segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Obrigada 2018

Faz hoje exatamente 1 ano em que me senti numa tristeza profunda. 2017 foi um ano muito duro em termos de fertilidade, mas o pior de tudo foi a perda gestacional. Lembro-me que me senti numa tristeza e solidão profunda, mesmo estando numa festa cheia de gente. Estava com todas as pessoas que me são queridas, mas sentia um vazio imenso. Quando soou as 12 baladas, durante o fogo de artifício não consegui segurar as lágrimas... só o olhar cúmplice e doce do meu marido me valeu. Aquele olhar dizia-me que íamos ficar bem. E ali eu percebi que tinha que me preparar para aprender a viver com aquele vazio. 

Mas 2018 mudou o rumo da minha história. Hoje estamos em casa e não numa festa glamurosa. Apenas nós, os nossos cães, a minha mãe e o companheiro dela (aos 33 anos custa-me chamar-lhe padrasto, embora goste imenso dele e tenha a certeza que será o mais próximo de um avô que a Ali terá), e mais importante que tudo, o nosso tesouro a dormir tranquilamente à nossa beira. 

Serei eternamente grata a 2018. Foi o ano mais desafiante, mais emotivo e mais mágico da minha vida. Deixo uma mensagem de esperança para quem me segue e ainda não conseguiu mudar o rumo da sua história. Hoje podem sentir a tristeza e o vazio que eu já senti, mas não desistam de lutar por aquilo que vos fará mais feliz. 

Hoje sinto-me feliz e plena. Obrigada 2018. Obrigada Ali, meu embriaozinho lutador, obrigada por não teres desistido de lutar e hoje me permitires ser tua mãe. 

terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Sobre esta coisa do parto e do pós parto

Quando se trata de um primeiro filho acho que não sabemos muito bem com o que contar durante e após o nascimento. Eu pelo menos não fazia ideia. Primeiro foram os tempos, anos, focados em engravidar, depois foram os 9 meses com medo que algo não corresse bem durante a gestação. Nunca, em momento algum, valorizei o que me iam dizendo sobre o parto, muito menos sobre o pós parto. No curso que fiz que preparação bem que a enfermeira referia para não nos assustarmos por sairmos da maternidade com uma barriga de 6 meses e para estarmos preparadas para as limitações físicas, principalmente após uma cesariana. Mas eu queria lá saber... nessa altura só estava preocupada que a minha Ali estivesse a desenvolver bem dentro de mim. 

Em relação ao parto, correu tudo maravilhosamente. Estava cheia de nervos como seria de esperar em mim. Não dormi nada de terça para quarta tal era o medo que algo não corresse bem, mas também pela emoção que seria conhecer a minha bebé. Apesar de tudo, nascer com 37s é diferente de nascer com 40, 39, ou até mesmo 38. Havia a forte possibilidade de ter que ir para a neonatologia. E estávamos preparados para isso. Felizmente não foi preciso. Mas foi por pouco... Foi tudo maravilhoso, a bebé chorou logo, com um peso ainda melhor que o esperado, tudo muito bem até começar a soluçar e aí o pediatra e a enfermeira parteira tiveram que intervir. Ainda bem que aquela gente sabe o que faz e rapidamente perceberam que talvez fosse a glicemia que estava baixinha. E assim foi... deram-lhe logo um biberão de leite e felizmente a minha lutadora bebeu tudo sem parar e rapidamente ficou normal, sem necessitar de neonatologia. É mesmo uma lutadora a minha bebé. Nascer é de facto um trauma para qualquer um de nós. Felizmente correu tudo bem após este pequeno susto e apartir daí pudemos desfrutar da nossa bebé. 

Quanto à recuperação da cesariana agora estou praticamente pronta para outra (ESTOU A BRINCAR). Quase uma semana depois continuo com os pés inchados, aliás não faço ideia do que vou calçar na quinta feira para o aniversário de um familiar. E achava eu que tinhas os pés inchados na gravidez... aquilo não era nada! A parte boa é que as mãos já estou normais e até já consigo usar a minha aliança de casamento. A cara ainda continua inchada também. Estou ansiosa que estes inchaços passem, mas tirando isso a coisa está a correr bastante bem. Na sexta feira vou ter consulta com a obstetra para ver como está o útero e a incisão cirúrgica. Felizmente não levei pontos. Não sei lá que técnica usaram mas a mim parece-me muito melhor assim. Mas no dia seguinte, no dia que escrevi o ultimo post, só me ocorria que fui bem inocente no tipo de parto que queria. Aquilo estava a custar... levantar da cama após 24h, o primeiro banho, foi muito complicado. Só pensava que estava a pagar por tudo que quis... mas hoje, volto a reconhecer que seria melhor assim. Eu não tenho cabeça para passar por um trabalho de parto. Depois pago a fava no pós-op. 

Agora a parte pior disto tudo é mesmo olhar-me ao espelho e não gostar mesmo nada do que vejo. E não estava preparada para isso. Estava tão foçada no bem estar da bebé que não me preparei emocionalmente para o que aí vinha. Obviamente que a barriga já está melhor que nos primeiros dias, mas mesmo usando uma faixa, está a anos luz que estar como eu pensei que fosse ficar após o parto. Além de não saber o que calçar por causa dos pés inchados, também não sei o que vestir! Praticamente não comprei roupa de grávida porque a barriguinha ficava bem com roupa justa... mas e agora?! Roupa justa está fora de questão... além disso, estando a amamentar, temos que usar roupa que facilite essa tarefa. Ou seja, não é fácil. Fisicamente sinto-me uma lástima. Obviamente que o facto da bebé estar bem, já conseguir cuidar dela, e ver o amor que o meu marido sente pela sua menina, faz tudo parecer insignificante. E é. Eu é que deveria estar melhor preparada para isto. Com o tempo voltarei a sentir-me bem comigo mesma... para já é ir sobrevivendo. 

O que ainda não disse, e mais importante que tudo, é o amor que sinto pelo meu embriaozinho lutador.... é arrebatador este sentimento. Ainda nos estamos a descobrir, mas eu adoro esta bebé mais que tudo. Até os meus cães estão encantados. Não saem da beira dela. Sou uma felizarda com esta família que hoje tenho. O meu amor... o homem da minha vida, os meus patudos que adoro e tornaram os caminhos da infertilidade mais doces de percorrer, e a minha Ali. A minha bebé que não tem os meus genes, mas tem o meu amor e a minha dedicação para toda a vida. 


quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

12.12.2018

O dia que irá mudar a nossa vida para sempre.

Antes de mais gostaria de agradecer todo o carinho que tenho recebido de vós através deste blog. A caminhada foi mais fácil por vossa causa. Obrigada do fundo do coração.

A Ali nasceu ontem às 9:45h da manhã com 3,100kh e 48cm. Muito bom para um bebé com 37s2d. Até agora está a correr tudo bem. É uma bebé muito calminha. Um doce. Nem tenho palavras para defenir toda a emoção que sinto. Estamos realmente muito felizes e de coração cheio. 

Em breve farei um post onde contarei mais pormenores e sobre esta coisa do parto. Foi cesariana conforme eu queria e como teria que acabar mesmo por ser por termos que antecipar o parto. Mas agora a recuperação está a custar mais do que aquilo que estava a contar. Mas ainda só passaram pouco mais de 24h, espero que apartir de agora seja sempre a melhorar. 

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

E o grande dia está prestes a chegar

Será amanhã, daqui a pouco mais de 12h, que a nossa vida irá mudar para sempre. 

Se é o que queríamos? Não. 37s2d não é o ideal mas as malvadas das tensões já estão-me a causar danos na função renal. Neste momento cada dia a mais é mais perigoso para mim do que benéfico para a bebé. Ela está ótima, quase 3kg, e embora tenha muitas contrações e o colo do útero já tenha menos de 20, aguentaria perfeitamente mais 1 semana. Mas não vamos arriscar um quadro verdadeiro de pré-eclampsia. Obviamente que a minha mente me leva para estados de culpa: para engravidar foi o que foi, e agora a bebé vai nascer mais cedo que o suposto porque, mais uma vez, o meu organismo não está a colaborar. Mas não depende de mim... mesmo sabendo que pouco interfe há semanas que deixei de comer o que quer que seja com sal, repouso o máximo que posso... não poderia ter feito mais. 

Agora vou concentrar-me na emoção que será conhecer a minha bebé e na nova vida que começa para a minha família apartir de amanhã. Já me preparei para a possibilidade de haver uns dias na neonatologia (embora tenha esperança que não seja necessário). 

Estas 3 últimas semanas foram complicadas por causa das tensões... foi literalmente viver uma semana de cada vez. Conseguimos chegar às 37. Já não é um bebé prematuro, embora obviamente que não há a tranquilidade das 38 semanas. Foi muito importante o acompanhamento pré-natal rigoroso que fizemos nas últimas semanas... ontem não é que as tensões estivessem muito altas, mas a Dra. teve o feeling que deveria fazer as análises e não é que de facto foram detetadas alterações! Hoje ainda tomei uma injeção de corticoides por precaução e agora só nos resta esperar que corra tudo bem amanhã! 

Torçam por nós :) E muito obrigada por estarem a escrever a minha, a nossa Fairytale connosco. Mal possa venho dar novidades.

domingo, 9 de dezembro de 2018

Hora de agradecer

Agora que a gravidez está a terminar, sinto necessidade de verbalizar alguns agradecimentos. Em primeiro lugar ao meu marido, ao amor da minha vida. Já aqui o partilhei imensas vezes o que o amor dele representa para mim. Foi graças a ele que chegamos até aqui, mas sem a força, racionalidade e acima de tudo sem o amor dele não teria conseguido lutar contra sentenças tão dolorosas como as que  me deparei nos 3 últimos anos, a começar pela confirmação da minha mutação e a luta que isso nos obrigou a travar contra a infertilidade. Não tenho dúvida nenhuma que será um excelente pai e a Ali uma sortuda por o ter.

Em segundo lugar tenho que agradecer a todos os médicos, e outros profissionais que fui-me cruzando neste percurso. A começar pelo Prof. Alberto Barros e a sua sensibilidade, mas dando especial destaque à Dra. Catarina Godinho da IVI. Não ficamos “amigas”, não sou esse tipo de paciente nem ela esse tipo de médica me parece, mas foi graças à orientação e conhecimento científico dela que fomos contrariando as adversidades. Foi a médica que eu precisei e vai ficar sempre no meu coração. A nossa história ainda não terminou... ainda temos lá 2 embriões, mas mesmo que ficássemos por aqui, ser-lhe-ei sempre grata. Neste capítulo não posso deixar de agradecer à obstetra que, praticamente aleatoriamente, escolhemos para seguir esta gravidez. Não a trocaria por nada. Esta sim, muito mais no perfil de “doutora querida”, sempre preocupada e atenta. Além disso ajudou-nos em tudo com a questão da confidencialidade da doação. Sem julgamentos, apenas com carinho e atenção. 

Para terminar, mas mais importante que tudo, tenho que agradecer à dadora do ovocito. Não faço a mínima ideia quem é, nem quais foram as suas motivações para fazer a doação. E ainda bem que assim é. Pode ter sido puro altruísmo, como o € que a clínica paga ter-lhe feito jeito, não faço ideia. Mas uma mulher que se sujeita a uma estimulação hormonal, tem sempre que o fazer com algum altruísmo. E a mim só me resta agradecer-lhe tal generosidade e assegurar-lhe que esse seu acto me proporcionou uma enorme felicidade é que farei sempre tudo o que poder para que, pelo menos este bebé, seja sempre muito amado e muito, muito feliz. 

