terça-feira, 26 de outubro de 2021

Eco 7s e 7d

 Na sexta-feira, dia 22, tive consulta com a minha obstetra. 

Foi muito especial ouvir o coração do embrião. Já não me lembrava como podia ser especial. Até aquele dia estava tudo a desenvolver dentro da normalidade, a idade gestacional era de 8s e 1d. 

A minha tensão arterial estava alta na consulta, a médica até me receitou medicação para baixar. Mas tenho medido em casa e estão boas. Eu tenho mesmo um problema com a medição... se soubessem como sofro sempre que tenho que medir as tensões. Depois da gravidez da Alice, por causa da pre-eclampsia, este medo virou pânico. Mas se medir em casa, sem stress, estão normais. Tenho consulta na próxima semana, às 9s e 7d, e vou voltar a falar com a médica sobre se deve mesmo começar a medicação... a medicação é segura, mas se não tiver realmente hipertensão e me baixar a tensão em demasia também não será bom. Mais para a frente deverá ser inevitável fazer a medicação. 

Estamos numa semana muito crítica para mim. Foi por esta altura que na minha primeira gravidez o embrião parou de evoluir. Vivo num medo constante. Odeio isto. De facto um aborto supera-se mas fica uma ferida que nestas alturas volta a sangrar. Não vejo a hora de passar o primeiro trimestre e ainda falta uma eternidade. Na gravidez da Alice ainda havia o fator novidade do que iria acontecer a seguir para dar alento, desta só quero mesmo que o tempo passe. Quer seja para bem ou para o mal, quero que passe. 

Gostava de ser daquelas mulheres que adoram estar grávidas. Adoram as alterações que o corpo passa. Mas não sou. Sinto que perco a identidade. Não posso vestir o que quero, mas aquilo que me serve. Hoje vesti pela primeira vez uns jeans de grávida. Só vesti porque já os tinha, caso contrário não teria comprado nada ainda. E detesto sentir um cansaço enorme ao final do dia... às vezes adormeço quando estou com a Alice e quando estou sozinha com ela é complicado aguentar a energia de uma miúda de quase 3 anos. Isso a fome que tenho... só me apetece comer humburgeres. A continuar assim vou ficar uma bola! E não quero... É que a fome não é uma fome normal, é incontrolável. Lá está, não tenho controlo nenhum sobre o meu corpo. 

Embora tudo isto, o medo gigante que tenho que corra bem e não saiba encaixar um bebé recém-nascido na minha vida, o medo de falhar com a minha filha, quero muito que ela tenha este irmão/irmã. Acredito que a vida dela vá ser mais feliz com essa companhia. Eu sei que desta vez sei gerir melhor a ansiedade, já não tenho TUDO a perder, porque já tenho TUDO, mas caramba... não quero que aconteça nada de mal a este embrião que já faz parte de mim. 

quinta-feira, 14 de outubro de 2021

Desabafos

Isto vai parecer um post um bocado tonto mas estou a precisar de escrever o que me vai na alma, e este blog sempre foi uma espécie de terapia para mim. 


Estamos de 6s e 6d e sinto que o tempo não passa. A gravidez é uma autêntica maratona. Já partilhei aqui que não gostei particularmente de andar grávida e não é por o estar novamente que passei a gostar. Não gosto que a minha roupa já não me sirva, não gosto que tenha que ser muito criativa para esconder a barriga que desta vez fez-se notar ainda nem o beta tinha feito, e desta vez não gosto de viver enjoada e exausta. Mas acima de tudo não gosto da pessoa ansiosa que me torno quando estou grávida. Acreditem ou não, sempre que vou à casa de banho tenho medo de ver sangue. TODAS as vezes. isto é cansativo. Vivo com medo. Medo que me aconteça alguma coisa, medo de perder este bebé e medo de falhar com a Alice. E como já tenho falhado... sinto-me EXAUSTA ao final do dia. Logo a paciência com ela já não é a mesma. As idas ao parque também se tornaram menos frequentes porque ir sozinha com ela é difícil.  Ainda estamos na fase crítica e a minha boneca já começa a sentir o "peso" de ter um irmão. Eu esforço-me para contrariar isto, mas estou tão cansada e enjoada que não é fácil. E sinto-me tão mal por isso. Dizem que um irmão é o maior presente que lhe posso dar e agarro-me a isso, porque eu sinceramente tenho tantas dúvidas. Lembro-me muitas vezes do porquê de não querer fazer as transferências e ter mais medo que resultasse do que do contrário. E quando me lembro do pós-parto e da privação do sono? Até tenho medo desses pensamentos. Lembro-me muitas vezes de pensar, quando a Alice era recém-nascida, onde os outros pais conseguiam encaixar outra criança com um recém-nascido. Eu não sei como irei conseguir! Mas isso preocupa-me. Quero que a Alice sinta as mudanças o menor possível. Ela é a minha prioridade. 


Não pensem que com isto estou a ser mal agradecida. Embora pareça. Continuo muito feliz que a tec tenha resultado e espero mesmo que corra bem. Disse que estou ansiosa, e embora seja verdade, não estou na dimensão da gravidez da Alice. Aí tinha um sonho por cumprir. Esse sonho está cumprido. Um novo bebé será uma dádiva maravilhosa da vida que, sinceramente, já não estava à espera de receber. Daí estar mais tranquila e disposta a aceitar o que a vida tem destinado para mim. 

quinta-feira, 7 de outubro de 2021

1.ª eco - 5s + 5d

 Ontem, dia 6, fomos à IVI fazer a eco de confirmação da gravidez. Está tudo bem. Mais que bem. O saco é normal e já se vê o embrião e o coração a piscar. Mais do que é suposto para esta idade gestacional. 


Que alívio! Já não me lembrava de estar nervosa na clínica… sempre estive muito calma e serena desde que começamos esta jornada por um 2.o filho. Confesso que a transferência que fiz em maio achava que ir resultar e não queria que resultasse, ou era-me indiferente. Burra que eu fui. Está queria que corresse bem, mas acabava que não ia correr. Foi uma surpresa maravilhosa. 


A nossa jornada na IVI terminou ontem. É que nostalgia eu sinto… tantas emoções… desilusões e esperança vivi ali. Sou profundamente grata à Dra. Catarina Godinho. Já era, mas agora ainda sou mais. 


