segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Decisões pendentes

Olá minhas queridas :)

Já há muito tempo que não escrevo nada por aqui. A Ali completou ontem 13 meses e deu os primeiros passos sozinha. Parece surreal que a minha bebé já anda... ainda há dias andava eu por aqui a preparar transferências de embriões e agora o meu embrião lutador já começa a caminhar sozinha. A passagem do tempo ganha outra dimensão quando acompanhamos o crescimento de um filho.

Com o primeiro aniversário da Ali, a viragem do ano, a decisão de mudar de casa, começamos a questionarmos quanto ao destino dos 2 embriões que nos restam na IVI. E que questão difícil essa... Em primeiro lugar nem sei como está a lei do anonimato dos dadores. Não sei se a minha dadora autoriza a alteração do anonimato, nem sequer sei se as clínicas continuam a ter que contactar as dadoras nesse sentido. Nada que um telefonema para a IVI não esclareça esta questão. Mas isso seria abrir a caixa de pandora... será que eu quero fazer nova transferência? Será que quero mais um filho? Tenho perfeita noção que mesmo que os transfira, pelo meu histórico, será muito difícil dar um irmão à Ali. E a complicação que será conciliar ecogarfias (em Lisboa!) com uma bebé pequenina? Será muito difícil... iria perder tempo precioso que poderia passar com a minha bebé. Basicamente em dias de eco/consultas/ procedimentos ela teria que dormir na casa da minha mãe... e o jogo de cintura no trabalho? Só regressei de licença em agosto e já vou voltar a falhar novamente? E caso resulte? Passar novamente por uma gravidez não é coisa que me seduza. Não posso dizer que tenha adorado passar pelo estado de graça. Com tudo isto penso que tenho uma resposta na minha cabeça. Por mim, não transferia os embriões restantes. A minha bebé é tudo para mim. Preenche-me e completa-me na plenitude. Eu não preciso de mais nada, apenas que ela seja feliz e saudável. Mas, pelo primeira vez na vida acho eu, o meu marido não está de acordo comigo. Por ele, se for possível, gostava de transferir os embriões restantes. Ele cresceu numa família grande, eu não. Talvez esteja aí a nossa diferença. Ele reconhece que com a Ali conheceu um amor arrebatador que nem sequer estava consciente que existia. Temos muito que conversar lá em casa. 

No fundo eu sei que se for possível irei caminhar pela infertilidade novamente. Irei fazer as transferências. E irei fazê-las porque o mais importante é a Ali. E sei que será mais feliz e completa se tiver um irmão. Não iria ficar bem comigo mesma sabendo que lhe poderia ter concedido essa experiência e não o fiz por egoísmo. Pode até nem resultar, que será o mais provável mas pelo menos não ficarão "ses" na nossa história.   

3 comentários:

  1. Acho que a tua decisão está tomada 😉.
    Beijinho

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    1. Está sim Dream... agora só falta a coragem. A Ali ainda é tão pequenina... mas é agora ou nunca para nós :)

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    2. Força nisso e que corra tudo bem! É preciso coragem. Eu como não tenho congelados só quero que corra tudo bem nesta gravidez. As minhas armas estão arrumadas. Beijinhos

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