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

36 semanas

Passito a passito lá vamos caminhando...

Por orientação médica, já não nascerá antes das 37 semanas. Se resolver nascer isso já é outra história. Mas essa não pudemos controlar. A situação das tensões está estudada, e embora tenha que continuar a medi-las todos os dias, estas duas semanas de estudo (medições + análises) descansaram imenso a médica. Eu tenho provavelmente uma situação de hipertensão de base. Nada preocupante. As minhas tensões não passam do limite, mas estão ali borderline. Mas não é um quadro de pré-eclampsia. Isso está descartado pelas análises da função hepática, renal e mais uma série de coisas que tenho testado nas duas últimas semanas. E também pela constância nos valores das tensões. Estão sempre iguais... qualquer alteração devo comunicar à médica mas ela também nos confessou que ficou mais preocupada pelo meu historial: mãe com pré-eclampsia. 

Quanto à isso estamos de facto mais descansados, mas o meu corpo continua a dar sinais que está para breve. E a médica diz que ainda bem. No CTG verificam-se várias contrações (que não são acompanhadas de dor, mas estão lá), e o rolhão mucoso (aquela coisa fantástica) já começou a sair. Na verdade estava um pouco preocupada pois nesta última semana o corrimento vaginal intensificou-se. Não precisei de descrever à médica do que se tratava porque ela própria o fez o disse que era normal nesta altura. Hoje voltamos a não medir o colo do útero pois a Dra. prefere não andar lá a mexer para não o estimular. Mas na próxima semana vai medir de certeza para decidir se nasce para a semana, ou dia 19 tal como tínhamos combinado (que seria o ideal). 

Hoje a Ali pesava 2750kg. Embora todos os fluxos estejam bem, a placenta praticamente não estar envelhecida, em duas semanas aumentou 250g o que não é muito. Mas não é preocupante. Segundo a médica tudo que possa crescer cá dentro é melhor. E estando a situação das tensões estabilizada não existe motivo nenhum para não a deixarmos continuar lá dentro até dia 19. 

Eu confesso que já estou bastante cansada... e enorme. Até agora engordei 13kg... não era o que eu queria mas pronto, todos os males sejam este. O que me custa mais é não ter posição para estar sentada, e coisas básicas como fazer o jantar ser uma tarefa hercúlea. Estou em rendimento mínimo e contenção de energia eheh. Isso e a azia que resolveu chatear-me agora no fim. Eu que pensei que me tinha safado dela enganei-me... Tirando tudo isso, só posso estar grata pela forma como a gravidez decorreu até aqui e, se é que posso pedir mais alguma coisa, que chegue rápido dia 19 para ter a minha princesa comigo... e na altura certa.

sábado, 1 de dezembro de 2018

Welcome december

Aconteça o que acontecer, este dezembro vai mudar para sempre as nossas vidas. 

Até agora sempre foi um mês agridoce para mim. Obviamente que gosto do Natal, adoro o que o Natal representa. Mas também já sofri duras perdas na vida, retiro-me ao meu pai que partiu precisamente neste mês. Vejo a chegada da Ali neste contexto como um presente que o meu pai manda para mim, lá de onde ele estiver. 

Neste momento mantenho-me serena, mas também ansiosa para conhecer a minha bebé. Confesso que por mim já está bom. Foi bom andar grávida, melhor do que alguma vez imaginei, mas agora os desconfortos e o medo são mais que muitos. São as tensões que me preocupam, embora não tenha havido nenhuma alteração, são as contrações que vieram para ficar, não tenho posição para estar sentada, sinto dores pélvicas de vez em quando, se a bebé fica umas horas sem mexer fico em pânico, canso-me imenso... e tenho saudades de mim antes de estar grávida. Saudades de usar a minha roupa, saudades de tratar de mim,  saudades de me arranjar, de sair para um jantar agradável com o meu marido ou com amigos sentindo-me... bonita. Não me estou a queixar... espero que não me interpretem mal. Esta gravidez foi a maior benção da minha vida. E aí até às 28 semanas sentia-me muito bem fisicamente, mas agora é complicado. Foi bom, mas agora já chega. Obviamente que se Ali estiver bem e aguentar até às 38 semanas é isso que irá acontecer pois o bem estar da bebé é o mais importante, mas se tiver que nascer antes estaremos aqui para a receber com todo o nosso amor e prontos para começar a nova e desafiante etapa que se iniciará com a sua chegada. 

(E já só faltam 12h para o meu marido chegar e tudo ficar mais fácil...)

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

35 semanas

As notícias até não são más.... para quem sempre sonhou com um bebé de termo, seriam. Mas para mim que sempre soube que não seria não são nada más. 

Quanto à pré-eclampsia, para já não é considerado pré-eclampsia o que eu tenho. É uma hipertensão arterial que sempre tive. A tensão arterial tende a baixar na primeira metade da gravidez, e a aumentar na segunda. Pelo menos a minha só me está a obrigar a esta vigilância diária agora na reta final. Poderia ter sido bem pior. As análises que fiz para avaliar a função hepática e renal (e muitas outras coisas que sinceramente nem sei) estavam ótimas. Assim como a urina que não tinha nem sinal de proteínas. Logo a hipertensão arterial não está a causar nenhum dano em mim, e principalmente também não na bebé. Nesta fase a Dra. Preocupou-se em medir os fluxos e o estado da placenta. Para já está tudo bem, embora a placenta já revele algum envelhecimento. Numa semana aumentou cerca de 150g, mas segundo a Dra. o aumento de peso fetal deve ser avaliado quinzenalmente, logo este valor não quer dizer nada porque só passaram 8 dias desde a última medição. Basicamente tudo indica que a Ali está a crescer lá dentro, logo que está muito bem lá dentro para já. Mas não será por muito mais tempo isso é quase certo... no CTG foram detetavas bastante contrações (embora eu nem tenha muita consciência delas). O que é bom... é porque, está tudo a preparar-se para o parto. 

Basicamente o plano para esta semana é novamente o mesmo. Medir as tensões diariamente, no final da semana repetir as análises e na próxima segunda fazer novo CTG e reavaliar a situação. Se se tiver alterado drasticamente nasce na próxima semana, se se mantiver mais ou menos assim, adiamos mais uma semana. Mas pareceu-me que das 37 não passará. Quanto às injeções de corticoides, o meu marido ainda perguntou se não seria melhor dá-las por precaução, à qual a Dra. disse que se tiver que nascer para a semana, como ainda teremos que suspender o Lovenox na segunda, dá tempo para as duas tomas das injeções... mas que estava confiante que não seriam precisas. A Aspirina vou deixar de tomar hoje. 

E parece que é tudo. Tensões altas na gravidez é sempre preocupante, embora as minhas tenham uma grande componente emocional, também é um facto que não é só isso pois mesmo quando me acalmo são tensões no limite. Agora começa a minha ansiedade para conhecer a minha bebé...

A partir desta semana já poderia nascer onde quiséssemos. Não precisamos alterar o plano, será na Casa de Saúde da Boavista. Agora é rezar para que não entre em  trabalho de parto nesta  sexta ou sábado porque o meu marido não vai estar cá. A médica diz que é altamente improvável, ainda temos tempo, para confiarmos nela e ele ir sossegado ao congresso (vai apresentar um trabalho importantíssimo para o futuro dele). Eu não lhe digo nada pois sei que ele esta muito apreensivo em ir (vai sexta e vem sábado), Zurique não oferece voos a qualquer hora para regressar caso seja necessário, mas morro de medo que aconteça alguma coisa e ele não esteja cá. Por mim que não sou nada sem ele e vou ficar em pânico sozinha (sozinha não, que tenho a minha mãe mesmo por perto, mas não é a mesma coisa!! Não é mesmo!),  mas também por ele que pode perder o nascimento da única filha que talvez venha a ter e acima de tudo que sei que gostaria de estar presente. Bom bom era conseguirmos chegar às 37 semanas e uns dias... eu ainda acredito que será possível. 

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

State on mind

Eu bem tento levar a vida com a normalidade possível nesta fase. Mas desde segunda feira que estou muito apreensiva com a possibilidade do parto prematuro. Na verdade isso será quase uma certeza... resta saber até quando iremos conseguir controlar a situação.

As minhas tensões têm andado no limite e embora as análises da semana passada estivessem ótimas, temos que estar vigilantes. Hoje fui fazer as análises mais especificas da pré-eclampsia e na segunda temos os resultados. Na consulta que será de seguida iremos decidir o que fazer. Mas existe a possibilidade de termos que suspender a medicação anti-coagulante, administrar as injecções de corticoides para maturar os pulmões da bebé, e no máximo em 5 dias nascer. Com 35s+5d +/-. Claro que aqui surgem imensas questões: o meu pânico dos hospitais públicos e a sua falta de privacidade (shame on me por ser assim), a possibilidade de complicações para a bebé...  e para mim. 

Neste momento sinto-me perdida como não me sentia à muito tempo. Este plano de ficar na expectativa, de não saber ao certo com o que contar, está a deixar-me muito ansiosa. Uma parte de mim prefere que a Ali nasça já e cresça o que ainda tiver que crescer cá fora num ambiente mais controlado e seguro para ela do que o meu útero. Mas outra parte de mim questiona-se se será mesmo assim? Se isso será o que é realmente melhor para ela e não é apenas a minha ansiedade de querer controlar as coisas. Em momento algum senti esta responsabilidade que sinto agora. Neste momento não é o meu bem estar que é importante... é essencialmente o bem estar desta bebé que lutamos tanto para conseguir, e que acima de tudo não tem culpa nenhuma do meu corpo ser um incompetente para a proteger até ao fim. 

A parte boa é que se continuar como até segunda a bebé estava bem e com um bom peso para nascer. Obviamente que não é o ideal. Mas há bebés que nascem com 35 semanas e praticamente não precisam de cuidados especiais. Eu nasci bem mais pequena que a Ali nascerá e não tive qualquer problema derivado a isso a vida toda. Só me resta viver mesmo um dia de cada vez....

terça-feira, 20 de novembro de 2018

34 semanas

Ontem completamos 34 semanas e foi dia de consulta. Pela primeira vez achava eu que não estava muito nervosa para a consulta... a bebé tem mexido bem logo acalmado o meu coração.

Mas bem, vamos fazer a eco e está tudo bem com a Ali! Pesa +/- 2,500kg com uma margem de erro de 300g, líquido bom, placenta boa, até parece que nos acenou com a mãozinha com 4D. Tudo muito bem. Começamos a falar do parto, está previsto para dia 19/12, e embora seja cesariana a Dra. achou que estava na altura de fazer a prova de stroptococos. Para quem não sabe do que se trata é tipo um papanicolau vaginal e rectal. Lá tive eu que mudar de cadeira, para aquela marquesa ginecológica terrível mas que eu conheço tão bem... devo ter ficado logo em pânico porque a Dra. disse logo “a Mylittlefairytale não dava para parto normal pois não?!” Lá fez o exame, que não custou absolutamente nada mas enfim...