Obviamente que esta gravidez está apenas no início, morro de medo que algo corra mal. Comigo e com o embrião. Mas tento aceitar o que a vida tem reservado para mim. Se me quiser presentear com mais um filho, serei eternamente grata por isso, se entender que será melhor a Alice ser filha única, ao me restará aceitar. 


Continuo a achar que não serei capaz de amar outro ser como amo a Alice e morro de medo de lhe falhar. Esta gravidez começou logo cheia de sintomas, são só quase 6s mas já não consigo vestir nenhuma das minhas calças de ganga (!!!) e sinto um cansaço extremo ao final do dia (tal como na gravidez da Alice). Mas agora existe a minha boneca, e tenho que continuar a ser a mãe que ela merece que seja, mesmo estando super cansada e a paciência não seja a mesma. E la estou eu a falhar com ela… e esse peso persegue-me. Durante muito tempo acreditei que não teria a sorte duas vezes. E na verdade ainda nem sei se este embrião vai evoluir. Mas sinto que sim. Sinto que vai correr bem e tenho imensa curiosidade de saber se é menino ou menina. 


Mas depois obrigo-me a manter os pés bem assentes na terra. Muita coisa pode ainda acontecer e tenho que estar preparada para tudo. 


A próxima ecografia é dia 22, às 8s e já será com a obstetra que acompanhou a minha gravidez. Troçam por mim, por nós! 

segunda-feira, 27 de setembro de 2021

D12 - beta HCG

 987 é o nosso número da sorte! 

É um bom número. Sei bem que não quer dizer nada. A gravidez que correu bem, a minha Alice, começou com um beta bem mais tímido. Mas antes assim. 

Vocês não estão a imaginar o que a minha barriga cresceu. Se me contassem eu não acreditava. Acho que da gravidez da Alice tinha uma barriga assim para aí às 12 semanas. Parece que o útero reconheceu imediatamente a ocupação, e ganhou logo forma. É natural que haja algum inchaço associado, mas não é só isso… 

Estou cheia de medo, sinto que já falhei com a Alice quando ontem quis o meu colo (ainda era uma distância considerável, ela estava com muito soninho) e teve que ir no colo do pai. O colo do pai é maravilhoso, mas ela queria o meu. E o meu coração partiu-se. Muito terei que lidar, caso esta gravidez corra bem. Mas eu quero muito que corra bem. Estou a curtir este início como não desfrutei na última vez. Estou a adorar é muito mais serena desta vez. Quando penso na privação de sono e mas alterações que o meu corpo vai sofrer não fico propriamente ansiosa que isso chegue, mas estou a adorar estar grávida. Não contava que fosse ser assim. 


Ainda não sei quando a Dra. C. quer marcar a ecografia, mas estou super ansiosa por esse dia. 

quinta-feira, 23 de setembro de 2021

D8 - teste gravidez positivo

 Acabo de ficar sem palavras. Estou grávida. Não sei por quanto tempo, mas neste momento estou grávida. E em pânico.

Desta vez já suspeitava. Já estive grávida antes, já conheço o meu corpo e alguns sinais. Sentia-me estranha, muito sensorial, e eu não sou assim. As duas linhas do teste apareceram em simultâneo. 

Já ando nisto há demasiado tempo para saber que isto é apenas o primeiro passo. Ainda falta imenso até este embrião se transformar em um bebé. Estou em pânico de não saber lidar com isto como deve ser. Desta vez o meu maior medo não é a perda gestacional, perdoo-me este embrião querido, o meu maior medo é que me aconteça alguma coisa. Por causa da Alice. Ela precisa de mim. Não me pode acontecer nada... eu tive pré-eclâmpsia na gravidez dela... mais um fantasma para me atormentar.

Fiz o teste sozinha. Eu sabia que estava grávida. Podia ter feito uma surpresa ao meu marido, mas apenas liguei-lhe a contar pois não aguentava guardar isto só para mim. De todos os testes positivos que tive, desta vez foi quando o senti mais emocionado. Não carregamos o desgaste emocional que trazíamos quando engravidei da Alice. 

Hoje estou feliz. O meu marido está muito feliz, eu sabia que ele gostava muito que isto corressem bem. Ele tem um irmão e uma irmã, e sei o que significam na vida dele. Gostava que a Alice também tivesse a experiência. E também foi por isso que fiz as transferências. Mas agora estou bastante preocupada em passar por uma nova gravidez... a da Alice correu bem, mas não foi fácil emocionalmente (e fisicamente também). E agora existe a minha princesa. Eu não posso falhar-lhe em nada. Ela é tudo para mim. 


Tanta coisa pode correr mal a partir de hoje. Agora o próximo passo será o exame de sangue na próxima segunda-feira. Step by step. 

Enfim... perdão pelo testamento. Estou em pânico. Mas estou feliz.  

D7

O D7 já passou e amanhã será o D8. Parece incrível como chegamos até aqui. Não posso dizer que chegou a menstruação, porque não chegou. 

Existem pequenas perdas de sangue. Podem ser do colo do útero como não ser. Não sei. Sei que por vezes sinto cólicas menstruais como se estivesse no início da menstruação. Mas depois passa e ela não vem. 

Nesta transferência, a última, sinto-me mais normal. Não teve nada a ver como a última. Óbvio que não quer dizer que irá resultar. Parece que a progesterona que estou a tomar, Duphaston, conseguiu atrasar o meu ciclo. Amanhã será o 28.º dia do ciclo e já não me lembrava de ter um ciclo tão longo, tão normal. 

Amanhã talvez faça um teste. Hoje não tive coragem. Vai dar negativo e eu terei que continuar a medicação é isso é tramado.

É inevitável não pensar no que fazer a seguir… a realidade é que temos uma vida muito feliz. Talvez fosse ainda mais feliz com outro filho, embora eu continue a achar que seria incapaz de amar alguém igual a como amo a Alice. Mas estamos bem. Em princípio ficaremos mesmo por aqui. Está a chegar ao fim a minha jornada pela (in)fertilidade.  



domingo, 19 de setembro de 2021

D4

Enquanto a minha filha faz a sesta e o meu marido faz um curso online estava aqui a pensar quando saberei eu o desfecho desta transferência?

O beta é só dia 27, mas eu nunca precisei de esperar até lá para saber. 

