que se não sabia é porque seriam más notícias que a médica queria dar-nos pessoalmente. Isso e a melhoria do meu estado anímico (graças a Deus!). Agora já tenho energia para fazer tudo e mais alguma coisa. Abençoado 2.º trimestre.

Felizmente o rastreio foi negativo para todas as trissomias. Bem negativo segundo a médica, mas deixou-nos à vontade para fazer o Exame de DNA fetal se assim o entendermos. Já tínhamos mostrado vontade de fazer o exame mas primeiro quisemos esperar pelo resultado deste rastreio. Se o resultado do rastreio deixa dúvida? Não. Se 500€ nos fazem faltam? Não. Por isso na dúvida vamos fazer. Se é excesso de zelo? Provavelmente sim. Mas a única coisa que se “perde” é mesmo o € por isso vamos fazer. 

Quanto à consulta de ontem estava tudo bem. Graças a Deus! Deu para confirmar o género do baby e a Dra. estava certa, é mesmo uma menina. Não será Vitória porque o meu marido não gosta mesmo nada do nome e segundo ele será sempre a nossa vitoria mas não precisamos de nos lembrar disso sempre que pensarmos na baby. E eu compreendo. A minha segunda opção foi aceite e já está decidido que será Alice. O nome da minha avó. É tão bom ver a baby a mecher-se! Parecia que estava na esplanada a xuxar no dedo. É uma ternura e uma graça. Até agora engordei 3kg e a Dra. diz que até agora está ótimo. As tensões também estavam boas o que para mim é uma grande vitória dado que sempre que as meço estão no limite. Parece que faz efeito ter deixado de tomar café e ter reduzido (ainda mais) o consumo de sal. A minha mãe teve pré-eclampsia por isso eu nasci prematura e com baixo peso, a doação de ovocitos aumenta o risco de pré-eclampsia, por isso... tenho bastante risco de ter também. A próxima consulta é dia 13 de agosto e não sei como vou aguentar 1 mês sem saber da minha baby, mas vou tentar viver a gravidez a partir de agora com mais naturalidade. A bebé já pesa 120g o que segundo a médica é normal para o tempo de gestação. Está tudo bem e vai continuar. 

Agora vou fazer uma confissão... estou completamente apaixonada pela minha baby. Se o ovocito fosse meu seria impossível amá-la mais... Isso é completamente irrelevante para o caso. 

terça-feira, 10 de julho de 2018

7 anos

Para ti meu amor querido que talvez um dia acabes por ler este blog.

Faz hoje 7 anos que partilhamos a vida. Na inocência dos dos nossos 25 anos achamos que fazia mais sentido vivermos juntos pois a loucura do teu internato médico e o facto de eu na altura também ter horários malucos não nos permitia estar juntos o tempo que gostaríamos. E tanta coisa, boa e má, vivemos nestes 7 anos... 

E fomos vivendo o que a vida teve para nos oferecer. Depois de perdermos o meu pai e o depois o teu, aprendemos a agradecer o que vida foi-nos oferecendo. Quando fizemos 10 anos de namoro quiseste oficializar a nossa relação e em 2014 vivemos o dia mais feliz das nossas vidas junto da nossa família e dos nossos amigos. Mas queres saber uma coisa? Para mim tanto me fazia oficializar ou não. O teu amor, o amor de um homem tão especial, sempre me chegou. 

E continuamos a ir vivendo a vida sempre juntos, sempre unidos e sempre a tentar contornar os obstáculos da vida. Em 2015 terminaste o internato de forma exímia e conseguiste trabalhar onde sempre desejaste. O que tu não sabes é que me enches de orgulho todos os dias pela pessoa e pelo médico que és. És tão especial... 