Estava tudo muito bem. As análises do terceiro trimestre estavam ótimas, sem proteína na urina, o combur que fiz na clínica também estava bem. Vamos medir as tensões... e aí tudo muda! 170/110! O pânico total... a médica mandou-me logo deitar, mudou de aparelho, começou logo a traçar os cenários possíveis. E eu a ficar cada vez mais em pânico... o meu pânico da pré-eclampsia. Com 34 semanas o bebé já é prefeitamente viável, 90% nasce sem qualquer sequela, mas quando estamos perante este cenário com o nosso bebé, não é de todo o que desejamos... mas bom, deitada as tensões baixavam o que era um sinal. O meu marido lá manteve a sua racionalidade e sugeriu não tomarmos nenhuma decisão na hora... em casa iríamos medir com calma os 2 e depois falamavamos com a médica. Claro que sai de lá em pânico... só imaginava a minha bebé numa incubadora dias infinitos. Lá fomos nós comprar a máquina de medir as tensões e fomos para casa... na viagem para casa eu comecei a racionalizar... já estamos com 34 semanas. Não são propriamente 29 ou 30. A bebé está bem. Se tiver que nascer agora apenas nos altera os planos e teremos que ser fortes para o que aí vem. Obviamente que terá que nascer num hospital público. 

Para já tudo não passou de um susto. Mal chegamos a casa medimos as tensões, e estavam boas!!! 138/88 sentada e 128/77 deitada. Rigorosamente nada a ver com os valores obtidos na clínica. Hoje de manhã ainda estavam mais baixas. Vamos medi-las todos os dias agora é vamos indo e vamos vendo. Tenho consulta novamente já na próxima semana e eventualmente irei fazer umas análises mais detalhadas para despistar a terrível pré-eclampsia. Mas já serão 35 semanas... cada dia que passa mais a bebé se fortalece, menor o risco na permaturidade. Se conseguirmos chegar às 37 ou às 38 será perfeito. Agora é um dia de cada vez...

quarta-feira, 7 de novembro de 2018

32 semanas

Na segunda feira, dia em que completamos as 32 semanas, foi dia de consulta. Graças a Deus está tudo bem com a Ali. Pesa 1,900kg e penso que está +/- no percentil 50. A médica não disse ao certo, mas se diz que está tudo bem isso é que é importante. O líquido e a placenta estão boas e o colo do útero encortou pouquinho nestas 3 semanas. Penso que agora está com 31mm e completamente fechado. Desta vez a Dra. não me pareceu preocupada como na última consulta. Parece que a vida mais calma que tenho levado tem ajudado neste processo. Ainda bem!! Também não poderia ser de outra forma... sinto mesmo necessidade de estar descansada no meu canto. Este fim de semana fomos passá-lo fora, aproveitar para namorar o máximo possível, no domingo tive um almoço de família e depois um lanche/ jantar de um primo e no domingo à noite estava de rastos. Já sei o que são as dores nas costas... não me estou a queixar, apenas a constatar que no final da gravidez temos mesmo que ter algum descanso. 

Na verdade está tudo a correr tão bem que nem parece a minha história. É uma autêntica novidade para mim. Agora tenho consulta no dia 19, às 34 semanas. Ainda bem que são só duas semanas sem saber da minha boneca! E não sei se nessa consulta já irei fazer o exame das cintas ou eco qualquer coisa fetal mais concretamente. Até lá tenho que fazer as análises ao sangue e à urina do 3.º trimestre. 

A gravidez é uma maratona. Na primeira gravidez não fazemos a menor ideia do que contar. É tudo novo. A minha tem sido muito pacífica, o segundo trimestre então foi maravilhoso, o terceiro está a ser mais complicado a nível físico, mas maravilhoso na mesma pois a bebé é muito mais ativa. Faltam 6 semanas para a Ali nascer e confesso que começo a pensar no parto. Não com medo... mas com expectativa. Se tudo correr bem no dia 19/12 vou entrar na maternidade grávida e passados uns dias, sair com uma bebé nos braços que irá ser o centro do meu, do nosso mundo. A vida como a conhecemos até aqui nunca mais será a mesma. Não tenho dúvida que será melhor, mas mais desafiante também será com certeza.

quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Nós por cá

Já há muito tempo que não escrevo nada por aqui porque, felizmente, não há nada de relevante a escrever. 

Poderia começar a fazer uma série de queixumes deste terceiro trimestre de gravidez, mas não tenho esse direito. Nem essa vontade. Não é maravilhoso acordar de noite com dores nas mãos e mal as conseguir dobrar durante algum tempo de inchadas que estão. Os pés então é uma aventura calçar o que quer que seja. (Lá estou eu a queixar-me!!) E ainda só vamos na 31ª semana... se correr tudo bem faltam exactamente 7 semanas para a Ali nascer. Que ansiedade e que emoção!

Optei por fazer o Curso de Preparação para a Parentalidade que uma amiga está a fazer num Centro de Saúde aqui perto de casa. Mesmo não estando inscrita nesse CS, nem tão pouco estar a acompanhar a gravidez em nenhum CS, posso fazer o curso e a novidade para mim que estou habituada a pagar tudo a preço de ouro, é que é gratuito. Mesmo sendo uma preparação para a parentalidade muito desse curso é virado para o parto normal, que não é tema que me cative. Aliás só serviu para reforçar a minha vontade de não querer passar por um trabalho de parto. A parte da amamentação, que lá são 200% a favor, ainda não cheguei a essas aulas, mas são as que me deixam mais na expectativa. Se não quiserem um parto normal nem amamentar não percam tempo com estes cursos. A mim só me interessa mesmo pela amamentação que não sendo fundamentalista, gostaria de viver essa experiência. 

A mobília do quarto da Ali chega para a semana, e depois é só começar a lavar a roupa toda que já tem e fazer a mala. Agora compreendo a ciência que é fazer as malas da maternidade. A da Ali e a minha. A verdade é que para mim tive que comprar imensa coisa, como camisas de dormir e pijamas de botões que não tinha nada disso. Para a bebé então... é toda uma ciência. Fazia-me imensa confusão (ainda faz na verdade) que tamanho comprar para os primeiros dias. Em algumas lojas o tamanho 0 é menor de 50cm, o que é bom se ela for pequenina. Embora toda a gente diga que não usam esse tamanho muito tempo. Mas tem que ter alguma coisa imagino eu.... o tamanho de 50cm pode ser grande e depois a miúda fica a boiar lá dentro. Lá foram uns bons euros para uma dou duas semanas mas lá terá que ser. 

Na verdade até ficar de baixa não tinha noção de tudo que precisava de tratar para a chegada da Ali e também não tinha noção como estava a ficar cansada. Acho que as contracções indolores abrandaram, embora ainda me atormentem. Confesso, com alguma vergonha até, que ainda tenho imenso medo que alguma coisa corra mal. Nas últimas semanas os movimentos da bebé são muito mais frequentes, o que é maravilhoso, a melhor parte de estar grávida, mas também o meu maior motivo de preocupação. Acho que consigo estabelecer uma rotina de movimentos, mas quando não os sinto, fico em pânico. É muito difícil este medo constante. Estou muito ansiosa que a Ali esteja cá fora e tenho um medo enorme que algo corra mal até ao nascimento, que me vejo a desejar que mal seja possível a médica a faça nascer. Prefiro tê-la cá fora. 

Na próxima semana, dia 5, tenho consulta e já irei saber como está a minha bebé. Agora que se aproxima a reta final é uma grande emoção. Torçam por nós, e para que esteja tudo bem e a Ali nasça no dia 19 de dezembro como está previsto, forte e saudável! É só isso que me interessa... que a minha bebé nasça bem e que seja muito feliz. 

terça-feira, 16 de outubro de 2018

29 semanas

Ontem foi dia de consulta... finalmente!!

Com a Ali está tudo bem. Está uma crescida, já pesa 1525kg e já está posicionada para nascer, de cabeça para baixo. É tão engraçado de vê-la em 3D. Ainda não foi desta que conseguimos uma foto em condições porque ela tinha as mãos e os pés na cabeça. São realmente elásticos. As minhas tensões voltaram as estar boas e sem sinal de infecção urinária... ufa. 

A partir de amanhã estou oficialmente de baixa até ao parto. Serão 7 meses, se a Alice nascer quando é previsto, afastada do trabalho. Na realidade não tive opção, vou ter mesmo que abrandar porque o meu colo do útero já não está famoso. Há 4 semanas media 4 cm, ontem media 3,38cm. Baixou bastante... embora a médica disser que não é preocupante para já, só abaixo de 2,5cm é que teria que fazer medicação e repouso absoluto (ou praticamente), acho que não ficou muito agradada com a situação. E eu por muito que não me queira preocupar, preocupo-me sempre. A partir de amanhã nova vida para mim... ainda bem que tenho os meus patudos porque caso contrário iria passar-me em casa sozinha. Obviamente que vou ter que sair, até porque ainda falta preparar imensa coisa para a bebé. 

Consulta agora só daqui a 3 semanas. Sempre é melhor que 4. Vou ver se me inscrevo num curso daqueles que preparação para a maternidade. Acho que só me faria bem aprender umas coisas, embora aquela parte da preparação para o parto normal não me interessar.

Há um ano atrás estava completamente destruída por dentro. Ainda estava a recuperar do aborto e a lidar com quistos foliculares mais uma vez. Estava desacreditada e sem esperança. O meu alento era a viagem ao Dubai que fizemos no início de novembro que me retemperou energias. A tec seguinte que fiz correu pessimamente com spottings praticamente desde o início e com a confirmação do insucesso bem perto do natal. Ainda foi preciso mais uma negativa em fevereiro até ter o meu milagre em abril. Se a minha história poder ajudar alguém que trava esta batalha pela PMA, é a minha maior alegria. Por muito destruídas que nos sintamos, não podemos desistir. Mesmo quando a esperança nos abandona, se poderem, continuem a lutar pelo vosso sonho. Por vezes a vida surpreende-nos e retribui-nos todo o sofrimento pelo que passamos. 

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

28 semanas

É incrível como já vamos nas 28 semanas e oficialmente no 3º trimestre e no 7º mês. Dependendo da fonte o 3º trimestre começa ás 26, 27 ou 28. Não sei qual estará certa, mas penso que já posso dizer que estamos no 3º trimestre. 

Pela minha experiência até agora, posso dizer que esta entrada no 3º trimestre está a mostrar-me os verdadeiros incómodos da gravidez. A energia que me foi devolvida no 2º trimestre já era e agora o cansaço voltou a apoderar-se de mim. A minha barriga embora não seja enorme, já pesa, já preciso de pensar duas ou três vezes em como vou fazer para levantar-me se estiver deitada. O inchaço também já começa a acompanhar-me, principalmente se estiver calor ou tiver um dia mais cansativo. Cozinhar é uma experiência diferente agora vivida mais distante do fogão, e apertar umas sapatilhas nem sempre é fácil. É possível... mas mais difícil. 

Tirando isto, que verdadeiramente não é nada de especial, por cá vamos continuando à espera ansiosamente da próxima segunda feira para saber se está tudo bem com a Ali. Continuo com tanto medo que algo não esteja bem.... felizmente desde a semana passada sinto mais os movimentos da bebé, mas mesmo assim não sinto tanto como gostaria. E depois lê-se tanta coisa.... só quero saber se está tudo bem! Em princípio de hoje a uma semana ficarei de baixa... as contracões estão estáveis, mas sempre presentes. Penso que não será alarmante, mas vamos ver o que a médica diz. Por um lado sei que vai ser difícil para mim parar de trabalhar, a nível psicológico, mas sinto que o meu corpo está a precisar e que assim será um final de gravidez mais tranquilo. 

quarta-feira, 3 de outubro de 2018

3

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Hoje é o meu aniversário. 33 já cá cantam. 