Sinceramente na 8º transferência de embrião não tenho paciência para impor qualquer limitação no meu dia a dia. Evito esforços desnecessários, mas faço a minha vida completamente "normal". Já aconteceu de ter que pegar na minha filha, e fi-lo sem qualquer espécie de peso na consciência. Já levo alguns anos disto, e na minha opinião, não é o que deixamos de fazer que vai determinar o sucesso ou insucesso do procedimento. Acredito mesmo que o mais importante é a condição do embrião e do interior do nosso útero. O resto... estar deitada mais ou menos tempo, terá pouco impacto. É assim que eu sinto tudo isto. Já me martirizei muito por isto ou aquilo, já deixei de fazer muitas coisas, e nunca foi por isso que correu bem. 

Foi apenas um pequeno desabafo de quem se prepara para encerrar este assunto na sua vida. Se não correr bem (que é sempre o mais provável), vou procurar nunca mais sentir culpa por esse desígnio da vida. Vida essa a quem sou imensamente grata por me ter permitido conhecer a maternidade na sua forma mais maravilhosa, e ter colocado na minha vida a filha mais especial que existe. Não queria mesmo outra que fosse diferente dela. E tenho sérias dúvidas que fosse amar tanto outro ser como a amo a ela.   

sexta-feira, 17 de setembro de 2021

7.ª tec - D2

Passaram 2 dias e até agora é apenas e só isso. Nada a registar. A não ser o cansaço que se está a apoderar de mim… nada de admirar dada a carrada de medicação que estou a tomar. Cruzes!! 


Estou bem, tranquila. A vida corre. E com uma criança que está a começar o pré-escolar (embora só tenha 2 anos e 9 meses), há muita coisa a acontecer. Está a correr tudo maravilhosamente, mas está a ser uma fase de várias mudanças e adaptações no nosso dia a dia. Estou muito feliz com a minha princesa… mostrou a sua garra desde que era apenas um conjunto de células. Só ela para implantar 😅. 

É para já é tudo. O beta será dia 27. Obviamente que saberei o desfecho muito antes.

quinta-feira, 16 de setembro de 2021

Transferência feita

 Ontem fiz a minha 8.a transferência de embriões. 

Fui o caminho todo para Lisboa com a certeza que estava tudo perdido, pois apareceram os meus “sangues”. Como apareceram às 11h da manhã achei que não adiantava avisar a clínica pois já deveriam ter descongelado o embrião. O último embrião a ser transferido com estás condições adversas. Estava desolada. 

Mas correu tudo bem. A Dra. C. observou o meu útero antes do procedimento e concluiu que o corrimento era do colo do útero. Não teve a menor dúvida… não havia nenhum sinal de sangue no interior do útero. Muitos dos meus sangues provavelmente vêm daí. Quando tudo isto acabar tenho mesmo que fazer uma citologia. Fiz há 5 anos e a indicação que tenho é que tenho que repetir aos 35. Portanto, agora. 


Assim sendo o embrião está aqui comigo. Acrescento o Lovenox e magnésio ao cocktail de medicação que estou a fazer. Pareço uma velha. Desta vez vou tomar o corticoides mais uns dias… pelo menos não tomo a progesterona intramuscular. 


Esta transferência foi o limite que impus no meu caminho pela infertilidade. O tudo por tudo. Sai da clínica perguntando à Dr. qual o tempo de espera por uma nova doação se assim o entendêssemos, o que me leva a concluir que este assunto parece que nunca mais está resolvido em mim. 

sexta-feira, 10 de setembro de 2021

Habemos transferência marcada

 Será dia 15 de setembro. 


Tantos pensamentos invadem a minha alma neste momento. Vamos começar pela parte prática. Desta vez não tomei indutor da ovulação. Ontem fiz ecografia com a Dra. C. e análises e já devia estar a ovular pois não foi preciso. Amanhã, dia 11, começo o corticoide, 1 comprimido por dia, a aspirina e, a grande novidade, o Duphaston. Vou fazer este medicamento de 8/8h.  Desta vez não há projefikk ou progesterona intramuscular. Depois do estudo dos meus ciclos, de toda a minha história clínica até aqui, a dra. não acha que eu tenha baixa de progesterona. O Duphston é utilizado para pessoas com o meu problema, perdas de sangue a meio do ciclo. Deve ser uma espécie de progesterona, não sei. Vou confiar na intuição da Dra. De qualquer forma no dia da tec vou fazer análise e logo se vê. Também vou fazer análise à progesterona 2 ou 3 dias após a tec. No dia da tec vou fazer um soro, Atosiban, para diminuir as contrações uterinas. A Dra. acha que o meu útero está muito mais reativo agora, depois da gravidez, da cesariana. 


O plano está traçado agora é confiar. 

Emocionalmente nem sei que pensar. Sinto que na quarta-feira será a última vez que vou à clínica. Vou-me despedir permanentemente da minha querida Dra. C. E isso deixa-me bastante afectada… ainda ontem o meu marido dizia que só será a última tec se nós quisermos. Não sei se não me deixou ainda mais confusa esta possibilidade de que encarar como o fim. Eu preciso arrumar este assunto na minha cabeça, na minha vida. Gostava mesmo que esta tec resultasse, mas sei que a minha probabilidade nunca é muito grande. Nunca das ecos a Dra. dizia, que de facto nós não temos muito sorte. Isto porque supostamente, mesmo com todas as minhas particularidades, não há nada que impedisse um desfecho com mais sucesso. Mas eu discordei dela, tivemos foi muita sorte! Temos a nossa Alice… um milagre. A Dra. quer mesmo que isto resulte, encontrar uma solução par nós. Tão querida… devo-lhe tanto! 


Esta alteração na medicação trouxe-me esperança. E eu não queria que trouxesse. Não me permito a ter uma enorme desilusão. Eu sei que é a última tec, devo resguardar os meus sentimentos. Mas depois… embora não queira passar por uma gravidez novamente, já existe espaço na minha vida para um novo bebé, e dar um irmão à Alice era fantástico. Também não consigo não ter alguma esperança. 


Mas depois vão começar os sangramentos. Muito complicado tudo isto. 

quinta-feira, 2 de setembro de 2021

Resultado histeroscopia

 Afinal quem estava certa, era a Dra. C. e já tenho o resultado da biopsia. A Dra. está de férias esta semana, mas parece que está tudo bem. 