Depois de muitas viagens e algumas loucuras,  em 2016 chegou a hora de pensarmos em deixar de sermos só 2. E que dificil foi tomarmos essa decisão... mais eu que tu porque tu sempre estiveste disposto a aceitar o que a vida tinha para nos oferecer. Ora para isso era necessário confirmar se eu tinha a mutação que nos dificultaria a vida ou seríamos afortunados em ter a vida simplificada. Não fomos afortunados. Só tive coragem de fazer esse teste porque estiveste ao meu lado a dar-me a mão o tempo todo. E também foste tu, que me deste a notícia da minha, da nossa, sentença. Não poderia ser de outra forma. O caminho que enveredamos pela PMA já vocês conhecem deste blog. 

Tantas e tantas vezes me desesperei, deixei de acreditar, duvidei que fosse algum dia resultar. Tantas e tantas vezes te disse que deverias seguir a tua vida sem mim. Um homem como tu não tem necessidade nenhuma de passar pelo que já passamos, e pelo que ainda vamos passar por causa da minha mutação. Mas tu nunca duvidaste que o teu lugar era comigo e, das vezes que não te zangaste, dizias que era simplesmente o amor. Não se escolhe quem se ama. E foste tu que sempre me disseste que ia correr tudo bem. O importante éramos nós os 2. O resto só nos restava aceitar o que a vida tinha para nos oferecer. 

E foi o teu amor que nos trouxe até aqui. Ainda falta muito tempo para que este sonho de deixarmos de ser só 2 se concretize, mas estamos no bom caminho. Continuas a ser tu que acalmas todos os meus medos (e como tenho sentido medo que algo não esteja bem nestes últimos dias...), continuas a ser tu que me dizes todos os dias que vai correr tudo bem. Aconteça o que acontecer. 

Parabéns meu amor querido por estes 7 anos de vida em comum é por esta história, está Fairytale, que vamos escrevendo.

quinta-feira, 5 de julho de 2018

14 semanas

Segundo algumas fontes só na 14.ª semana é que começa o 2.º trimestre. Já ando a suspirar por ele desde as 12. Mas parece que, finalmente, agora sim estamos no 2.º trimestre que dizem ser o melhor. Amanhã faz duas semanas desde a última ecografia e a verdade é que, embora não tenha acontecido nada alarmante, neste momento não faço ideia se continua tudo bem com o meu baby. E começo a ficar ansiosa com esse facto. 

Tem dias em que me desespero com a quantidade de coisas que podem correr mal e anseio por o mês de dezembro. Obrigo-me a repetir em voz alta “vai correr tudo bem” “vai correr tudo bem” “vai correr tudo bem”! Mas na verdade continuo com muito medo... perder este bebé agora era um duro golpe do destino. A minha mãe está eufórica com o bebé e já quer comprar tudo e mais alguma coisa... já lhe pedi que não o fizesse ainda. No outro dia estive mesmo para comprar um caderno do Mr. Wonderful muito fofo onde se regista os vários passos de uma gravidez. Mas não consegui fazê-lo.  Estava perto da caixa de pagamento e fui devolvê-lo ao local. Temos que pensar em algumas reformas na nossa casa mas também não me parece ainda oportuno pensar nelas... 

Embora tudo isto, sinto-me muito feliz. O meu corpo continua a mudar e eu sinto-me muito confortável com isso. A minha relação com a comida parece que finalmente está pacífica. Não tenho ataques de fome e os incómodos (enjoos talvez) também estão muito melhores. Apenas os cheiros me continuam a incomodar um pouco... a comida dos cães por exemplo. Quem é que se incomoda com o cheiro da ração seca dos cães? Eu! Custava-me mesmo alimentar os meus príncipes. Até o cansaço está melhor... há 2 dias que me sinto, finalmente, normal. Claro que também fico a pensar se assim é por maus motivos mas, lá está, tenho que acreditar que não. 

Por vezes dou por mim a pensar em como as incontáveis deslocações a Lisboa, à IVI, já estão distantes na minha memória. Dou por mim a pensar em como todo o percurso na infertilidade valeu a pena, e só vamos na 14.ª semana. O problema são as tecs negativas, são os tratamentos sem embriões,  é o aborto... esses sentimentos ainda estão muito presentes e custa muito pensar neles e voltar a sentir essas desilusões.