Fazer anos sempre teve um significado agridoce para mim. Se por um lado devo festejar a vida, a minha vida, tudo de bom que tenho na vida, ainda por cima este ano que tenho tanto. Mas por outro lado entristece-me por motivos muito meus. 

Mas este ano é sem dúvida especial. É marcado pelo número 3. E em breve seremos 3 lá em casa. Seremos 5 com os dois cachorros que para nós fazem parte da família, mas seremos 3 humanos. E eu ainda tenho tanta dificuldade em acreditar que está mesmo a acontecer.... ainda tenho tanto medo que não consigamos acrescentar o 3º elemento tão desejado à nossa família. Só vou acreditar que está mesmo a acontecer quando tiver a Ali nos meus braços.  

quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Nem sei se ria nem sei se chore


Estava a folhear esta revista, já com algum tempo, e vejo esta publicação sobre a gravidez da Inês Herédia. Não sei se se consegue ver o conteúdo da notícia na foto, mas basicamente noticiam que a actriz recorreu a inseminação artificial para ficar grávida dos gémeos, mas depois explicam o procedimento de uma FIV. Ou seja, quem escreveu esta publicação não faz a menor ideia do que está a escrever. O que é uma vergonha e que me leva a concluir a desinformação que existe para a maioria dos mortais em relação às técnicas de PMA. Nem a/o jornalista encarregue de escrever tal conteúdo se deu ao trabalho de procurar informação sobre o tema. Talvez se devesse falar mais, e mais abertamente (shame on me que escrevo com uma identidade anónima) sobre o tema, para que quem está nesta luta não se sinta tão anormal por ter que recorrer à ciência para conseguir o que para, a maioria das pessoas, e ainda bem!, é um processo tão natural como beber uma garrafa de água. 

terça-feira, 25 de setembro de 2018

Análises 2.º trimestre

Hoje fui buscar as análises do 2.º trimestre e depois de um sustinho de quem não percebe nada do assunto e acha que percebe, a médica já confirmou que está tudo bem.

Não era a prova da glicose que me metia medo... ou melhor o resultado. Era a análise da urina. Já aqui falei do meu medo da pré-eclampsia. Pois que tinha o valor de proteína na urina acima do valor base. Comecei logo com os meus filmes da pré-eclampsia... mas parece que nas grávidas é normal estar ligeiramente alto, e mesmo assim está abaixo do limite para as grávidas. A médica já viu as análises e disse que estava tudo bem. So far so good. Até a vitamina D que estava abaixo do valor normal antes de preparar a TEC agora estava bom.

Quanto à temível prova da glicose nada tema quem ainda não a fez. O único problema é a seca de estar quase 3h no laboratório mas como é de manhã bem cedo e agora existem smart phones estamos garantidas. Deu para ver um filmezinho no Netflix. O líquido se é fraco ou não não sei porque nada como beber aquilo de uma vez sem lhe sentir o sabor.

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Let's de game begin


Eu sabia que quando me desse o click das coisas fofas que existem para uma bebé ia ser a loucura!

É fugir de entrar nas lojas de roupa de criança. É fugir sob pena de ter que deixar lá a chaves do carro de fiança eheheh

Hoje fazemos 26 semanas e tirando o carrinho, e a roupa que foram oferecendo à Ali, e também a roupa que eu comprei este fim de semana, basicamente falta tratar de...tudo. E pior que isso, transformar um escritório cheio de tralha em um quarto de bebé. A juntar a falta de tempo que o meu marido tem tido nestes tempo e que irá continuar até ao meio de outubro, diria que lá para final de novembro teremos tudo pronto para receber a nossa Ali. 

Não me estou a queixar. Não me estou a queixar absolutamente nada. Apenas a agradecer ao univero a imensa benção de preparar as coisas para a chegada da minha bebé. 

Este post também é um desabafo por, finamente!, o meu marido chegar hoje de um congresso no qual esteve quase uma semana. É que eu agora morro de medo que aconteça alguma coisa quando ele não está... e eu que era tão forte, agora sou uma mariquinhas.

terça-feira, 18 de setembro de 2018

Eco - 25 semanas

Pois que está tudo bem com a minha bebé!! Um grande alívio :)

Já pesa 720g e está a crescer muito bem. Já conseguimos ver a cara dela em 3D e não é que a rapariga é mesmo parecida com o pai?! Óbvio que comigo é que não se ia parecer, mas podia ser assim uma coisa estranha, mas não... tem exatamente o formato do rosto do meu marido. Claro que ainda vai mudar imensas vezes. É uma delícia vê-la a abrir a boquinha e a mexer-se. Agora já parece um bebezinho de verdade, mas em miniatura. 

Quanto às contrações a médica disse que ainda era um bocado cedo para as sentir, principalmente já estando a tomar o magnésio. Provavelmente na próxima consulta já terei que parar de trabalhar. Só não foi agora porque eu pedi à Dra. para esperar mais um bocadinho... era um caos ausentar-me agora da empresa. Claro que se houvesse algum risco, algum perigo não hesitava em remeter-me ao descanso. Depois de analisar o colo do útero, as características do cordão e da placenta, e uma vez que não sinto nenhuma dor associada, para já essas contrações não significam nenhum perigo. O colo do útero estava com 4cm (acho que a unidade correta é essa) e completamente fechado. Parece que é bom para esta fase. A bebé já se está a posicionar com a cabeça para baixo. Ainda não virou completamente, mas está encaminhada.

Agora tenho um monte de análises para fazer incluindo a prova da glicose que dizem ser terrível... vamos ver o que me espera. Consulta só no próximo dia 15/10... Também já falamos uma bocadinho sobre o parto com a Dra. Muita gente pode não concordar comigo, e eu compreendo e aceito perfeitamente, mas eu nunca quis um parto natural. Para ser sincera tenho pânico do parto normal. Assim sendo está acordado, que se tudo correr bem, será por cesariana e na semana antes do natal, quando estiver com 39 semanas. Claro que até lá as coisas podem mudar. Por mim se fosse uma semana antes ainda seria melhor, mas a Dra. é que sabe. A Ali será mesmo o nosso presente de natal deste ano. E que belo presente. Não há nada que desejasse mais.  

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Finalmente!

Hoje é dia de consulta. Só ao final do dia, mas é hoje!

Por um lado estou feliz... vou ver a minha Ali e estou ansiosa para saber como ela está. Por outro estou muito ansiosa para saber se esta tudo bem. Isto é sempre uma impressibilidade e cada dia uma vitória superada. 

Pela data da ecografia do 1º trimestre a data prevista para o parto é dia 31 de dezembro, logo segundo a minha App entramos hoje na 25ª semana. Nos últimos dias tenho sentido com mais frequência a minha bebé e é uma delícia. O pior é quando passa muito tempo sem mexer que lá vêm as minhas paranóias. As famosas contrações de treino, ou contrações de Braxton Hicks já são uma constante na minha vida. Principalmente à noite quando estou deitada. E isso é assustador... por muito que leia que é "normal" não consigo deixar de pensar se não serão sinal de parto permaturo, ou que algo não esteja bem. Vamos ver o que a médica diz sobre isso logo... continuo a não confiar no meu corpo. 

E pronto... vou só ali passar as próximas horas a stressar à espera das 19:30h (que nunca será às 19:30h, no mínimo 1h atrasa sempre a consulta). 

terça-feira, 11 de setembro de 2018

Habemos carrinho de bebé

O primeiro grande investimento para a bebé está feito, já compramos o carrinho para a Ali, ou para a mãe da Ali como o meu marido diz, pois para a bebé será completamente indiferente o carrinho onde irá andar. Obviamente que não é bem assim, e procuramos alinhar não só o que é bonito com o que, pensamos nós, ser mais seguro para a bebé. Dessa forma optamos pelo Quinny Mood e pelo ovo da BeSafe. Segundo o vendedor, este ovo é o mais leve e mais seguro do mercado. Soube bem vender o peixe, mas realmente de todos que pegamos (que foram poucos) este pareceu-me mesmo o mais leve, e isso é muito importante. 

Carrinho Quinny Moodd Black Devotion

Digam lá se não é lindo? Em preto, porque em branco não gosto nada. Aliás estava bem mais inclinada para o Buzz Extra, embora gostasse mais da cadeira do Mood, mas quando o homem o trouxe assim em preto conquistou-me. Não foi preciso argumentar mais nada. Quanto ao ovo, ou melhor a sua base para o isofix tem a vantagem de já dar para a cadeira auto seguinte e ser extensível, para a criança andar mais tempo virada para trás confortavelmente. Ou seja, quando deixar de andar no carro no ovo já não precisamos de comprar outra base para o isofix. Obviamente que tudo vale o que vale, mas pronto agora está feito. E guardado nas caixas. 

Por mim não tínhamos comprado o carrinho logo no sábado. Não que já não estivesse decidido que seria este, mas porque ainda só vamos na 24ª semana. Nessa noite tive um pesadelo terrível em que tínhamos que nos desfazer do carrinho por estrear (já conseguem imaginar porquê...). Já o meu marido sonhou que a Ali já tinha nascido e era linda... estão a ver a nossa diferença! Como parece karma, no domingo de manhã, após um esforçinho da casa de banho, eis uma pinta rosada... não foi a primeira vez que aconteceu (embora não seja frequente) nem voltou a acontecer, mas foi o suficiente para ficar em pânico. Por mim teria logo ido a correr à urgência ou ligado para a médica, mas lá consegui racionalizar e perceber que deve ter sido o mesmo de sempre... algum vaso na vagina ou colo do útero que rompeu com o esforço.

Neste momento já conto ansiosamente os dias para a consulta da próxima segunda feira. São mais uma vez 30 dias sem saber nada da minha bebé, não é fácil. Isso e haver dias em que a sinto mexer bastante, e outros que praticamente não a sinto, como é o caso de hoje. Desde ontem à tarde que nunca mais senti nenhuma daquelas batidelas suaves que me fazem acreditar que tudo vai correr bem.

Não digo que não gosto de estar grávida, que até nem tenho tido razão de queixa porque verdadeiramente não tenho do que me queixar, mas só quero que dezembro chegue rápido, muito rápido, para a Ali estar cá fora e já não depender do meu incompetente corpo para sobreviver. que chegue meio de dezembro é o que eu mais quero...




quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Nós por cá

Vivemos tempos de calmaria. O que é de certa forma estranho... 

Não fosse a minha paranóia que a bebé mexe muito pouco e poderia dizer que está tudo perfeito. Amanhã fazemos 23 semanas segundo a data da DUM, porque pela idade ecografica da ecografia do 1º trimestre são + 3 dias, mas optei por contar assim... nem sei o que é mais correto. Por acaso pela data da DUM dá exatamente a idade do embrião, daí ter optado assim. A diferença também são só 3 dias...De qualquer maneira gostaria que a minha Alli desse o ar de sua graça a toda a hora, mas a rapariga não está nada para aí virada. É só muito de vez em quando, o que me dá um medo terrível que não esteja tudo bem com ela. Consulta agora só no dia 17/9, ainda falta uma eternidade por isso... aguenta coração. Em momentos de "aflição" já pensei em comprar o Doppler fetal, mas depois penso que aí é que a minha ansiedade viraria paranóia e desisto da ideia. Se pelo menos o meu marido ainda tivesse o estetoscópio podíamos ouvir o coração de vez em quando, mas o homem é "médico dos olhos" logo já nem sabe por onde ele anda.