A Dra. tinha pedido a pesquisa para o anticorpo CD138, mas segundo o relatório "A imunomarcação para anticorpo  CD138 foi negativa." Eu não sei muito bem o que isso significa, mas deve ser bom. Também concluíram que não havia critério para endometrite crónica. Signifique isso o que significar. 

Agora é ver o que a Dra. vai dizer na consulta do próximo dia 7. 

sexta-feira, 27 de agosto de 2021

Histeroscopia

 No dia 25 lá fui eu até à IVI fazer um sono de beleza, mais propriamente uma histeroscopia. Fui convencida que a Dra. C. não iria encontrar nada que justificasse a minha anormalidade, os meus ciclos de 21/22 dias muitos deles com spottings desde a ovulação. Obviamente que já muitas vezes me convenci que tinha algo maligno no útero. Confesso, que quando existe essa perspectiva, na minha situação actual, a taxa de sucesso da última tec, era o que menos me causava preocupação. 

Mas estava enganada. Desta vez não estava “tudo bem”. O meu útero está hipervascularizado. Ou seja, tem vascularização a mais que o considerado normal, e sim, justifica os meus ciclos anormais e spottings, ou seja a implantação está comprometida. Aliás foi recolhida uma amostra de tecido para ser analisada, uma biópsia a um marcador qualquer (não me lembro do nome). Assim descartamos definitivamente aquele problema maior começado por C. Quando a Dra. disse que ia haver uma biópsia o meu coração parou!! Então aquele medo miudinho que eu tenho sempre é real!!! Mas não, ela disse que se fosse algo maligno o aspecto do útero seria bem diferente do meu. Mas nunca se sabe não é?! Com o resultado da biopsia vamos saber se podemos transferir já ou se terei que fazer um tratamento (percebi que era uma coisa qualquer com progesterona durante cerca de 3 meses). Ora então, quero lá saber do resto, não quero é que seja o big C. pois tenho uma filha com quase 3 anos, transferir agora ou daqui a 3 meses, tanto me faz. 


Fiquei contente que mais uma vez se tenha encontrado justificação para a minha anormalidade. Somo mais uma dificuldade para engravidar a todas as outras que já tenho. Caramba a Alice é mesmo um milagre!!! 


Confesso que fiquei emocionante abalada quando sai da IVI. Claro que precisar de PMA me deixa triste, o motivo pelo qual preciso, mais triste me deixa. Mas eu aceitei de imediato os tratamentos. Sem questionar, de coração aberto. Mas não estava à espera é que fosse tão difícil. É sempre a somar dificuldades. Nada corre bem à primeira, à segunda, nem sequer à terceira. Sinceramente, acredito que vamos contornar este novo obstáculo (desde que não seja o big C.), mas desta vez só tenho 1 embrião. Um irmão para a Alice não vai acontecer. 


De qualquer maneira já parei a pílula (que tomei como preparação da histeroscopia), estou a tomar um antibiótico de 8 dias para a endometrite que também existia, e dia 7 tenho ecografia com a Dra. C. A Dra. acha que já teremos o resultado de biópsia, no laboratório que está lá na IVI disseram que demorava 1 mês. Logo se verá quem está certa. Não acredito que seja para avançar para a tec neste ciclo, mas quero ver o que a Dra. vai achar da ecografia. Alimento a esperança que já se saiba o resultado do biópsia. Para já não quero pensar nisso. 

Acho que vou começar a pensar na nossa volta ao mundo do próximo ano.



quinta-feira, 19 de agosto de 2021

Histeroscopia marcada

 Habemos data. Será na próxima quarta, dia 25.

Sinto que se aproxima o princípio do fim. Gostaria de estar de coração aberto para o vivenciar. 


Depois da catarse emocional que me encontrava no último post, sinto que encontrei alguma paz. Na verdade há uma situação muito próxima de mim que remexeu em coisas muito dolorosas. Qual a probabilidade de pessoas muito próximas de mim precisarem de fazer dgpi (por um problema diferente do meu)? Pois é. As "cenas" estão em toda a parte e atingem quem menos esperamos. Para não falar que a minha querida prima tem a mesma mutação que eu e também fez dgpi. E conseguiu. E eu fiquei imensamente feliz!! 

Para quem não sabe, a preparação de um diagnóstico genético para um gene em específico demora muito tempo. No meu caso, como a minha doença é conhecida e estudada, esse estudo já estava feito e eu não tive que esperar quando resolvemos iniciar o tratamento. No caso em questão ainda era necessário fazer o estudo o que demoraria muito tempo. Enquanto aguardaram pela conclusão do estudo resolveram arriscar uma gravidez natural e fazer a análise das vilosidades coriónicas às 12s. Felizmente desta vez o feto não tinha a mutação e vem aí um bebé!

Mas caramba! Eu nunca sequer equacionei esse possibilidade. E continua a não ser opção para mim. Ponto final. Seria incapaz de interromper uma gravidez, por minha opção, às 12s ou até depois. Mas também seria incapaz de ter um filho com a mesma mutação que eu. Eu sei que a minha doença não é fatal. Nos dias de hoje não é, mas foi fatal para o meu pai. Não sei o que o futuro me reserva, mas as possibilidades são bastante animadoras. Mas continuo a viver com esse pesadelo na minha vida. E ainda nem sintomas tenho (já estou a fazer o acompanhamento médico para esse problema.) Nunca permitiria que um filho meu passasse por isto. Até agora uma sentença, agora uma insegurança. Para terem uma ideia quando começamos os tratamentos em 2015 ainda não existia esta perspetiva animadora como existe agora. Mas eu continuo incapaz de arriscar uma gravidez natural. Na verdade com o meu ciclo super fantástico de 21 dias talvez nem uma gravidez natural seria possível. Mas no fundo, bem lá no fundo, quando me encontrava no limite, quando engravidei da Alice, eu sabia que ainda teria essa possibilidade. De tentar pelo menos. Hoje, nunca arriscaria. talvez nem na altura tivesse arriscado.

