segunda-feira, 31 de julho de 2017

Seguir em frente

Escrever este post é obrigar-me a lidar com o assunto. Aceitar o que aconteceu eu já aceitei. É porque não tinha que ser. Quanto mais cedo melhor. 

Eu sou boa em seguir em frente, a reagir... não sei se movida pela raiva, pelo desespero, mas sou boa... o pior será depois. Quando se passar mais tempo e começar a  reflectir realmente no que aconteceu e nas suas consequências. 

Cada vez penso mais que talvez seja o que o destino quer para mim. Não ter filhos. E tal como antes desta TEC, essa ideia já não me assusta tanto. Só tenho pena que o meu marido seja privado de algo tão natural por minha causa. Embora ele diga que viverá bem na mesma sem filhos, tem muito mais na vida além disso. Os filhos seriam um acréscimo, se tivermos melhor, se não tivermos está bem na mesma. Eu acredito nele, mas não sei se daqui a 5 ou 10 anos pensará igual. Veremos como será a nossa vida nessa altura.

Sobre o aborto não vou alongar-me. Nada de bom poderei escrever, a não ser que se na reavaliação de hoje já estiver tudo "limpo", não posso queixar-me muito. Fisicamente nem foi muito mau, nada que um analgésico forte não tenha resolvido. Caso ainda não esteja resolvido, terei nova dose de comprimidos e/ou intervenção cirúrgica. A ver vamos... 

6 comentários:

  1. Compreendo perfeitamente o que dizes relativamente a possibilidade de não ter filhos o meu marido tem a mesma postura e neste momento pelos sintomas novos que tenho...eu não acredito que esteja destinado a acontecer. A endometriose não me vai permitir.
    Quero dizer-te o que já te disse, és uma mulher com M grande e com uma coragem e uma determinação fora de série. Desculpa mas ainda tenho dificuldade eu própria a reagir a isto, nunca pensei que tivesses que passar por isto e é muito injusto. Racionalmente sabemos que foi melhor assim, pois algo não estaria bem e quanto mais cedo realmente melhor.
    Força para ti e que este processo já tenha terminado é o que desejo.
    Um grande beijinho

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    1. Obrigada minha querida Dream... compreendemo-nos demasiado bem :-)

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  2. "Não sabemos o quão forte somos até que ser forte é a única opção."
    Tenho acompanhado o seu blog e sinto muito que essa "pedra" tenha surgido. Sei bem o que isso é.
    Eu também já percorri as "pedrinhas todas"...penso que pouco mais haverá para acontecer, mas no meu caso o sentido tem sido inverso. Muito resumidamente, posso dizer que já engravidei sem qualquer problema, tive uma menina. Quando me preparava para ter mais filhos, a minha filha , com 2 anos de idade, foi diagnosticada com cancro. Faleceu pouco depois. Depois disso já tentei, mas tive 3 abortos retidos. Aparentemente não temos qualquer problema, mas já em tratamento, passamos por 2 TEC's, ambas com resultado negativo. Atendendo à minha idade (42) pouco mais haverá a fazer. Apesar da quantidade, não tenho óvulos de qualidade.
    Penso exatamente o mesmo, talvez seja o que o destino quer... Não ter filhos. Ainda estou a processar e a tentar aceitar esta situação. Tem sido duro, muito duro…. Há dias que só me apetece desaparecer...mas continuo aqui.
    Nestas alturas vamos buscar força onde pensamos que ela nem existe...É como a frase que escrevi no início, realmente só sabemos o quão forte somos quando ser forte é a única opção. E sei que o vai ser! Muita força para si, é o que lhe desejo!
    (Desculpe o testamento, mas senti necessidade de partilhar esta desventura consigo...)

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    1. Melissa muito obrigada pela partilha...

      Não que o sofrimento dos outros me console, longe disso... tomara eu que ninguém passasse por estas contrariedades da vida. Mas a força de quem passou por muito, ajuda-me e inspira-me a continuar está luta. Lamento muito todas as perdas que já passou...

      Beijinho

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  3. Espero que fisicamente esteja tudo bem.
    Psicologicamente só o tempo te ajudará.
    Infelizmente sei tão bem o que isso é.
    Faz o teu luto, chora as vezes que tiveres de chorar.
    Cada dia me custa mais a aceitar estas injustiças. Estava tão feliz por ti! Estava feliz por acreditar que ainda há lutas com finais felizes.
    Beijinhos Grande

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    1. Certamente que os há... os finais felizes!

      Cabe-nós a nós aceitar o nosso e torná-lo o mais feliz possível... seja ele qual for...

      Beijinho
      (Só queria mesmo que este pesadelo já estivesse concluído)

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