Neste momento a minha barriga já é bastante evidente, já não engana ninguém, nem eu queria que enganasse. Já conto com mais 6kg do que no ínicio... vamos ver se a coisa não descamba. O meu objetivo era engordar 10kg, mas agora já subi a fasquia para os 12kg, mas espero não chegar lá. Confesso que tenho saudades de vestir a minha roupa, neste momento adaptei-me a um guarda-roupa cápsula, basicamente vestir quase sempre a mesma roupa, e até reconheço que tenho roupa demais.. é bem possível ser feliz com menos, muito menos. Os macacões têm sido os meus melhores amigos, não sei como será quando o frio vier. Estou ansiosa para começar a tratar do quarto da bebé para poder comprar as roupinhas, a única coisa que comprei até agora foi a mala da bebé, aquela para andar com o carrinho, ou quando saímos com ela... não tem importância nenhuma mas sempre soube que teria que comprar aquela mala.Também já fomos ver os carrinhos, mas é preciso quase tirar um curso para escolher um carro para a bebé... eu sempre gostei dos Quinny mas já me mostraram imensas vantagens de uns modelos novos que há agora, o EasyWalker Harvey, os Mima ou os Icandy Peach que são carros mais altos onde não é preciso baixar muito para chegar à bebé. E têm outra vantagem... caso a vida nos abençoe com mais um filho todos estes carros dão para, posteriormente, andar com as duas crianças. Caso tenhamos mais que um filho eles terão obrigatoriamente que ter pouca diferença de idades, logo esses carros são uma mais valia. Alguém tem algum feedback destes carros? E ja agora da Babycoc da BeSafe?

Neste momento tenho muito a agradecer à vida. Posso dizer que a gravidez tem corrido muito bem, sem nenhum percalço, tem sido... normal. Não sei o que os próximos tempos de reservam, mas a única coisa que me interessa é que esta bebé nasça bem e que seja sempre muito feliz. 

sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Eco morfológica 2.ª trimestre

Está tudo bem com a minha baby!!!! Iupi

Nenhuma medida fora dos parâmetros “normais”. Como diz o médico a obra de alicerce está bem feita, agora é só os pintores e carpinteiros não errerem nada e teremos uma obra bem feita. Um castiço este médico onde fizemos a eco morfológica. Pesa 350g e mede 25cm a minha Alli.

Finalmente vou começar a tratar do quarto da princesa (primeiro é preciso destralhar... uma longa batalha pela frente!) e do carrinho e dessas coisas fofas! Nem acredito que este sonho se está a tornar real... é realmente maravilhoso. Todas as angústias que a infertilidade nos causam ficam guardadas num lugarzinho do nesse cérebro e do nosso coração, mas valem cada lágrima, cada cêntimo gasto para que possamos viver estes momentos de ternura que são a chegada de um filho. 

Agora só tenho consulta na minha obstetra dia 17/9. Mais um mês sem saber da minha Alli mas eu aguento. Cada vez me sinto mais confiante e otimista e também mais apaixonada por está bebé que nem sequer tem o meu DNA. 

terça-feira, 14 de agosto de 2018

Eco 19s4d

Já posso voltar a respirar de alívio por mais uns dias... está tudo bem com a minha princesa :)

Como na sexta vamos fazer a eco morfológica com o médico especialista disso a Dra. MJ não esteve a medir tudo detalhadamente mas assim as coisas mais evidentes, como o tamanho do fémur e do Úmero, estava tudo bem!! Ela disse que a baby está grandolas... quase que conseguíamos uma foto em 3D da carinha mas a safada estava a mecher muito. Espero na sexta ter isso tudo... disseram-nos para levar um DVDr se quiséssemos ficar com a eco gravada. Já pesa 350g +/-. 

Estava com medo de ter uma infeção urinária, mas estava tudo bem. Ufa... uma pessoa faz cada filme na cabeça! As tensão arterial, a minha grande preocupação, dado que a minha mãe teve pré-eclampsia (eu nasci com 1,800kg aos 8 meses, as semanas a minha mãe não sabe) e como há estudos que dizem que FIV com ovulos doados aumenta o risco dessa condição estou sempre com medo que estejam altas mas estavam boas.. Nunca tive as tensões tão boas como agora na gravidez. Como nas duas últimas semanas tive 2 cãibras nos gémeos a Dra. achou melhor começar a tomar magnésio por prevenção. Só as referi porque a Dra. perguntou porque não é nada que de vez em quando não tivesse, mas ainda bem que vou começar a tomar o magnésio. 

A bebé é muito mexida mas eu tenho a placenta anterior daí ainda não a sentir muito. Eu acho que sinto qualquer coisa mas é tipo uma tremideira de vez em quando, uns dias mais que outros. É delicioso mas estou sempre a ver quando “treme novamente” é por vezes fico preocupada quando passa muito tempo sem “tremer”.. O importante é que esteja tudo bem... sabendo a localização da placenta já fiquei mais descansada que não sinta tanto como algumas pessoas. Até agora engordei 5kg, a médica diz que está bem, 1 kg por mês é o ideal. Espero conseguir manter essa meta.

Parece que o nosso Harmony anda desaparecido lol. Se chegou o resultado à clínica, ninguém sabe dele. Hoje iam pedir a 2.ª via... ainda não foi desta que tive a certeza inequívoca das trissomias mas paciência. Quero acreditar que está tudo bem... 

Até agora tem corrido tudo tão bem, tem sido tudo tão bom, que já não estava habituada a isso na minha vida. Agora é esperar pela eco de sexta, que já vou mais descansada fazer, para começar a pensar na logística da bebé. Carrinho, decoração do quarto, roupinhas (desconfio que a minha mãe já comprou o enxoval todo da criança lol) e essas coisas amorosas. 

segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Nós por cá

Estamos uma pilha de nervos. (Eu estou, o meu marido está convencido que está tudo bem. Não fosse ele um eterno otimista.)

Após 1 mês inteirinho sem saber da minha bebé, hoje finalmente é dia de consulta. Mas só ao final do dia... 

Estou a tentar levar a gravidez com naturaliade e normalidade e se a médica disse "consulta daqui a 1 mês", agendamos para dali a 1 mês. Comprar o doppler fetal para quê? Vamos ser como os outros casais que levam isto com naturalidade. Mas não é fácil!! Nós nunca seremos um casal normal... por toda a nossa história até aqui. 30 dias sem saber da minha bebé é muitoooo tempo... Só espero que esteja tudo bem e que estes tempos maravilhosos que se vivem por cá não acabem tão cedo... É que tem sido tudo tão bom... tanto medo que eu tenho.

Sabem quantas grávidas tenho à minha volta? 11! Mais 2 ou 3 daqueles primos distantes... Esta gravidez aconteceu na altura certa na nossa vida. Só espero ter boas notícias logo. 

segunda-feira, 30 de julho de 2018

So far so good

Não sei muito bem que título dar a este post, pois não se tem passado nada de novo. O que por um lado ainda bem!

O segundo trimestre é de facto uma calmaria comparado com o primeiro. Tanto a nível de sintomas, sintomas como o cansaço extremo e os incómodos com a comida, tanto como com os níveis de ansiedade. Não posso dizer que me sinto tão insegura como até às 14 semanas. Mas também não há um único dia que não sinto um medo enorme de tudo se tratar de um sonho. 

Hoje estamos com 17s+ 4d e já vem sendo tempo de começar a sentir a baby... mas até agora ainda não se fez sentir. E eu stresso... só queria saber que está tudo bem com ela. De vez em quando sinto uma tremidinha na barriga, mas duvido que seja a minha baby a mexer... é muito esporádico e sinceramente acho que é da minha cabeça. Não são asas de borboletas, nem peixinhos a passar... estou ansiosa e começo a ficar preocupada. 

A próxima eco é só no dia 13 e penso que a médica já irá fazer a tal eco mais detalhada, a morfológica, pois já estaria com 19+4dias. Nessa mesma semana vou repetir a eco morfológica com outro médico pois a Dra. MJ acha sempre melhor essa eco ser feita por 2 médicos diferentes. Que assim seja... o importante é que esteja tudo bem para poder começar a comprar alguma coisa para a bebé. Neste momento ainda não consigo pensar nisso... (ao contrário da minha mãe e da minha sogra que já compram montes de coisas, mesmo eu tendo-lhes pedido que não o fizessem).

Para quem interessar a informação, como disse no último post optamos por fazer o exame de DNA fetal, o Harmony. Existem outros semelhantes, mas este é feito no laboratório onde costumamos fazer todas as análises e está sempre a passar informação sobre o teste lá numa televisão, já sabíamos bastante sobre o exame. Em todos os betas negativos e análises maradas tive que levar com aquilo, por isso agora tinha que fazer o exame lá.... coisas minhas lol. O exame custa 370€ e demora cerca de 10 dias. O resultado é comunicado ao médico assistente e não a nós, ainda não sei o resultado do meu, provavelmente só na próxima consulta. O exame mais completo, o tal que custa perto dos 500€ dá informação sobre as aneuploidias sexuais. Em casos de doação de ovócitos e gravidez gemelar não é possível obter essa informação. Mas segundo a nossa obstetra essa informação não é a mais relevante pois essas anomalias são perfeitamente compatíveis com a vida, logo nem há indicação de aborto.

E por cá vamos andando... a tentar aproveitar esta fase maravilhosa que pode ser a única vez que a iremos viver. Ainda restam 2 embriões mas... com o meu histórico fica difícil acreditar que teremos mais que um filho. Mas agora não quero pensar nisso. Só quero que corra tudo bem desta vez e esta bebé tenha muita saúde.  

sábado, 14 de julho de 2018

15 semanas

Ontem fui dia de consulta. E o que eu stressei antes da consulta!! Sem necessidade... até tive direito a raspanete do meu marido e tudo. Hoje sei que não tinha necessidade nenhuma e realmente tenho que aprender a relaxar mais.... de nada me serve andar ansiosa e com mil macaquinhos na cabeça. E tudo porquê? Porque ainda não sabia o resultado do rastreio bioquímico e meti na cabeça que se não sabia é porque seriam más notícias que a médica queria dar-nos pessoalmente. Isso e a melhoria do meu estado anímico (graças a Deus!). Agora já tenho energia para fazer tudo e mais alguma coisa. Abençoado 2.º trimestre.

Felizmente o rastreio foi negativo para todas as trissomias. Bem negativo segundo a médica, mas deixou-nos à vontade para fazer o Exame de DNA fetal se assim o entendermos. Já tínhamos mostrado vontade de fazer o exame mas primeiro quisemos esperar pelo resultado deste rastreio. Se o resultado do rastreio deixa dúvida? Não. Se 500€ nos fazem faltam? Não. Por isso na dúvida vamos fazer. Se é excesso de zelo? Provavelmente sim. Mas a única coisa que se “perde” é mesmo o € por isso vamos fazer. 

Quanto à consulta de ontem estava tudo bem. Graças a Deus! Deu para confirmar o género do baby e a Dra. estava certa, é mesmo uma menina. Não será Vitória porque o meu marido não gosta mesmo nada do nome e segundo ele será sempre a nossa vitoria mas não precisamos de nos lembrar disso sempre que pensarmos na baby. E eu compreendo. A minha segunda opção foi aceite e já está decidido que será Alice. O nome da minha avó. É tão bom ver a baby a mecher-se! Parecia que estava na esplanada a xuxar no dedo. É uma ternura e uma graça. Até agora engordei 3kg e a Dra. diz que até agora está ótimo. As tensões também estavam boas o que para mim é uma grande vitória dado que sempre que as meço estão no limite. Parece que faz efeito ter deixado de tomar café e ter reduzido (ainda mais) o consumo de sal. A minha mãe teve pré-eclampsia por isso eu nasci prematura e com baixo peso, a doação de ovocitos aumenta o risco de pré-eclampsia, por isso... tenho bastante risco de ter também. A próxima consulta é dia 13 de agosto e não sei como vou aguentar 1 mês sem saber da minha baby, mas vou tentar viver a gravidez a partir de agora com mais naturalidade. A bebé já pesa 120g o que segundo a médica é normal para o tempo de gestação. Está tudo bem e vai continuar. 