Estou completamente segura das opções que tomamos até aqui. Não poderia ser de outra maneira. Raramente me lembro que a Alice é resultado de uma doação. Ela acabará por saber a sua origem, e peço muito para que compreenda as nossas opções. Se assim não fosse, provavelmente nunca teríamos um filho, e ela, na sua essência não existiria. Não seria gerada por mim e eu acredito que isso influencia a pessoa que ela é. Não tenho ilusões, ela não se parece fisicamente comigo, mas é criada por mim. Com toda a minha essência e o meu amor. E isso ela levará com ela de certeza. 

Enfim, acho que fiquei sentida, porque quando me contaram pelo que o casal em questão passou, como se fosse a coisa mais heroica do mundo, ( e foi!! eu não seria capaz de seguir esse caminho), apeteceu-me imenso dizer: "então e eu?! tive que abrir mão dos meus genes, não foi 1 ano, mas sim 2, em tratamentos sem fim. Neste momento estamos a tentar ter outro filho e a passar pelas mesmas batalhas do passado!". Mas quem fala não sabe. E não sabe por opção nossa que preferimos guardar tudo isto só para nós. Às vezes tenho muita vontade de partilhar toda esta bagagem. Mas depois não o faço. Pela Alice. Ela será a primeira a saber da sua origem. Até lá não tenho o direito de falar sobre isso. 

Agora que já desabafei neste blog, penso que estou preparada para a histeroscopia. Quero muito que não se passe nada de mal comigo. Depois quero conseguir fazer a transferência. E, agora, desta vez, quero que resulte. Estou cheia de medo! Mas o medo não me paralisa. Já combinamos cá em casa que se não resultar no próximo ano faremos uma viagem de 1 mês pelo mundo. Com a Alice. Na nossa família perfeitamente imperfeita.  

sexta-feira, 13 de agosto de 2021

Nós por cá

 Estamos na mesma. 

Primeiro foram as nossas férias, depois a vacina da Covid, depois as férias da Dra. C. e o tempo vai passando. Não estou preocupada com isso. Mas sei que tenho que fazer a última transferência. 

Este tempo está a ser bom para observação dos meus ciclos. E que marados que eles são. Fase folicular perfeita, fase lútea super curta e com spotting. Enfim! Como eu odeio isto. A Dra. acha que provavelmente se deve a alguma insuficiência do corpo lúteo e por isso sugeriu fazermos a transferência em ciclo programado. Ora... o meu endométrio não respondeu aos estrogénios no passado, de certeza que não vai responder agora. Mas podemos experimentar. Embora de certeza que não irá dar em nada. No entanto, antes de qualquer tec vou fazer histeroscopia (por descargo de consciência). 

Embora nada esteja agendado, a data está a aproximar-se. E eu só sinto uma enorme tristeza. Será a minha última oportunidade e não alimento esperança que resulte. Será o fim. Se estamos bem como estamos? Estamos sim. O meu marido, que era quem queria mais um filho, neste momento não fala nisso e faz planos para o futuro com a nossa família de 3. Já eu sinto-me absolutamente patológica. Não quero nova gravidez. Mas quero um bebé, uma irmã para a Alice (reparem no pormenor que até em relação ao género sou esquisita!). Sinto uma enorme tristeza quando estou com pessoas muito queridas que estão grávidas, e só queria estar feliz por elas. E estou. Mas miserável por mim.

Não me vejo a fazer novo tratamento. Sinceramente estou bastante perdida e a precisar de encontrar paz. 

quinta-feira, 3 de junho de 2021

Consulta beta negativa

 Ontem foi a minha consulta on-line com a Dra. Catarina. Não se se agora é prática comum na clínica, nunca tinha tido uma consulta após um resultado negativo apenas para conversar com a médica. Deixem-me que vos diga, como já disse, que adoro a Dra. Catarina. Não queria um médico melhor para me acompanhar nesta luta. 

Que posso eu dizer da consulta. A Dra. fica muito intrigada com as minhas perdas de sangue. Estando a tomar a dose máxima de progesterona não seria de esperar. É certo que desta vez eu aldrabei, quando tive as perdas comecei a colocar os ovos. Mas nem eu nem ela acreditamos que seja por baixa de progesterona. Não será algo hormonal. Pode ser inflamatório/ infeccioso. Nova histeroscopia não está fora de questão, mas já fizemos no passado após uma tec semelhante a esta e não houve nada a detetar. Basicamente este ciclo será um ciclo de observação. Quando menstruar tenho que relatar à Dra. se tive perdas e como foram. Se bem me lembro eu sempre tive estes spottings. O último papanicolau que fiz foi à 5 anos, está na altura de fazer novamente (a indicação do SNS é que seja feito de 5 em 5 anos). Talvez o faça antes da tec. A Dra. Não falou nisso. O que a Dra. sugeriu foi tomar um soro no dia da transferência para estabilizar o útero. Já li sobre isso no fórum de mãe para mãe. Como o meu útero já passou por uma gravidez é uma cesariana pode ter ficado mais instável. Também vamos aumentar a imunosupressao antes da tec. Sinceramente eu acho que a minha filha foi uma sorte que não terei novamente na vida. 


Houve uma coisa que a Dra. disse que me deixou a pensar. Começou por perguntar como estávamos, se muito desanimados, e disse que nunca sabia bem como eu estava porque nunca demonstrava muito as emoções. Caramba!! Ela acompanhou-me nunca fase da minha vida em que estava completamente destruída. E não reparou. É verdade que eu sempre olhei para as coisas boas que tenho: o meu marido, a minha sorte grande, e (ainda) ter saúde. Quem tem que lidar com um diagnóstico como o meu, a minha doença genética, vê a vida de uma outra perspectiva. Mas não demonstrar que estava na merda, desculpem a expressão, é de uma frieza incrível. E eu não sou essa pessoa. Mas estava disposta a aceitar o que a vida tinha para mim. Assim como agora estou. By the way, a minha doença passou de “doença fatal a doença crônica com preservação da qualidade de vida.” A farmacêutica evoluiu e eu não poderia estar mais grata. 


É muita carga emocional saber que é o meu último embrião. Poderia não ser. Poderíamos fazer nova doação, mas não está nos nossos planos. Saber que é o fim da linha é assustador. Principalmente numa altura em que as gravidez voltam novamente a multiplicar-se pelos nossos lados e eu volto a sentir aquela inveja... que vergonha de mim eu tenho. Nem sequer gostei de andar grávida, tenho a minha Alice que é a melhor coisa do mundo, mas volto a sentir alguma coisa. E não quero sentir coisa nenhuma. Lá estou eu a reprimir... mas é a minha maneira de encarar as coisas. Abrir a caixa de Pandora da infertilidade foi, está a ser bastante difícil. Eu estava muito bem, muito feliz e realizada com a minha vida. Agora volto a sentir muitas daquelas coisas pouco saudáveis que senti no passado. Quero encerrar este capítulo para voltar a reencontrar-me de novo. 


Basicamente vamos ver se a tec será no próximo ciclo ou se a Dra irá sugerir algum exame. E eu estou disposta a aceitar o que a vida quiser para mim. 

segunda-feira, 24 de maio de 2021

Tec 6 - desfecho

Não tenho tido oportunidade de fazer este post, mas desde sábado que estou menstruada. A verdadeira menstruação. Sinto-me ridícula por achar que a semana passado o spotting era a menstruação... God não tem nada a ver. A prova que a minha cabeça ficou xoné com isto da transferência. 

Bem, como disse sábado veio o red devil e hoje fui fazer o beta. É sempre um dia difícil fazer a análise menstruada, e comunicar o resultado à Dra. Catarina. Apesar de tudo estou surpreendida com a leveza com que encaro isto. O facto de não ser uma prioridade na minha vida mais um filho, torna este processo bem mais fácil de suportar. 

A Dra. quer fazer uma consulta comigo, para conversarmos. Pôs a hipóteses de haver alguma inflamação/ infecção que possa dificultar a implantação. Já vi este filme. Já fiz uma histeroscopia por isso mesmo. Mas se a Dra. quiser, eu faço. Vou fazer tudo direitinho. Racionalmente sei que não foi por adiar a toma da progesterona (estava a tomar intramuscular), aspirina e heparina 12h que influenciou este desfecho, mas sinto culpa. É inevitável sentir culpa. 

A infertilidade está-nos entranhada nas veias. Vejam o meu exemplo, estou super tranquila com o resultado, estamos mesmo bem assim, mas fiquei... maluca... com isto. Pus na minha cabeça que era a menstruação e até deixei de tomar a medicação. Isto afecta-nos sempre. 

Quanto à próxima, e última tec, não irei fazer neste ciclo. Ia calhar numa altura impossível a nível profissional. Quero muito fazê-la no ciclo seguinte. Vamos ver como corre a consulta com a Dra. Catarina na próxima semana. 

sexta-feira, 21 de maio de 2021

Tec 6 - dia 8

Após mais de 24h sem o mínimo sinal de sangue fiz um teste de gravidez que deu negativo. (O destino sempre a gozar comigo o safado!)

E está tudo bem. Esta manhã mentalizei-me que iria aceitar qualquer que seja o resultado sem questionar. Seja como for aquilo não foi a menstruação e vai esperar até perto do beta pelo menos. Sinto-me menos anormal. 

Hoje fui almoçar ao Norteshopping que estava cheio de grávidas. Uma vez que ainda não sabia o desfecho, sentia alguma esperança (inocente que eu sou), pensei que se fosse eu a estar assim daqui a uns meses e sabem o que conclui? Eu não quero estar assim daqui a uns meses. Eu gostava que a Alice tivesse um irmão, eu não tenho e não sinto falta, mas reconheço que deve ser bom, mas eu não quero passar por a gravidez novamente. E acho que a Alice perderá muita coisa por não ter irmãos, mas ganhará outras. Talvez não na mesma medida, mas pronto é o que é. 

Se já era estranho ainda tomar a medicação, agora ainda fica pior, mas pronto. Vou tomar tudo direitinho porque apanhei um grande susto quando deixei de tomar a Dra. mandou continuar. Segunda faço o beta, no dia marcado, e depois nova (E ÚLTIMA tec). 

quinta-feira, 20 de maio de 2021

Tec 6 - D7

Desde ontem à noite praticamente sem sinal de sangue. 

Tinha que haver mais esta para me moer o juízo. 
Confesso que deixei de fazer à progesterona intramuscular. Estou a por os ovos. Sou uma insubordinada! Mas estava com a menstruação. 

Seja lá isto o que for, eu não sou nada normal. Mas depois lembrei-me que a tec 3 foi exatamente igual. Sou anormal, mas consistente. Estou a ponderar se faço o beta amanhã ou não. 

É que vocês não imaginam a minha vida... tenho feito caminhadas de 4km com o meu cão, todos os dias levo a minha filha ao parque... por vezes tenho que pegar nela ao colo e são uns belos 16kg. No fim de semana vamos levar a Alice ao oceanário. 300kg no sábado mais 300kg no domingo. Era o fim de semana que dava jeito ao meu
 marido por causa do trabalho, bora marcar. Ou seja... nada do que era suposto fazer. Mas eu estava com a menstruação. Se isto foi a menstruação foi muito anormal também. Se calhar foi mesmo só spotting é só virá a sério quando parar a progesterona. 

Ai meu Deus... eu só queria ser normal. (Um Big LOL para mim agora). Desculpem já não digo (escrevo) coisa com coisa. Só quero que isto acabe rápido. 

quarta-feira, 19 de maio de 2021

Tec 6 - dia 6

 Eu sei que estou com a menstruação. Mas a Dra. C. não acredita. (E eu ainda me sinto mais anormal quando a minha médica não acredita em mim.)

Ora vejamos, o sangramento começou discreto e foi aumentando. Hoje de manhã até tipo coágulos saiu. Não é muito abundante, é certo. Mas eu sei lá como era a minha menstruação antes. Antes de mim tratamentos, um pós parto e depois a pílula. Ou seja, hoje informei a Dra. C. que estava menstruada e ela mandou-me continuar a medicação a aguardar. Eu já sabia que ia ser assim. Vocês imaginam como me sinto a injectar o Lovenox e a levar injeções intramusculares quando já sei o desfecho desta tec? Para mim, é duro. Só quero acabar com isto. 


Não fiz o beta hoje porque a Dra. ainda ia dizer que não era válido porque era cedo. Assim vou fazê-lo só sexta. Sexta, talvez já seja válido e possa parar a porcaria da medicação. O que ela não sabe é que ontem não tomei nada. Nem aspirina, nem Lovenox, nem a progesterona intramuscular. Pensei que ela me fosse “liberar” hoje. Mas enfim... tomei ao meio dia, após falar com ela. Ridículo isto. Ridícula a minha fase lutea. 