Agora vou fazer uma confissão... estou completamente apaixonada pela minha baby. Se o ovocito fosse meu seria impossível amá-la mais... Isso é completamente irrelevante para o caso. 

terça-feira, 10 de julho de 2018

7 anos

Para ti meu amor querido que talvez um dia acabes por ler este blog.

Faz hoje 7 anos que partilhamos a vida. Na inocência dos dos nossos 25 anos achamos que fazia mais sentido vivermos juntos pois a loucura do teu internato médico e o facto de eu na altura também ter horários malucos não nos permitia estar juntos o tempo que gostaríamos. E tanta coisa, boa e má, vivemos nestes 7 anos... 

E fomos vivendo o que a vida teve para nos oferecer. Depois de perdermos o meu pai e o depois o teu, aprendemos a agradecer o que vida foi-nos oferecendo. Quando fizemos 10 anos de namoro quiseste oficializar a nossa relação e em 2014 vivemos o dia mais feliz das nossas vidas junto da nossa família e dos nossos amigos. Mas queres saber uma coisa? Para mim tanto me fazia oficializar ou não. O teu amor, o amor de um homem tão especial, sempre me chegou. 

E continuamos a ir vivendo a vida sempre juntos, sempre unidos e sempre a tentar contornar os obstáculos da vida. Em 2015 terminaste o internato de forma exímia e conseguiste trabalhar onde sempre desejaste. O que tu não sabes é que me enches de orgulho todos os dias pela pessoa e pelo médico que és. És tão especial... 

Depois de muitas viagens e algumas loucuras,  em 2016 chegou a hora de pensarmos em deixar de sermos só 2. E que dificil foi tomarmos essa decisão... mais eu que tu porque tu sempre estiveste disposto a aceitar o que a vida tinha para nos oferecer. Ora para isso era necessário confirmar se eu tinha a mutação que nos dificultaria a vida ou seríamos afortunados em ter a vida simplificada. Não fomos afortunados. Só tive coragem de fazer esse teste porque estiveste ao meu lado a dar-me a mão o tempo todo. E também foste tu, que me deste a notícia da minha, da nossa, sentença. Não poderia ser de outra forma. O caminho que enveredamos pela PMA já vocês conhecem deste blog. 

Tantas e tantas vezes me desesperei, deixei de acreditar, duvidei que fosse algum dia resultar. Tantas e tantas vezes te disse que deverias seguir a tua vida sem mim. Um homem como tu não tem necessidade nenhuma de passar pelo que já passamos, e pelo que ainda vamos passar por causa da minha mutação. Mas tu nunca duvidaste que o teu lugar era comigo e, das vezes que não te zangaste, dizias que era simplesmente o amor. Não se escolhe quem se ama. E foste tu que sempre me disseste que ia correr tudo bem. O importante éramos nós os 2. O resto só nos restava aceitar o que a vida tinha para nos oferecer. 

E foi o teu amor que nos trouxe até aqui. Ainda falta muito tempo para que este sonho de deixarmos de ser só 2 se concretize, mas estamos no bom caminho. Continuas a ser tu que acalmas todos os meus medos (e como tenho sentido medo que algo não esteja bem nestes últimos dias...), continuas a ser tu que me dizes todos os dias que vai correr tudo bem. Aconteça o que acontecer. 

Parabéns meu amor querido por estes 7 anos de vida em comum é por esta história, está Fairytale, que vamos escrevendo.

quinta-feira, 5 de julho de 2018

14 semanas

Segundo algumas fontes só na 14.ª semana é que começa o 2.º trimestre. Já ando a suspirar por ele desde as 12. Mas parece que, finalmente, agora sim estamos no 2.º trimestre que dizem ser o melhor. Amanhã faz duas semanas desde a última ecografia e a verdade é que, embora não tenha acontecido nada alarmante, neste momento não faço ideia se continua tudo bem com o meu baby. E começo a ficar ansiosa com esse facto. 

Tem dias em que me desespero com a quantidade de coisas que podem correr mal e anseio por o mês de dezembro. Obrigo-me a repetir em voz alta “vai correr tudo bem” “vai correr tudo bem” “vai correr tudo bem”! Mas na verdade continuo com muito medo... perder este bebé agora era um duro golpe do destino. A minha mãe está eufórica com o bebé e já quer comprar tudo e mais alguma coisa... já lhe pedi que não o fizesse ainda. No outro dia estive mesmo para comprar um caderno do Mr. Wonderful muito fofo onde se regista os vários passos de uma gravidez. Mas não consegui fazê-lo.  Estava perto da caixa de pagamento e fui devolvê-lo ao local. Temos que pensar em algumas reformas na nossa casa mas também não me parece ainda oportuno pensar nelas... 

Embora tudo isto, sinto-me muito feliz. O meu corpo continua a mudar e eu sinto-me muito confortável com isso. A minha relação com a comida parece que finalmente está pacífica. Não tenho ataques de fome e os incómodos (enjoos talvez) também estão muito melhores. Apenas os cheiros me continuam a incomodar um pouco... a comida dos cães por exemplo. Quem é que se incomoda com o cheiro da ração seca dos cães? Eu! Custava-me mesmo alimentar os meus príncipes. Até o cansaço está melhor... há 2 dias que me sinto, finalmente, normal. Claro que também fico a pensar se assim é por maus motivos mas, lá está, tenho que acreditar que não. 

Por vezes dou por mim a pensar em como as incontáveis deslocações a Lisboa, à IVI, já estão distantes na minha memória. Dou por mim a pensar em como todo o percurso na infertilidade valeu a pena, e só vamos na 14.ª semana. O problema são as tecs negativas, são os tratamentos sem embriões,  é o aborto... esses sentimentos ainda estão muito presentes e custa muito pensar neles e voltar a sentir essas desilusões. 

quinta-feira, 28 de junho de 2018

13 semanas

Hoje chegamos às 13 semanas. Iupiii 

Pela idade ecográfica já tínhamos chegado desde segunda, mas penso que se deve manter a contagem pela última DUM, não sei. De qualquer maneira esta data é muito importante pois assinala a entrada no 2º trimestre. Obviamente que temos que viver um dia de cada vez, mas caramba.... acho que posso relaxar um bocadinho. O risco maior de perda gestacional está ultrapassado, embora agora possam vir outros e diferentes obstáculos. Analisando bem os últimos meses, esta gravidez até que tem corrido bastante bem. Sem grandes sustos. 

Amanhã faz uma semana desde a última eco, e eu por mim fazia já outra. Mas não pode ser. Tenho que tentar ser normal e esperar pela próxima que será dia 13 de julho (era uma semana depois mas a médica vai de férias, antecipamos uma semana! Ainda bem. menos uma semana de sofrimento.)

Já não fazemos segredo que vamos ter um filho e é muito bom partilhar esta alegria com quem nos quer bem. Embora não consiga deixar de sentir um medo enorme que algo corra mal e depois tenha que lidar com a desilusão e pena de todos. 

É engraçado ver as alterações no meu corpo. Nunca pensei que fosse achar graça a ver-me "engordar" e ter um guarda roupa mais limitado, mas na realidade é que isso não interessa nada e sim, é giro ver as nossas formas a mudarem e a barriga a crescer. Claro que se há um dia em que acho que está igual fico paranóica a perguntar ao meu marido se não acha que está mais pequena a barriga. Mas depois lá racionalizo. Se crescer todos os dias estou desgraçada.... correndo bem ainda faltam 6 meses. É melhor aproveitar o estado em que está porque depois o desconforto é sempre a piorar. 

Acho que já tenho um bocadinho mais de energia. Quer dizer tem dias que sim, tem dias que é uma miséria ainda. Não adormeço antes das 22h, mas fico de rastos no fim de jantar. Embora as mamas estejam maiores, praticamente não me doem. Mais um macaquinho para a minha cabeça

Resumindo, estamos imensamente felizes. Duvidei muito, praticamente desisti, de acreditar que algum dia passaria por estes momentos de ternura e felicidade. Para ser sincera ainda tenho muito medo. Mas também me permito a sonhar e a acreditar que vai correr bem. Que vamos ter o privilégio desta bebé ser nossa filha e que nos dará imensas alegrias. 

sábado, 23 de junho de 2018

Eco - 12s+1d

Ontem fomos fazer a tal eco mais detalhada do primeiro trimestre. 

O dia começou normalmente, já sabia que não seria um dia fácil com a espera pelas 20:30h, hora que tínhamos a consulta. Mas na verdade tornou-se bem pior do que eu contava pois na hora de almoço fui presenteada com uma secreção rosada (igual à que tive às 9s mas em menor quantidade). O meu coração quase que parou.... o que valeu foi que tinha a consulta nesse dia.

Felizmente estava tudo bem na ecografia. Mais que bem segundo a Dra. Ao início não estava ser fácil, pois a rapariga estava a fazer-se de difícil. Sim, é verdade é uma menina!!! A nossa Vitória. (Agora só me falta convencer o meu marido a dar-lhe esse nome!!) Obviamente que a Dra. não deu a certeza absoluta, mas pareceu-me que estava bastante segura. Via-se bem os 2 traçinhos que é suposto ver-se nas meninas. Mas depois resolveu colaborar como uma linda menina e lá se deixou fotografar. Estava sempre a mexer-se. É tão giro. 

A TN era 1,2, os ossos nasais mais que visíveis, distinguiam-se bem os 5 dedos em cada mão e os pés também. Hoje fui tirar sangue para o rastreio bioquímico, mas parece que aquilo ainda demora uns 10 a 15 dias. Mas deve estar tudo bem... espero que sim!

Como não havia nenhum sinal de descolamento da placenta, nem nenhum sinal de alarme, e depois de mostrar a foto do papel higiénico (que coisa bonita de se fotografar), a Dra achou que não era de valorizar mas pelo sim pelo não fiz uma análise à urina para ver se havia alguma infecção. Não havia. 

Agora é esperar pelo resultado final do rastreio e pela próxima ecografia que será dia 13 de julho. Daqui a 3 semanas. Parece que as coisas estão a tornar-se reais. Ainda nem acredito que está a correr tudo bem...

quinta-feira, 21 de junho de 2018

12 semanas

Hoje chegamos às 12 semanas. Só falta uma para poder respirar mais calmamente... toda a gente diz que o risco maior é até às 12 semanas, só que esquecem-se de dizer que é inclusive a semana 12. Assim sendo só na 13.ª é que começa o segundo trimestre é estatisticamente o risco de aborto é menor. 

Amanhã tenho consulta com a médica e já vou saber se o baby continua bem. Isto é um stress constante. Eu sou bastante leiga nas andanças da gravidez mas parece que amanhã vamos fazer umas medidas quaisquer para ver se o bebé está a desenvolver bem e no sábado vou fazer eu uma análise ao sangue e que ambas constituem o rastreio combinado que nos dá a probabilidade de o bebé ter alguma anomalia cromossomica. Tudo isso poderia ser indicado (mais a certeza do sexo do bebé) no teste Harmony. A Dra. aconselhou-nós a que se o tal rastreio der uma valor muito baixo não será necessário fazer o Harmony, mas não sei se mesmo assim não faremos... logo se vê. Eu só quero que amanhã o baby esteja vivo... é isso que me preocupa sinceramente. 