Estive a ver aqui no meu blog, não imaginam como me tem sido útil os registos das mediações e situações que fiz aqui!, e eu já tive fases luteas de 10 dias. Não é a primeira vez. Não é fixe, mas certamente não impede de ter filhos. A prova está aqui ao meu lado. Mas que é uma porcaria isso é. 


Quanto à próxima tec quero fazê-la já de seguida. Não vale a pena adiar. Vou fazê-la e encerrar este capítulo de vez na minha vida. Eu sei que farei a minha cura plena depois disso.

terça-feira, 18 de maio de 2021

Reflexões

 Que esta tec vai dar negativo já eu percebi. O spotting continua, daqui a 1, 2 dias deve começar a menstruação, até já sinto dores menstruais que nem me lembrava o que era. 

Faço este post, como se fosse uma auto-ajuda. Nos últimos tempos tenho tentado desenvolver o meu desenvolvimento pessoal e para isso preciso clarificar o que sinto neste momento. Estou a tentar aplicar os princípios do mindfulness, mas este post já ajudar-me a arrumar ideias.

Fiz a preparação para esta tec com ansiedade zero. Correu tudo mais que bem. Vinha de uma situação em que estava a tomar a pilula e por isso relaxada da vida. Eis que me convenço que vai resultar (inconscientemente) e me começo a preocupar com coisas que não deveria preocupar nesta fase, como com o facto de não ser capaz de amar dois filhos e cheia de medo de falhar com a minha grande paixão, a Alice. Que inocente que fui por pensar que ia resultar. Foi mais uma vez a vida a dar-me um ensinamento. 

Neste momento estou em paz com o desfecho. Mas não estou com a maneira como chego a ele. Estou a sentir-me muito anormal novamente. Já tinha voltado a gostar de mim, a ser a mulher confiante que se perdeu algures em 2015, mas isto voltou a mexer comigo. E não porque não aceito o negativo, ou estou profundamente triste, não é esse o motivo. É as memórias que me traz, do sofrimento e da mulher que fui durante os anos de tratamentos. Parece masoquismo mas é bom voltar a essa mulher para tirar ensinamentos a partir daqui.

Por muito que a ciência nos ajude a compreender o nosso corpo, por muito que as técnicas sejam evoluídas é preciso uma grande sorte para resultar. Hoje, enquanto via a milha filha as saltos no sofá, pensava em como é possível te-la ali?! Foi preciso uma sorte do caraças. Ela é um autêntico milagre é eu sou uma abençoada por a ter junto a mim a crescer feliz e saudável. 


Passar por tratamentos de fertilidade é tramado. Uma grande provação da vida. Mas é possível ultrapassar essa dor, eu consegui. Estou super bem resolvida e até já falo abertamente sobre isso. Mas de uma coisa tenho perfeita noção. Só o consigo porque tenho a Alice. Se não tivesse não sei onde é quem me teria tornado.

segunda-feira, 17 de maio de 2021

tec 6 - D4

 E eis que ao 4º dia após a transferência sou presenteada com os meus famosos "sangues".

Uma espécie de corrimento ensanguentado que suja o penso diário e o papel higiénico, passo a descrição. 

Enfim! Já estava a contar, mas não deixa de me abalar. Volto a sentir-me o ser mais anormal do mundo (in)fértil. Eu só queria que pelo menos uma vez fosse como as pessoas normais que espera pelo beta para saber o resultado. É muito chato isto.

Continuo a sentir uma enorme confusão na minha cabeça. Não quero ficar grávida, não quero adiar mais a minha vida. Não me apetece. Mas puseram o embrião cá dentro e desde então não quero que nada de mal lhe aconteça. Bem confuso. 

Enfim... este post serve para registar que ao 4º dia após a transferência (tão cedo!) começaram os sangues e começou a minha ansiedade de não saber no que isto vai dar. 


quinta-feira, 13 de maio de 2021

6.ª TEC - D0

 Hoje lá fomos até Lisboa e trouxemos um embrião connosco. 

Correu tudo muito bem, com muita tranquilidade. Correu tudo tão bem nesta preparação e transferência que só pode ser sinal que não vai resultar. 

Amanhã já não tomo o corticoide e hoje comecei o Lovenox 20. A minha progesterona estava ótima, a 20, mas mesmo assim vou fazer a intramuscular. Não quero ficar a pensar que não fiz tudo como deveria. Se não correr bem, ficarei de coração tranquilo. Sendo assim o meu cocktail para os próximos dias é o seguinte:

- aspirina 1x/dia

- lovenox 20

- progesterona intramuscular de 2 em 2 dias.

- gestacare preconceptive 

O beta será dia 24, mas até la conto que os meus “sangues” deem o ar de sua graça e me levem a fazer um teste de farmácia la para o dia D8. 

Existe alguma ansiedade em mim. Sou humana e colocaram um embrião dentro de mim. Não quero que corra mal. Mas se correr, tenho muito onde ir buscar o meu equilíbrio. 

Vamos ver o que a vida tem reservado para nós.

sábado, 8 de maio de 2021

7/5 - 2º Eco

 Havemos transferência marcada - 13 de maio.


Ontem o endometrio estava com 9! Uau que crescido! Não me lembro de o ter tão crescido há 3 anos atrás. Talvez seja o melhor número de sempre. 

Ontem já tomei o indutor da ovolução e amanhã à noite, dia 9,  começo o projeffik. 1 cápsula de manhã e outra à noite. Entretanto hoje já comecei o corticóide e a aspirina. E é este o meu cocktail. 

Agora que as coisas estão a tornar-se reais, começo a desejar que esta tec resulte. Sei que é pouco provável e continuo a morrer de medo de uma nova gravidez, de falhar com a minha Alice, enfim... mas se resultasse e ela tivesse uma irmão para partilhar a vida com ela seria bem bom. 

quinta-feira, 6 de maio de 2021

5/5 - 1.ª eco

 Ontem lá fomos nós à IVI Lisboa para a primeira ecografia de controle. Pois que ainda temos o ciclo atrasado. Amanhã vou a Vigo fazer outra ecografia. Se tudo correr bem a transferência será na próxima semana, quinta ou sexta-feira. Vamos ver como se está a portar o endometrio amanhã... para já ainda não estou a tomar nenhuma medicação. 