No fim de semana contamos à minha mãe e à minha sogra. Esse facto tornou esta gravidez mais real... foi muito bom partilhar com elas esta notícia mas por outro lado fiquei ainda com mais medo no caso de alguma coisa correr mal. Também fiquei a saber que a minha melhor amiga está grávida de apenas mais 3 semanas... correndo tudo bem vamos ter babies na mesma altura. Mais uma vez no lugar de ficar muito feliz fiquei cheia de medo... se correr tudo bem será maravilhoso se correr mal será um trauma enorme. Quando ela me contou, também lhe contei e pronto não devia ter contado. Devia ter esperado pelas 13 semanas. Mas foi um momento feliz... 

Torçam por nós amanhã!!

sábado, 16 de junho de 2018

11 semanas + 2 dias

No título deste post não ponho eco, porque hoje não foi bem uma eco, mas tal como combinamos com a obstetra regressamos de férias ontem e hoje fomos ver se estava tudo bem com o nosso baby. Já não posso tratá-lo como embrião, e tratá-lo por “feto” não me parece nada bem.

Hoje pudemos ouvir o coração do baby e vê-lo, embora o safado estivesse de costas o tempo todo. Como não era para ser aquela eco mais detalhada do 1.º trimestre para medir a TN e mais não sei o quê a Dra. não insistiu muito com ele. Essa eco será na próxima sexta, dia 22, às 12 semanas e 1 dia. Mas foi muito bom saber que estava tudo bem e que continua a crescer. Falta pouco para passarmos a fase mais crítica, mas confesso que já estou (bastante) mais confiante. A fase mais crítica de formação já passou... sempre que procuro um pouquinho sobre coisas que podem correr mal até me assusto. O risco de aborto é menor, mas ainda muita coisa pode correr mal. Só que eu não posso estar sempre a pensar nisso... tenho que pensar nas coisas que podem correr bem e em contar à minha mãe que vai ficar super feliz. Na verdade nesta última semana a minha barriga deu um “salto” enorme e já não sei como esconder. Ainda bem que comprei as calças de grávida porque já não aguentava vestir outra coisa.

Confesso que estou encantada com a minha barriginha. É uma ternura saber que alberga lá um ser vivo. Estou apaixonada por este 5,16cm de gente. Só desejo que corra tudo bem.

sexta-feira, 8 de junho de 2018

State on mind

Ontem chegamos às 10 semanas! Iupi! (Se estiver tudo bem como é óbvio...)

Estes últimos dias sinto-me mais cansada que nunca. Espero que seja sinal que o embrião está a usar toda a minha energia para continuar a desenvolver. A minha relação com a comida continua complicada. Por um lado tenho mais fome que nunca, e de coisas pouco saudáveis confesso. Mas por outro lado, além de nesta fase não querer engordar mais que os 2kg que já engordei, por vezes a comida mete-me impressão. Passo de uma fome de leão que até ouço o meu estômago a roncar, para não conseguir sequer ver a comida à minha frente. 

Já fiz as análises que a Dra. mandou e confirmou-se que sou imune aquelas coisas todas, rúbeola, toxaplasmose e CMV, o que é um descanso com a comida. Já as tinha feito todas, mas ela achou melhor repetir tudo bem. Parece que é raro alguém ser imune à toxoplasmose. Eu tinha que continuar com as minhas anormalidades, mas melhor para mim, posso comer tudo que me apetecer. Obviamente que tenho algum cuidado com o sushi por exemplo. Logo no início tive um jantar com uns amigos num restaurante que andávamos à imenso tempo para conhecer e eu só comi as peças fritas. E custou-me bem resistir... além de ter que inventar uma desculpa qualquer para justificar ter comido tão pouco. Mas contar a alguém desta gravidez está fora de questão para já. Ainda não é garantido. Nada é garantido. Só não sei até quando vou conseguir uma vez que todas as minhas calças de ganga já não me servem. Preciso urgentemente de comprar calças, mas não quero. Calças de grávida estão fora de questão para já e calças números acima também me custa comprar. Não sei que faça. 

Confesso que a consulta com a Dra. Maria José tranquilizou-me bastante. Ela fez uma ecografia bem minuciosa (além disso é a especialidade dela a ecografia de 1º trimestre) e disse que obviamente que não podia garantir que ia correr bem, mas pelo que estava a ver na ecografia não havia o mínimo sinal de alarme. Por um lado fiquei tranquila, mas por outro continuo a ver casos de abortos às 10, 11 semanas e o meu pânico continua... E agora ia custar-me muito, muito mais. Quanto mais tempo, mais nos afeiçoamos ao nosso embriãozinho. Perder este embrião, que ao que parece na 10ª semana ganha o estatuto de feto, iria ser um duro golpe do destino. 

Amanhã vamos de férias para o Algarve. Só espero que corra tudo bem. Adorava saber se continua tudo bem neste momento para ser sincera. Mas obviamente que não posso passar a vida a fazer ecografias só porque sim. Ninguém disso que ia ser fácil. Ninguém disse...

segunda-feira, 4 de junho de 2018

Eco - 9s+4d

Parece que continua tudo bem. UFA. Mais uma vez ia cheia de medo. Embora tivesse feito uma ecografia na sexta feira e não ter havido novamente sinal de sangue, nestas coisas nunca se sabe. Nunca se sabe quando um coraçãozinho frágil pode deixar de bater. Mas o coração do meu embriãozinho continua a bater bem. 

Gostei muito da médica que escolhemos. Penso que serei bem acompanhada. É super simpática, não faz julgamentos, e explica tudo direitinho. Vou ter que repetir uma série de análises (algumas que já fiz, mas pronto, terá que ser) e na próxima semana vou ter com ela só para ouvir o coração do embrião. Só para eu ficar sossegada... a Dra. viu que eu estou pouco confiante e bastante ansiosa, e achou melhor. 

Em relação ao sangramento de sexta feira ela não viu nada que o justificasse, mas pelo sim pelo não aconselhou colocar um ovo de Projeffik ao deitar. Embora não goste nada deles, não custa nada e também fico mais sossegada.

Hoje enquanto contávamos à médica a nossa história, apercebi-me que devemos ter utilizado toda a tecnologia de ponta da infertilidade. Deve haver poucos exames que não tenhamos feito... como foi duro chegar até aqui! E na realidade não sabemos se ficamos por aqui. No entanto, nem acredito que já vamos a meio da 9ª semana!!! Isso é incrível! Hoje vi o embrião a mexer os braçinhos... Nem acredito que isso está a acontecer dentro de mim! Era tão bom continuar a viver estes momentos mágicos...

sexta-feira, 1 de junho de 2018

1.º susto

Hoje o dia começou na urgência de obstetrícia.

Desde ontem que notava mais muco, mas não tinha sinal de sangue. Ao contrário de hoje de manhã que havia sinal de sangue... o papel tinha manchas rosadas. Ainda ponderei esperar por uma hora que o meu marido pudesse ir comigo à urgência, sabia que de manhã era muito difícil para ele, mas não aguentei e lá fui eu, sozinha! Afinal de contas já tinha passado por aquilo uma vez... Estava absolutamente convencida que esta gravidez já tinha terminado. Os sintomas mudaram, as mamas estão menos inchadas e doridas, isso é um facto, já há alguns dias que sentia que alguma coisa estava diferente. 

Felizmente desta vez enganei-me. Continua a haver vida no meu útero. A médica não mediu os batimentos, mas mostrou-me o coração a piscar, mostrou-me o cordão umbilical e mediu o embrião, que aparentemente (ela referiu que estava de frente tratava-se apenas de uma medida grosseira- não sei o que isso significa), está dentro dos valores normais para o tempo de gestação. 

De facto a ponta da sonda e do espetáculo tinha um corrimento acastanhado, mas no colo do útero não há nenhuma ferida a sangrar, e a ecografia não apresentava nada de anormal logo ela diz que esse corrimento é muito provavelmente externo, do colo do útero ou da vagina. 

Obvio que fiquei mais descansada mas... não totalmente. O certo é que os sintomas abrandaram e corrimentos não são nada bons. 

quarta-feira, 30 de maio de 2018

Nós por cá

Sinto necessidade de escrever alguma coisa, mas nem sei por onde começar... talvez pelo facto de neste momento não sei se continua a haver vida no meu útero... tenho consulta com a obstetra aqui do Porto na próxima segunda feira e (se não acontecer nada até lá) aí saberei se continua tudo a evoluir. 

Mete-me um bocado de nervos ir a uma médica que nem conheço. Não sei que género de empatia terei com ela. Foi bastante dificil esta escolha e acabou por ser um bocado ao acaso. Difícil porque antes da infertilidade tinha ido a uma ginecologista uma vez na vida! Procuramos alguém que trabalhasse no CMIN e assim alguma experiência em gravidez resultantes de PMA, mais concretamente em ovodoação, mas não sei se acertamos. Vamos ver... espero chegar a conhecer a senhora. 

Amanhã entramos na 9.ª semana. Continuo com menos energia que o meu estado habitual, mas penso que ja estive pior. Agora a minha hora de dormir é às 22:30 no máximo e tarefas como fazer o jantar e comer no fim do dia de trabalho me deixam exausta... já passei por uma fase de me apetecer comer este mundo e o outro e esse reflete-se na balança, o prémio já foram 2kg :( Agora não tenho tanta fome e pelo contrário por vezes a comida incomoda-me... mas tenho fome! É muito difícil esta relação com a comida... Graças a esses  2kg indesejados (acho que se deve só a eles) já não me sinto confortável com as minhas calças habituais mas não me apetece comprar roupa (e isto é uma novidade para mim!! Eu sempre adorei comprar roupa!). Não me apetece porque não sei o que aí vem... não quero comprar roupa que depois não irei utilizar. Hoje por exemplo a tensão mamária diminuiu... e inversamente aumentou o meu medo que esta gravidez já tenha chegado ao fim. 

Quanto à terapêutica, às 8s + 1 dia deixei a progesterona intramuscular. Agora só me acompanham o Lovenox e o Cartia. Claro que tive muito receio de parar a progesterona, embora confie na Dra. C. Para me sentir mais tranquila “obriguei” o médico lá de casa a fazer uma busca científica em relação a isso e pronto sentimos-nos mais confiantes em parar com as injecções intramusculares. O meu rabo agradeceu. 

Embora continue com muito, muito medo que esta gravidez não evolua, embora continue com pânico de passar por um aborto e que este seja mais complicado que o outro... (é horrível dizerem-nos que já não há vida dentro de nós, é horrível um aborto retido). Embora tudo isto, e uma vez que já não vejo sangue há muito tempo, já me permiti relaxar um pouco... já dei por mim a sonhar que este embrião tornou-se um bebé... mas não posso permitir-me a esses devaneios. Ainda não.

Neste momento tenho saudades de mim. Se era suposto esta ser uma fase feliz, o que eu sinto é apenas medo... já não me lembro de sorrir sem preocupação. Sinto saudades de sentir paz... deitar-me na almofada e sentir apenas paz... eu só sinto medo e preocupação. Não sei como as outras mulheres passam por isto, mas eu já não me reconheço. Uma coisa tenho a certeza, estes anos na infertilidade, mas principalmente o aborto, deixaram moças em mim que ainda nem tinha noção que as tinha. 

quarta-feira, 23 de maio de 2018

2.ª eco - 7 semanas + 6 dias

Parece que está tudo bem! Que alívio... posso respirar por mais uns dias (caso não aconteça nada em contrário como da outra vez).