Desta vez vou fazer a suplementação de progesterona com os ovos vaginais até à tec. Aí começo a intramuscular. Parece que agora existe uma subcutânea mas segundo a Dra. C. é muito mais cara. 

E eu como me sinto? Muitíssimo menos ansiosa que das outras vezes. Sem comparação! Como já disse estou numa fase da minha vida muito feliz. Ter um segundo filho seria um bónus muito interessante que a vida tinha para mim. Foi tão difícil ter a minha boneca, que seria no mínimo irónico resultar esta transferência. No fundo não estou preparada para nenhum dos cenários. Se não resultarem é o encerrar definitivo do capítulo filhos. E não sei como lidar com isso. Penso que será pacífico, estou feliz e realizada com a Alice. Depois da infertilidade, da gravidez, e dos primeiros tempos de um bebé que sabem ser tão complicados, finalmente estou a aproveitar a vida, a ser feliz. Se resultar também não me imagino ser capaz de ser mãe de dois, nem a passar por uma gravidez outra vez. 

Vamos ver o que a vida tem reservado para mim. 

terça-feira, 27 de abril de 2021

Here we go again

 É oficial. Já estamos no 4º dia do ciclo. 

Dia 5 de maio é dia de ecografia com a minha querida Dra. C. Isto é realmente muito diferente do que foi para a minha filha. Antes contava os dias, agora nem me lembro. Nesse dia estamos a regressar de umas mini-férias no Algarve. Nós, a Alice e os nossos cães. Vai tudo para a IVI. Estou a brincar, só posso ir eu, eles terão que ficar num parque qualquer, logo se vê.

Ainda agora passei pelo fórum de mãe para mãe e vi meninas com medo da pré-eclampsia, e depois fiquei em pânico. A minha filha nasceu com 37s porque estava com alto risco de pré-eclampsia. As minhas tensões têm uma tendência enorme para estarem altas. E se engravidar?! E se desta vez tenho um quadro grave disso e corre mal para o meu lado. A minha filha não pode ficar sem mim. Já viram as coisas que eu penso?! Quero que isto afete o mínimo possível a minha bebé (que já não é tão bebé assim). Agora que existe a possibilidade de uma nova gravidez digo com toda a justiça, que não gostei de andar grávida. Passava muito bem à frente essa parte. Podiam dar-me um bebé já nascido para eu cuidar que por mim estava ótimo. Mas não dão. Mas depois dou por mim a pensar nos nomes que daria a um hipotético filho... Com a Alice estava tudo pensado na minha cabeça à anos. Se fosse menina era Vitória (e acabou Alice), se fosse menino Miguel. Mas e agora? Se por algum acaso correr bem não faço a mínima ideia, porque nunca imaginei que tivesse mais que um filho. 

E nisso que tenho que pensar. Não vai resultar. Mas vamos tentar. 

sexta-feira, 16 de abril de 2021

17 de abril de 2018

 Amanhã faz 3 anos que transferimos o embrião da Alice.

Fui reler o post que escrevi nesse dia. Incrível como consegui sentir tudo aquilo novamente. Revi exatamente o que estava a sentir, os passos que demos nesse dia, até onde o meu marido estava sentado quando trocamos aquelas palavras. Tudo tão presente. 

No entanto tudo mudou desde aí. A vida correu-nos bem. Crescemos imenso, evoluímos imenso. Éramos 2 e agora somos 3. 

Nestes dias estou a tentar clarificar tudo o que sinto em relação ao tratamento que se iniciará em breve. Já partilhei que por minha intensão não faria as tecs que faltam. Sinto-me plena com a minha filha e o meu marido. Vivo uma fase feliz na minha vida. E estou prestes a baralhar tudo voltando aos tratamentos. Faço-o por a Alice. E pelo meu marido também. Ele precisa que sejam feitas. E eu também... não quero ficar a pensar que o poderia ter feito e não fiz. 

Dou por mim a pensar muito à frente. Tenho perfeita noção que o meu caminho não foi fácil. Será muito mais provável que não resultem. Mas e se resultar? Serei eu capaz de amar alguém como amo a Alice? Eu, honestamente, penso que não. E nem deveria estar preocupada com isto. O mais provável é daqui a pouco tempo encerrar definitivamente este capítulo. E como me irei sentir depois? Hoje a opção de desistir seria minha, transferências feitas, não haverá mais opção. Será o destino mais uma vez a tomar a decisão certa. Confuso, não?

Uma coisa eu sei. Se não resultar o impacto emocional será completamente diferente. Se resultar nem sei. Também sei que raramente penso nisto. Mas daqui a alguns dias vou parar a pílula e a aventura irá começar. 

Amanhã é dia de festejar.

quinta-feira, 8 de abril de 2021

Já nem reconheço este blog

 Já nem reconheço o layout este blog. 

Vou ter que reaprender a publicar aqui, porque a infertilidade estará de volta à minha vida nos próximos meses.

Quem acompanha este blog sabe que ainda nos restam 2 embriões. Depois de muito ponderar, depois de averiguar o meu estado de saúde atual, vamos avançar com a transferência dos embriões.

Já estou a tomar o Gestacare pré-conceção e na próxima semana vou fazer as análises obrigatórias para iniciar o processo. Poderia estar a transferir ainda este mês, mas vou adiar uma semana ou duas. Maio será o mês. Como sabem eu faço Tec em ciclo natural, logo mal venha a menstruação tenho que agendar uma ecografia para 10/ 11 dias depois e aí a Dra. Catarina dará novas indicações. Neste momento estou a tomar a pílula. Está tudo calma por aqui. Assim o espero, porque comigo há sempre novidades. 

Hoje não sou a mesma pessoa que publicou aqui antes. Sou uma mulher feliz. Realizei o meu sonho da maternidade, tenho uma filha maravilhosa. Não poderia estar mais feliz e realizada com o meu projeto da maternidade. Mas eu não tenho irmãos. Não sei o maravilhoso que isso é. Mas tenho uma ideia... uma vez que não há nada que impeça, não posso não transferir os embriões que nos restam. Confesso que não alimento muita esperança que algum deles implante, mas tenho que tentar.

Por isso... I'm back!