Estava a ver que morria de nervos antes da eco. Definitivamente tenho que aprender a controlar estes nervos. Ficar ansiosa como eu fico não pode ser nem bom nem normal. Tenho que afastar estes pensamentos e sentimentos menos bons. Tenho consciência disso mas passar à prática são outros 500.

Hoje ouvi o coração do meu embriaozinho e vi as estruturas que são possíveis ver nesta fase. A cabeça, o esboço do que serão os membros e cordão umbilical. Segundo a médica estava tudo bem. Da outra vez também estava tudo bem nesta ecografia e passado 1 dia ou 2 parou de evoluir... para mim esta será a fase mais crítica. Mas nada posso fazer para prever o futuro e além de cumprir a medicação criteriosamente também não posso fazer nada para evitar que possa acontecer o mesmo. Certamente que muitas me compreendem... uma gravidez lutada e sofrida como a minha, após um aborto... não é fácil sossegar o nosso coração. 

Obrigada a todas que me tranquilizaram com a questão da tensão mamaria. Isto é coisa para nós deixar a cabeça em água... uns dias mais que outros. Isso é as cólicas que sinto... até ver devem ser bom sinal pois está a evoluir, mas às vezes fico mesmo preocupada. Acho que tenho saudades de ter alguma paz... de não estar sempre a pensar e com medo de coisas... 

No entendo hoje é um dia feliz. Tenho que me permitir a ficar feliz com as pequenas conquistas. 

segunda-feira, 21 de maio de 2018

Nós por cá

Continuamos na mesma. Faço menos coisas que aquelas que anteriormente fazia, e sinto-me mais cansada que nunca. 

Com o tempo vou-me habituando a viver nesta ansiedade. A ausência completa de sangue também ajuda a que consiga viver estes dias com alguma tranquilidade. Mas continuam a não ser dias fáceis. Hoje por exemplo acho que sinto menos tensão mamária que nos últimos dias, logo pode ser um sinal de que o embrião parou de desenvolver. Continuo apavorada com o momento em que me irão dizer "não temos boas notícias". Esse momento pode ser já na eco da próxima quarta feira. 

Vejo tantos casos de sucesso após uma perda gestacional que por vezes ganho algum alento. Desta vez estou a fazer medicação que antes não estava... Pode ser que ajude. Por falar em medicação, o Lovenox embora por vezes deixe algumas pisaduras, dá-se bem, a progesterona intramuscular já não está tão fácil assim. O meu rabo pede clemência... teoricamente este semana termino a sua administração, às 8 semanas (se chegarmos lá). Na minha anterior gestação o embrião parou de desenvolver às 8s+ 1 ou 2 d... estamos quase a chegar lá e eu estou com um medo que nem vos conto. 

Gostaria de fazer posts felizes, positivos, mas não é assim que sinto esta implantação, até escrever "esta gravidez" me custa. Parece-me demasiado precoce.... Embora seja isso que sinto, estou profundamente agradecida por este embrião ter implantado. Gostava muito que corresse tudo bem (na verdade não vai ser nada fácil continuar esta luta caso não corra bem desta vez). Adorava contar à nossa família a boa nova... adorava viver todas as mudanças que um filho traria à nossa vida. Mas para já tudo isso continua no plano do longínquo, do hipotético. 

segunda-feira, 14 de maio de 2018

Pensamentos vários

Nesta fase da minha vida gostava de acreditar em Deus. Em algo superior... seria mais fácil ser menos cética. Admiro quem tem a sua fé e a consegue cultivar. Eu nunca tive muita, mas os últimos anos fizeram com que duvidasse de tudo. Acredito na ciência e no acaso.

Gostava de acreditar em algo divino, e de acreditar que desta vez iria ser generoso comigo. Mas não acredito e como tal vejo-me cheia de medos e de ansiedades e, pior que tudo, com absoluta certeza que irei passar novamente por um aborto. E esse sentimento é aterrador. Só queria afastá-lo de mim... Inclusive sonho com isso, com o momento em que me irão comunicar que esta gravidez chegou ao fim. Não me permito nem por um minuto a fazer planos bem sucedidos. Não posso alimentar ilusões. Mas não consigo pensar onde irei arranjar forças para sobreviver a isso. E forças para continuar a lutar por um filho. Se esta gravidez acabar secalhar acaba esta jornada também. Ou então não, que às vezes vamos buscar forças sei lá onde.

Quanto a factos, desde a terça passada não há sinais de sangue. E isso tem de maravilhoso como de aterrador. Quando houver, será o pior cenário possível. A tensão mamária está instalada e desta vez sinto algumas cólicas de vez em quando. Isso e o cansaço que se apoderou de mim... no final do dia de trabalho só me quero esticar no sofá. Digamos que desde que fiz a transferência, primeiro por causa da febre, e agora por causa das hormonas, me sinto muito menos ativa e útil que antes. Imaginem agora com dois cães em casa, um bebé com 4 meses, sempre a desafiar o outro (que se encontrar a recuperar de uma cirurgia ao ouvido) para brincar... é uma aventura. Mas não me importava nada de continuar nesta aventura por mais uns meses. Coitado do meu marido que tem que "trabalhar" muito mais em casa para as coisas andarem (mais ou menos) na linha. 

quarta-feira, 9 de maio de 2018

1.ª eco - 5 semanas + 6 dias

So far so good.

Está tudo bem. O embrião está no sítio e tem as dimensões expectáveis para o tempo de gestação.
Estava tão nervosa que pensei que o coração me ia sair do peito...

Bem sei que nesta ecografia estar tudo bem, é simplesmemte mais um passinho. Sei-o bem demais até. Continuo com muitas dúvidas (medo!!) que vá correr bem. Pode parecer estranho, mas o que me dá alguma esperança é o beta ter começado de forma “cautelosa”. Tenho visto tantos betas fantásticos ao 11.º dia que depois terminam em abortos retidos que poderá haver uma relação... ou então são só suposições minhas sem lógica nenhuma. Hoje, pela primeira vez, permiti-me sentir alguma felicidade. 

Em boa hora resolvemos fazer está tec. Ainda pensamos em adiar um ciclo para irmos de férias. Se o tivéssemos feito, agora não sei quando faríamos a trasnferencia. Nem sequer sei se a faríamos... os dadores terão mesmo que ser contactados para autorizarem o não anonimato para que os tratamentos em curso possam dar continuidade. E a questão é que podem não autorizar... e se a minha dadora não autorizar, os 2 embriões restantes não poderão ser utilizados. Basicamente, sem termos consciência nenhuma disso, está transferência poderá ter sido a última. Se esta gravidez não evoluir não sei como será... talvez teremos que fazer um dgpi. As alternativas têm que estar traçadas, mas para já não quero  pensar nisso. Quero pensar que daqui a algumas (muitas!!!) semanas terei o nosso filho nos braços. Mas pode não acontecer.

segunda-feira, 7 de maio de 2018

Sobre o dia de ontem, o dia da mãe

O dia da mãe nunca teve o efeito em mim  que o dia do pai provoca e a razão é simples: tenho o prazer de festejar esse dia com a minha mãe, que obviamente é um dos pilares da minha vida. Para mim esse dia é dela. Continuo a achar que estes dias não deveriam existir. A dor que provocam em algumas pessoas não compensa a alegria, e até banalidade, que provoca na maioria. Mas isso é só a minha opinião.

Mas este ano obviamente que senti este dia de forma diferente. Se as coisas tivessem corrido bem eu também já seria mãe. E isso é uma dor que me acompanha sempre, e ontem senti-a de uma forma mais intensa. Por outro lado não posso ignorar que neste momento tenho mais probabilidade de ser mãe do que tinha há 1 mês atrás. Nem sei se voltarei a ter esse oportunidade. 

Na quarta é dia de eco com a Dra. C. e eu já imaginei cenários medonhos na minha cabeça. Uma gravidez ectópica ou um saco sem embrião são cenários que me atormentam. Nunca se sabe... 

O corrimento ensanguentado voltou na sexta-feira, mas foi só nesse dia. Em 7 dias apenas 1 dia saiu (perdoem-me a descrição, mas pode vir a ser-me útil no futuro). Acho que a tensão mamária continua por cá assim como umas moinhas na barriga, principalmente do lado esquerdo (daí a sugestão da gravidez ectópica). Se estiver tudo bem, sei que é normal estas moinhas pois está a haver transformações no meu útero. 

Gostava tanto que corresse tudo bem desta vez. Gostava tanto de dar este filho ao meu marido. Gostava tanto de ter certezas neste momento. Não sei viver nesta indefinição. A única certeza que tenho é que faria tudo para que corresse bem. 

quinta-feira, 3 de maio de 2018

Pensamentos soltos

Na verdade não sei muito bem que título dar a este post...

Em teoria hoje entramos na 5º semana, na prática nem sei. Eu gostava de estar confiante, a sério que gostava, até em sinto mal por depositar tão pouca fé nesta implantação. Não sei se é pouca fé ou apenas medo. Aquele medo que senti em junho do ano passado, mas que era um medo inocente. Este medo que sinto, não é inocente. É medo de passar novamente por um aborto. Medo do abalo físico e emocional que isso é. Fisicamente até nem foi muito mau, mas vejo cada relato que até me assusto e fico a pensar que desta vez será assim. Basicamente tudo que não devia estar a pensar, estou.

Eu até sou uma pessoa equilibrada, a sério que sou, mas quando tenho um beta positivo o meu mundo vira do avesso e deixo de me reconhecer. Secalhar as hormonas não estão a ajudar muito neste meu estado de espírito.

A ecografia com a Dra. C. será na próxima quarta feira, dia 9. Só de pensar nesse momento até gelo. Outras vezes até penso que não será preciso chegar a esse dia pois terei um mau desfecho antes. Quanto ao corrimento ensanguentado que por vezes me aparecia, desde dia 1 a meio do dia que parou. Quis tanto que parasse que agora só penso que secalhar deveria ter continuado... tinha esse corrimento e o beta aumentou por isso, secalhar estava tudo bem.

Deixei de beber café e nem sei muito bem porquê. Não quero ficar a pensar que não correu bem por alguma coisa que eu tivesse feito. Obviamente que a culpa não é do café, até porque da outra vez também deixei de beber. Também me sinto muito emocional, qualquer coisa me fazia chorar. Fazia, porque essa fase mais emocional parece que já passou. Mas mesmo assim sinto-me muito mais carente... carente e cansada. Sinto um cansaço enorme ao final do dia, mas não é que adormeça facilmente, pelo contrário tenho tido algumas insónias. Tirando isso a tensão mamária já se faz sentir desde o início da semana. (Pareço uma maluquinha a tocar nas mamas a ver se continuam a doer... caso deixem de doer, já sei!).

Desta vez nem aquelas fantásticas aplicações para o telemóvel instalei. Só gostaria de ignorar o que está a acontecer no meu útero e viver normalmente, mas a minha cabeça afetada não me permite tal privilégio. Como vêm não está nada fácil aqui para os meus lados. E deveria estar feliz.... caramba... este embrião implantou!!! Não tenho nenhuma prova de que alguma coisa está errada. Só queria adormecer e acordar no dia 9. Ou melhor, acordar lá para o final do ano com um bebé a chorar em casa.